Boletim de Conjuntura Internacional

Guerra, Paz e Revolução: a propósito da Ucrânia e do mundo hoje

Nuvens carregadas de tempestade obscurecem lenta, mas progressivamente, nosso horizonte temporal. A agressividade da guerra imperialista na Ucrânia, com suas implicações econômicas e a escalada militarista generalizadas, acrescenta agora ameaças mais letais e tornam ainda mais sombrio o destino da humanidade com a perspectiva da sua mundialização.

Para enfrentar esta situação e abrir caminho para outro futuro, a classe operária e os trabalhadores dos países que estão no centro da crise atual precisam entender que as relações internacionais constituem somente a expressão político-estatal da dominação do capital monopolista em sua constante necessidade de redividir o mundo e que a pátria, essa ilusão de unidade nacional em sociedades divididas em classes e controladas pela burguesia, nada significa alguma coisa além de recursos e fronteiras a serem apropriados e rompidas. Mas também não devem iludir-se os trabalhadores que, como nós no Brasil e na América Latina, por estarem longe do epicentro dos conflitos interimperialistas, imaginem eventualmente se beneficiar da neutralidade de seus governos.

A defesa da paz mundial, contra a crescente tendência à guerra, precisa ser, em consequência, assumida como atitude política em favor da revolução socialista, única alternativa capaz de impedir uma nova recaída na barbárie, como foram as décadas de 1914 a 1945, durante as duas guerras mundiais.  Neste sentido vale reler as contribuições dos revolucionários que estiveram no centro dos conflitos há mais de um século. Indicamos aqui o texto “Marrocos” de Rosa Luxemburg, publicado em 1911.

Leia o texto “Marrocos” clicando aqui.

Coletivo do CVM 

Fatos & Crítica nº36: Guerra da Ucrânia: “Os custos serão pagos pelos trabalhadores”

 

 

 

Este conflito, que tem uma gênese que vai muito além da conveniente interpretação de nossa mídia nacional e de nossos políticos, como toda guerra na história, terá sérias consequências para todos nós. Os custos serão pagos pelos trabalhadores. Na Ucrânia e na Rússia, é claro, mas também nos países europeus, através do aumento do custo de bens energéticos, como gás e petróleo e gastos militares.

[Unione Sindacale di Base – https://www.usb.it/leggi-notizia/ em 08/04/2022]

 

Assim se expressou um sindicato italiano a respeito da Guerra na Ucrânia. E eles não ficaram apenas nas palavras. Os trabalhadores sindicalizados do aeroporto civil de Pisa impediram o embarque de armas para a Ucrânia, que estavam disfarçadas de “ajuda humanitária”. Fizeram isso não apenas pelo fato de estar sendo utilizada uma instalação civil para fins militares, mas em apoio à paz e contra a OTAN. “Nós não concordamos em enviar armas… porque arriscamos uma terceira guerra mundial”, declararam.

De fato, na Guerra da Ucrânia os trabalhadores não podem apoiar nenhum dos lados, pois se trata de uma guerra entre dois países imperialistas, possuidores de armamento nuclear, que lutam para expandir as suas respectivas esferas de influência: a Rússia, de um lado, e os Estados Unidos, de outro, estes últimos empreendendo uma “guerra por procuração”, na qual estão dispostos a lutar até o último ucraniano. leia mais

Ataque à Ucrânia: a luta pelo ordenamento mundial

Tomasz Konicz
A ruptura das relações germano-russas e o regresso da guerra como continuação da geopolítica imperialista na Europa
Choque e pavor – este é o denominador do ataque maciço da Rússia à Ucrânia, no qual dezenas de alvos foram bombardeados em muito pouco tempo, a fim de paralisar as forças armadas ucranianas e impedir uma resistência coordenada contra o avanço do exército russo no leste do país (até agora, as forças terrestres russas só estão ativas a leste do Dnieper). O ataque em grande escala a nível nacional, no qual as estruturas de comando, depósitos e força aérea da Ucrânia foram atacadas e parcialmente destruídas, assemelha-se à abordagem dos EUA na última guerra do Iraque, quando a Força Aérea dos EUA também recorreu a um ataque esmagador contra as infraestruturas militares do regime iraquiano em dificuldades.

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A Conjuntura Internacional no Começo de 2022

Cem Flores – 25/02/2022

Foto: Tanques russos na cidade de Mariupol, na Ucrânia, em 24.02.2022.

Agravamento das contradições interimperialistas, guerra e aumento da exploração e da miséria das massas trabalhadoras.

 

I. Introdução

Nas duas primeiras décadas do século 21, as sucessivas crises do capital(desdobramentos da longa crise do sistema imperialista, em seu estado depressivo) marcaram a economia mundial – juntamente com um sem número de agressões militares imperialistas (Afeganistão, Iraque, Síria, Palestina, Cazaquistão e, agora, Ucrânia, entre vários outros exemplos). Este ano de 2022 não deverá ser diferente em nenhum dos dois casos. leia mais

O caminho da América Latina

Elaine Tavares 18.11.2021 – Correio da Cidadania

Foto: Difusión/Retirada do La Republica (Peru)

 


Nu
estra América está, como sempre, em ebulição, buscando encontrar um caminho para o bem-viver. Mas, não é fácil. E o principal obsculo é, sem lugar a dúvidas, a incapacidade dos governos ditos progressistas de fazer as mudanças necesrias, esperadas pelos trabalhadores. É um eterno retorno.

Vêm as eleições, as promessas, e quando chega a vitória, tudo se esboroa no andar da carruagem. No geral a culpa sempre recai na crise econômica ou na ação desintegradora dos Estados Unidos. De fato, esses são elementos importantes, mas não são os decisivos para que as mudanças não ocorram. O que realmente falta é coragem para fazer os câmbios estruturais e romper com o modo de produção capitalista. A esquerda liberal quando no poder segue defendendo a propriedade privada e acreditando que é possível dar uma cara humana ao capitalismo. leia mais