Boletim de Conjuntura Nacional

Fatos & Crítica 49: Entre a ilusão de potência econômica e a realidade da exploração dos trabalhadores

 


“Este país pode virar uma grande potência econômica”. Com essas palavras, Lula expressou, na cerimônia de inauguração da nova sede da Anfavea, o seu entusiasmo com os novos programas do governo de incentivo à indústria automobilística. Certamente levou em conta na avaliação ufanista a notícia vinda do FMI de que o Produto Interno Bruto (PIB) do país havia ultrapassado o do Canadá e o da Itália, figurando agora na oitava posição no ranking mundial.

Mas como ser assim tão otimista, diante de alguns dados que revelam o fraco desempenho do país nos últimos anos no terreno econômico? O crescimento médio anual do PIB nos últimos dez anos foi de apenas 0,66%, compreendendo três anos em que simplesmente houve depressão econômica, ou seja, em 2015, 2016 e 2020 o país regrediu na produção de riquezas. leia mais

Fatos & Crítica 48: A greve nacional dos professores do ensino superior acentuou os impasses do governo de centro direita

Coletivo do CVM

 

A greve nacional dos professores universitários, dos institutos e centros tecnológicos de ensino federais em luta por reajustar os salários face à inflação acumulada e vigente e conquistar aumento salarial real, após mais de dois meses de luta e negociações, passa no momento pela marcação de assembleias de avaliação do movimento nos próximos dias. Há o consenso de que foi uma luta difícil, sem ganhos, mas que revelou o caráter do governo Lula e acentuou os seus impasses.

 

A luta

O ANDES – Sindicato  Nacional dos Docentes de Nível Superior comandou a paralisação e se defrontou não apenas com a recusa do governo a conceder o reajuste salarial pleiteado por causa da inflação passada, mas com um sindicato que se opõe radicalmente a ele e funciona como uma correia de transmissão governamental, o Proifes – Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico. leia mais

Fatos & Crítica 47: O 1º de maio de 2024 e os desafios dos trabalhadores

Coletivo do CVM

 

Fiasco e fracasso foram palavras correntes usadas para explicar a escassa participação dos trabalhadores no 1º de Maio no Brasil deste ano. Um contraste com o que aconteceu no resto do mundo, com amplas manifestações nas quais a reivindicação de redução da jornada do trabalho levantada em 1889, quando a data passou a ser comemorada como dia internacional de luta dos trabalhadores tem sido retomada em vários países.  A resistência à exploração e a luta em termos de classe proporcionada pela regulamentação da jornada de trabalho constituem passos importantes no sentido do questionamento da dominação da burguesia. São aprendizados a serem feitos.

 

Como foram os atos de primeiro de maio?

No dia 1º de maio de 2024, as tradicionais manifestações do Dia do Trabalhador reuniram milhares de trabalhadores pelo mundo que saíram às ruas para reivindicar melhores condições de vida e trabalho. leia mais

Fatos & Crítica 46: A tragédia das inundações no Rio Grande do Sul: de quem é a responsabilidade?

Coletivo do CVM

 

As inundações no Rio Grande do Sul afetaram mais de dois milhões de pessoas, obrigaram cerca de 530 mil a abandonar as suas casas e 80 mil a buscar acolhimento em abrigos. Até agora, foram confirmados 169 óbitos e quase mil feridos. A economia da maioria dos municípios do estado, em todos os seus setores, foi profundamente abalada.

Calamidades com tamanha gravidade nunca haviam ocorrido no Rio Grande do Sul e o evento soma-se a muitas outras catástrofes climáticas – sejam elas ondas de calor e incêndios ocasionados por secas, sejam furacões, deslizamentos de terra ou inundações provocadas por chuvas torrenciais – que vêm ocorrendo nos últimos anos de forma cada vez mais comum e intensa por toda a superfície do planeta e, obviamente, no Brasil.

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Fatos & Crítica 45: Economia em alta e popularidade em baixa?

Coletivo do CVM

 

Os últimos resultados das pesquisas de opinião sobre o governo Lula fizeram soar o alarme no Palácio do Planalto. Segundo o Datafolha, em março do ano passado, 38% dos entrevistados julgavam o governo ótimo ou bom, mas, decorrido um ano, esse percentual baixou para 35%. Inversamente, o número dos que consideravam o governo ruim ou péssimo subiu, no mesmo período, de 29% para 33%.

O governo não esperava essa evolução, diante de vários índices econômicos positivos: no ano de 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 2,9%; o desemprego baixou (na média anual) de 9,6% em 2022 para 7,8% em 2023; 1,8 milhões de empregos formais foram criados no ano passado e a renda do trabalho teve um aumento de 11,7% no mesmo período. leia mais