Arquivo da categoria: Lutas operárias

Frente aos ataques da classe patronal, resistir e se organizar

Coletivo CVM, 05/09/2020

 


A classe trabalhadora vive um momento de grave perigo, uma situação de ameaça
imediata à sobrevivência causada pela conjunção entre a pandemia de coronavirus (o Brasil ocupa o segundo lugar com maior número de casos no mundo, com 4.041.638 pessoas contaminadas e 124.614 mortos) e as demissões, a perda de direitos e o agravamento da exploração dos patrões.

Nesta situação de extrema fragilidade da saúde dos trabalhadores, os patrões resolveram passar ao ataque: apoiados por medidas do governo federal, suspenderam contratos, demitiram trabalhadores e mantiveram empregados uma parte com jornadas e salários reduzidos. Não satisfeitos, entenderam que havia chegado a hora de arrochar ainda mais a exploração da classe trabalhadora, colocando-a contra a parede, atacando os contratos coletivos de trabalho já estabelecidos e avançando, mediante terceirização, no rebaixamento dos pisos salariais. Entenderam assim porque perceberam como a maioria dos sindicatos e as centrais sindicais abandonaram a luta, encarando a situação como aquela “normal” das campanhas salariais, pautando-se apenas na manutenção dos acordos coletivos anteriores, aceitando a compensação dos abonos ao invés do aumento salarial apesar do custo de vida crescente, querendo se livrar da tarefa árdua da resistência nos locais de trabalho em troca da dedicação ao pleito eleitoral de novembro vindouro nos municípios. leia mais

Greve da Renault – ensinamentos do ponto de vista de classe

A HORA DO PEÃO

 

A greve dos trabalhadores da Renault iniciada em 21 de julho chegou ao seu fim ontem, dia 11 de agosto de 2020. Foram 21 dias de uma mobilização diária, com piquete organizado em barraca diante do portão principal da fábrica em São José dos Pinhais (PR) – uma paralisação conhecida pela luta em torno da reintegração dos 747 trabalhadores demitidos pela empresa. Mas que colocou em questão, do ponto de vista prático, o “Programa de Manutenção do Emprego e dos Salários” encaminhado pelo governo Bolsonaro na MP 936, transformado na lei 14.020 de 07 de julho de 2020, pelo Congresso Nacional. Os operários começaram a tomar consciência de que o sentido prático deste programa para os patrões tem sido o de descobrir como um número menor de trabalhadores pode produzir mais, de modo mais intenso, com um salário menor.

Apesar da intensa mobilização durante esses 21 dias e de sua repercussão nacional, o movimento não conseguiu se generalizar e construir a necessária solidariedade para travar uma luta enquanto classe, o que poderia acontecer se o “Programa de Manutenção de Emprego e dos Salários” fosse transformado em alvo da ação coletiva. leia mais

Trabalhadores da Renault continuam em greve !! A luta continua !

A exemplo dos trabalhadores da NISSAN BARCELONA (leia aqui) que impediram o fechamento da fábrica e garantiram a manutenção dos empregos até o final de 2021, em assembleia a peãozada decide manter a greve até que haja garantia do emprego.

Mesmo com a decisão judicial de reintegração dos 741 operários demitidos, a peãozada demonstra que é preciso ir mais além e depende mais da luta do que o tapetão, sempre mais inclinado para o patrão. Sem garantia no emprego, máquinas paradas ! 

 

Deu no Paraná Portal de 07/08/2020:

 

Trabalhadores da montadora Renault, em São José dos Pinhais, decidiram continuam com a greve até que a empresa aceite atender a segunda reivindicação da categoria: negociar um acordo que garanta a manutenção dos empregos. Na última quarta-feira (5), a juíza Sandra Mara de Oliveira determinou a reintegração dos trabalhadores que foram dispensados no dia 21 de julho. leia mais

Operários em greve na Renault contra o facão !

em O Corneta de 05.08.2020

 

Os trabalhadores de São José dos Pinhais, no Paraná, decidiram dar um basta em tanto descaso depois do anúncio de novas 747 demissões, iniciando a greve no dia 21 de julho. Um operário da Renault que foi demitido, do setor de montagem, terceiro turno,  atendeu o Corneta e respondeu nossas perguntas.

 

 

Nos conte como é ser demitido em meio a pandemia:
“É… Em primeiro lugar mesmo, pessoal, tá feio, ainda bem que eu levo sorte aqui, minha mulher tá trabalhando, né? Mas se não fosse, agora eu tava passando dificuldade, entendeu?”

“é complicado, como está a atual situação do mercado de trabalho, por causa dessa pandemia fechou tudo […] nós estamos jogados” leia mais

A greve na Renault: os operários em luta contra a exploração capitalista

 (atualizado em 31/07/2020, 10:49 h)

 

Na tarde de terça-feira, 21 de julho de 2020, uma assembleia dos operários da fábrica de automóveis da Renault em São José dos Pinhais (PR) decidiu paralisar a produção em protesto contra a demissão de 747 trabalhadores. Foram 10 dias de intensa mobilização, com assembleias diárias nos portões da empresa.

A luta começou antes, com a pressão para a empresa garantir a proteção contra a pandemia do coronavírus: no dia 08 de maio, os metalúrgicos da Renault, em assembleia na porta de fábrica, deram 72 horas para a empresa negociar a quarentena com o sindicato. Cinco dias depois, em assembleia na porta da fábrica, a maioria dos metalúrgicos da Renault aprovou a proposta de redução de jornada com garantia de 100% do salário líquido. Ainda durante o mês de maio, a empresa demitiu 300 trabalhadores, em sua maioria com contrato temporário que estavam para ser efetivados. Também ocorreram (e ocorrem) demissões em outras empresas do setor metalúrgico na Região O Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba dos Metalúrgicos de Curitiba não reagiu, o que fez muitos operários se perguntarem: “que papo é de ‘mexeu com um mexeu com todos?” leia mais