Boletim de Movimento Operário

A vantagem chinesa e o novo ataque do capital contra os trabalhadores na fabricação de Veículos Elétricos

Por Eduardo Stotz em Encontraponto  – 20/01/2024

 


A luta pelo contrato coletivo e a sindicalização dos trabalhadores no sul dos Estados Unidos, onde se concentra a fabricação de veículos com motor elétrico (VE), constitui a maior desafio a ser enfrentado pela United Auto Workers (UAW). Foi o que disse o seu presidente, Shawn Fain, durante a longa greve contra as 3 grandes da indústria automobilística, no final de 2023. Na recente paralisação contra a Tesla na Suécia, o desafio foi colocado no “imediatamente” e não no longo horizonte temporal de quatro anos, como encaminhado pelo dirigente sindical.

Na realidade, o problema está, no momento, situado em escala internacional, nos países onde se concentra o capital da Tesla na produção de veículos de motor elétrico, a saber, nos Estados Unidos, na Alemanha e na China. A empresa retoma a tradição da Ford Motors Company, que só aceitou o sindicato após décadas de luta, em meio à II Guerra Mundial. O presidente da Tesla é um sucedâneo de Ford, com sua alegada liberdade do capital contratar individualmente a força de trabalho em suas condições, oferecendo em troca um salário aparentemente mais elevado e acima da média vigente no mercado, em qualquer país. leia mais

Negociação e luta de classes: matérias do tempo adiante, por João Ferreira

Publicado no blog Encontraponto em 30/12/2023

Podemos afirmar que o espectro da luta de classes delineia-se novamente no horizonte temporal dos países do centro do capitalismo? A análise dos desdobramentos futuros da greve contra as 3 Grandes da indústria automobilística nos EUA[1], apresentada por Labor Notes, levanta esta perspectiva:

Todos os novos contratos propostos expirarão em 30 de abril de 2028. Com quatro anos e meio, eles são mais longos do que os acordos de quatro anos típicos dos contratos recentes das Três Grandes.

Fain disse que o UAW[2] quer dar tempo para que outros sindicatos alinhem os vencimentos de seus contratos com o UAW e entrem em greve juntos em 1º de maio de 2028 – Dia Internacional dos Trabalhadores. “Se quisermos realmente enfrentar a classe bilionária e reconstruir a economia para que ela comece a trabalhar em benefício de muitos e não de poucos”, disse Fain, “então é importante que não apenas façamos greve, mas que ataquemos juntos.”

Fain deu a entender que a luta por uma jornada ou semana de trabalho mais curta poderia fazer parte da campanha contratual do UAW em quatro anos e meio. Uma das exigências públicas do sindicato nesta ronda de negociações foi uma semana de 32 horas com pagamento de 40 horas. Os trabalhadores da indústria automóvel queixam-se frequentemente de serem forçados a fazer horas extraordinárias obrigatórias, incluindo 60 horas semanais (seis dias de 10 horas).

O Primeiro de Maio nasceu de uma intensa luta dos trabalhadores nos Estados Unidos para ganhar uma jornada de oito horas”, disse Fain. “Essa é uma luta que é tão relevante hoje como era em 1889.

Se a possibilidade da luta de classes está assinalada, não é contraditório deixar de apontar para um horizonte revolucionário em troca de um trabalhista, posto referir-se a uma campanha contratual dos operários com exigências colocadas ao grande capital? Por isso mesmo, talvez muitos venham a estranhar o título da presente publicação, uma vez que, num horizonte de ruptura com o capitalismo, negociação e luta de classes consistem termos antagônicos. O título deveria ser, assim, revisto para distingui-los por meio da conjunção “ou”.  Não, reafirmamos o título: negociação e luta de classes. Os motivos serão apresentados na análise a seguir, à luz dos possíveis desenvolvimentos da recente greve contra as 3 Grandes nos EUA que o trecho destacado acima procura ressaltar. leia mais

As greves no primeiro semestre de 2023: romper as barreiras que impedem o avanço da luta!

 

 

Operários/as da refinaria da Petrobrás em Canoas (RS) em greve no início de 2023. Enfrentando os patrões, os pelegos e a “justiça”, a combativa greve na refinaria indica o caminho a se seguir: para avançar na luta, é preciso organização pela base e independência frente aos patrões, governos e seus serviçais pelegos.

Cem Flores – 15.09.2023

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), ocorreram 558 greves no Brasil durante o primeiro semestre de 2023. Uma queda de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior, puxada sobretudo pelo setor público. Após dois anos de pequeno crescimento nas greves, 2023 está reforçando um cenário de estagnação na luta sindical no país.

Descobrir e combater os fatores que impedem o avanço da luta em conjuntura de perdas salariais e precariedade nas condições de trabalho é de fundamental importância para as classes trabalhadoras. Motivos não faltam para inúmeras categorias reforçarem sua resistência, assim como os exemplos do último ciclo de greves no país, cujo pico completa uma década, mostram que é possível enfrentar a sanha dos governos e dos patrões. Barrar a atual ofensiva de classe burguesa, que continua no país, só será possível com o avanço da luta nos locais de trabalho, nos bairros e nas ruas!


Leia as publicações do Cem Flores sobre as greves no Brasil:

– Panorama das greves no Brasil: a necessidade de ampliar a resistência das classes trabalhadoras, de 10.09.2022.

– As greves no primeiro semestre de 2022: um começo de reação das classes trabalhadoras?, de 06.12.2022.

O avanço das greves em 2022: continuar as lutas por melhores salários e condições de trabalho!, de 13.03.2023.



A pequena reação das greves após a crise da pandemia

Entre 2013-16, ocorrem cerca de 2 mil greves anuais no país. A partir de 2017, esse número caiu paulatinamente até chegar em 2020, no auge da pandemia, com apenas 649 greves. Além do risco sanitário e das quarentenas, que influenciaram na forte queda, também é preciso considerar o elevado desemprego resultado das históricas crises de 2014-16 e 2020. A taxa ampliada de desemprego, calculada pelo IBGE, ficou acima dos 20% nesse período de queda das greves, reduzindo o poder de barganha das classes trabalhadoras. A informalidade também cresceu muito, com dezenas de milhões de trabalhadores/as tendo que se virar como podiam, realizando alguma atividade por conta própria, por exemplo.

Associada às crises econômicas no país, houve também uma ofensiva dos patrões e de seu estado. A repressão atingiu novos patamares, também como reação ao ciclo de lutas anterior. A maior integração e intervenção das corporações militares, dentre outras ações de estado de exceção se tornaram cotidianas em atos e mobilizações. Uma nova força política, fascista, consolidou-se no país. A legislação se tornou bem mais avessa à luta sindical, sobretudo após a reforma trabalhista de 2017.

Para completar, a hegemonia do peleguismo nas entidades sindicais e movimentos populares também é um fator fundamental para explicar a queda das greves no país. Os pelegos sempre apostaram na subordinação aos patrões e no atrelamento com o estado. Assim, cumpriram um papel de desorganizar as massas exploradas para a luta. A taxa de sindicalização caiu em todo o período do petismo e continuou a cair com Temer e Bolsonaro. Com o estourar da crise econômica, em contexto de luta mais dura, o movimento sindical pelego não reagiu. Apostou novamente na via institucional e no retorno à máquina governamental, numa frente política envolvendo o patronato e a direita. Quem não se lembra das lives das centrais sindicais no 1º de maio com FHC, Rodrigo Maia, Lula, enquanto as massas exploradas sofriam com desemprego em massa, contaminação e cortes de salários e de conquistas?

Em 2021 e 2022 houve uma pequena reação das greves no país. Em 2021, foram 721 greves, um crescimento de 11% em comparação com o ano anterior. Dentre elas, a greve dos/as operários/as da GM em São Caetano do Sul. O aumento das greves foi puxado pela carestia, que explodiu em 2021. Ao mesmo tempo, as greves também foram influenciadas pela “normalização” da pandemia e pela redução paulatina do imenso desemprego do período anterior.

Em 2022, esses fatores persistiram e as greves chegaram a 1.067. Desde 2019 não ocorriam tantas greves. Grandes exemplos foram as lutas dos/as garis no Rio de Janeiro e dos/as operários/as da CSN. A pandemia continuou a recuar, mas a inflação continuava a corroer o poder de compra das massas, defasando ainda mais os salários. Com o segundo ano seguido de recuperação econômica após a crise da pandemia, o desemprego amplo ficou abaixo dos 20% pela primeira vez desde 2015.

A ofensiva burguesa, representada pelo governo Bolsonaro, continuava em 2022, assim como o peleguismo reinante no movimento sindical, que apostava todas as fichas nas eleições daquele ano. Mas as enormes perdas salariais empurraram muitas categorias para a luta, sobretudo do funcionalismo público, cuja situação contratual dá mais segurança à atividade sindical. O funcionalismo público foi o setor que puxou o aumento das greves em 2022, com mais da metade (54%) da quantidade e parcela ainda maior das horas paradas (70%). O setor privado desde 2020 não rompe o patamar de cerca de 400 greves anuais. 

As greves no primeiro semestre de 2023 e as formas de sabotagem do novo governo à luta das classes trabalhadoras

Houve 558 greves no primeiro semestre de 2023, uma queda de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior, como vimos. O número de horas paradas caiu pela metade: cerca de 20 mil horas, voltando ao patamar de 2021. Tais resultados apontam para uma estagnação das greves no país.

O funcionalismo público, que puxou as greves no período anterior, teve a queda mais expressiva nesse período em 2023 (22%). De 417 greves no primeiro semestre de 2022 para 323. O setor privado caiu de 234 para 209. As empresas estatais tiveram o pior resultado de greves em anos: apenas 16 greves.

Segundo o DIEESE: “de modo esquemático […] as greves do primeiro semestre de 2023 poderiam ser descritas, sucessivamente, em três momentos: inicialmente, na esfera privada, pelo pagamento de salários em atraso; depois, entre profissionais docentes do funcionalismo público, pelo pagamento do reajuste do piso salarial; e, por fim, entre o funcionalismo público, em sentido amplo, pelo pagamento de reajustes salariais com reposição da inflação acumulada”.  

Em relação ao caráter das greves, as pautas defensivas continuam prepronderantes, como a luta por pagamento de salários atrasados, que se destacaram no início do ano, sobretudo no setor privado. Apesar disso, as pautas propositivas, como reajuste salarial, estão maiores se comparadas ao período da pandemia. Essa última pauta esteve presente em 41% das greves, seguida da luta por pisos salariais, que envolve por exemplo várias categorias de professores e enfermeiros em todo o país.

Enfermeiros e professores se lançaram à luta por seus salários em vários estados no primeiro semestre de 2023.

A base de dados do DIEESE continua com poucos registros de resultados das greves no país. No primeiro semestre do ano, há apenas informações sobre 30% das greves realizadas. Nessa amostra, o atendimento das reivindicações se mostra bem semelhante ao ano anterior. 65% das greves tiveram pelo menos atendimento parcial das demandas. Em 2023, importante lembrar, a pressão inflacionária tem diminuido paulatinamente, reduzindo assim o percentual de reajuste necessário para cobrir perdas salariais do ano anterior. Em agosto de 2022, o reajuste para cobrir perdas de 12 meses era de 10%, e hoje 3,5%. Como resultado, os reajustes salariais acima da inflação foram maioria (76,5%) no primeiro semestre de 2023, mesmo com enfraquecimento das greves. Mas não podemos esquecer das perdas acumuladas dos períodos anteriores, que seria necessário recuperar também, pela luta e pelas greves.

Essas perdas salariais acumuladas de 2021 e 2022 continuam altas em várias categorias, junto à carestia de vida ainda nas alturas. No final de 2019, em SP, com R$ 500 era possível realizar uma compra mensal de alimentos básicos no mercado, segundo o DIEESE. Hoje, para comprar os mesmos alimentos, se gasta quase R$ 800. Um aumento de 60% em 3 anos e alguns meses. Enquanto isso, o salário mínimo aumentou apenas 30%. A exploração também só aumenta, com terceirização em larga escala, recorde do chamado “trabalho análogo à escravidão”… Razões não faltam para a luta sindical crescer em 2023.

A presença majoritária do peleguismo no movimento sindical, dominando o grosso da máquina sindical e boicotando a organização e a luta das bases, continua a ser uma grande barreira a essa luta hoje. Ainda mais agora que o reformismo voltou ao governo federal. Como ocorrido nos outros anos de governo do PT, o movimento sindical está largamente cooptado através de cargos e financiamento e se tornou novamente uma correia de transmissão desse governo dos patrões.

O atual governo e seus braços no movimento sindical e popular, assim, agem ativamente para conter a revolta das massas trabalhadoras, enrolá-los com mil promessas e espaços de “participação” nas instituições burguesas e suborná-los aos interesses dos patrões. Ao mesmo tempo, consolidam as “reformas” e a ofensiva de classe burguesa!

Nesse primeiro semestre de governo Lula-Alckmin, houve vários exemplos da volta dessa política de cooptação dos movimentos, desmobilizando e sabotando a luta dos/as trabalhadores/as (e, caso seja necessário, também se lançará mão da repressão aberta, como já o fez tantas vezes!). Logo no início do ano, os entregadores de aplicativo marcaram mais uma paralisação, no dia 25 de janeiro, por melhores condições de trabalho e salário. De imediato, a “militância” petista foi às redes condenar tal mobilização, afirmando que essa luta prejudicaria seu governo. Ao mesmo tempo, membros do governo começaram a se reunir com algumas lideranças da categoria, recebendo-as inclusive nos ministérios em Brasília, com várias promessas de negociação e atendimento das demandas. O resultado foi o cancelamento da data por parte do movimento, enfraquecendo e muito a paralisação, que ocorreu só em alguns locais. Nenhuma demanda, obviamente, foi atendida, e após meses de enrolação, até os movimentos que entraram na negociação do governo estão ameaçando de novo uma greve.

O desestímulo a qualquer movimento grevista, seja no setor público ou privado, também tem ocorrido em outras categorias. Afinal, para os pelegos, não estaria na hora de lutar. O próprio Lula disse recentemente, no caso do movimento no campo, que não há mais necessidade de ocupação de terras, já que agora os problemas dos/as trabalhadores/as serão resolvidos pelo governo, “sem barulho”. Isso depois de mais de uma década governando junto com o latifúndio! As direções pelegas seguem seu chefe maior, apesar de uma ou outra bravata, até porque não podem prejudicar os vários cargos que os movimentos sindical e popular têm alcançado nesse governo, fora as novas possibilidades de financiamento.

As grandes campanhas e eventos do movimento sindical desse ano foram todos em obediência ao governo. Do primeiro de maio à marcha das margaridas, ambos palcos para governo discursar, passando pela campanha contra os juros, em auxílio direto à Lula. Tais movimentos não falam pelas massas exploradas e seus interesses, muito menos são instrumentos de luta úteis à sua causa!

No dia 18 de janeiro se alinharam ao governo as duas Intersindicais, NCST, UGT, CUT, Força Sindical, CTB, CSB, Pública e Conlutas.

Seguir o caminho da independência da classe e reconstruir nossa força nas lutas concretas

Mesmo os pelegos estando bastante desacreditados, não conseguindo iludir as massas como antes, e mesmo com várias lutas se dando à revelia e contra eles, o cenário continua difícil para a luta sindical no país. Reflexo do próprio recuo da luta proletária e da crise do campo revolucionário, que poderia servir de alternativa ao peleguismo reinante.

Nosso patamar de luta está baixo no país, mas o que não falta é trabalho e construção a se fazer! Temos o desafio de continuar nas lutas por salários e melhores condições de trabalho, construindo organizações e coletivos autônomos de trabalhadores/as e rompendo com as amarras e as ilusões do peleguismo e desse novo governo.

Também é preciso aliar essa retomada e reorganização dos locais de trabalho com as formas de luta e união presentes nas periferias do país e nos enfrentamentos ocorridos no campo. Unir, nos locais onde for possível, os processos já em curso. Só assim teremos novas conquistas e barraremos os ataques que continuam no governo de Lula-Alckmin.

A difícil situação enfrentada pelas classes trabalhadoras no Brasil é também compartilhada pelos nossos irmãos e irmãs nos EUA, na China, na França… E em vários desses lugares há lutas importantes em curso, que devem servir de inspiração para nós.

A LUTA CONTINUA!

15/09/2023

 

Carta aos companheir@s sobre a greve na CSN

 

 

  A Carta do Novo Germinal, ora publicada neste portal, tem por objetivo refletir e debater a experiência da greve dos operários da CSN – motivo de artigos, vídeos e áudios, dos participantes da paralisação ou de seus apoiadores. A greve na CSN delineia, apesar do seu caráter localizado até o momento, uma tendência nacional, cujas limitações e possibilidades precisam ser compreendidas e assimiladas sob a perspectiva da independência política da classe operária.

  Destina-se principalmente aos companheiros da Comissão de Base da Fábrica criada e eleita pelos operários em greve. Mas também à Federação Nacional dos Petroleiros (por meio do Sindipetro-RJ), assim como ao site Passa Palavra e aos dois grupos da Oposição Sindical Metalúrgica do Sul Fluminense, que tomaram posição no processo da paralisação.

  Novo Germinal é uma ferramenta de comunicação e formação do Centro de Estudos Victor Meyer, cuja programação encontra-se disponível como um canal no Youtube no endereço https://www.youtube.com/c/NovoGerminal

  

 

Vivemos uma época marcada pelo aumento da exploração, pela fome e opressão política. No meio do tormento, porém, irrompem lutas, esperanças de outro futuro. Esta tem sido a característica das greves desde 2020 e agora na greve dos operários da Companhia Siderúrgica Nacional, de Volta Redonda, ocorrida entre 11 e 22 de abril do corrente ano.

Porém o evento massivo da paralisação teve pouca repercussão pública, nos meios de comunicação da burguesia ou do movimento sindical dos trabalhadores. Pode-se até afirmar que entre a maioria absoluta dos sindicatos houve um silêncio gritante. O temor à “radicalização” das massas trabalhadoras e a atitude subserviente às leis e instituições da burguesia explica a omissão, inclusive das organizações pretensamente de esquerda. Nosso dever consiste exatamente em proceder de modo contrário, em dar o devido destaque para a luta e contribuir para o movimento comum de enfrentamento das forças do capital.

A presente Carta tem por objetivo refletir e debater a experiência da greve dos operários da CSN, motivo de artigos, vídeos e áudios, dos participantes da paralisação ou de seus apoiadores. Destina-se principalmente aos companheiros da Comissão de Base da Fábrica criada e eleita pelos operários em greve. Mas também à Federação Nacional dos Petroleiros (por meio do Sindipetro-RJ), assim como ao site Passa Palavra e aos dois grupos da Oposição Sindical Metalúrgica do Sul Fluminense, que tomaram posição no processo da paralisação.

A greve na CSN delineia, apesar do seu caráter localizado até o momento, uma tendência nacional, cujas limitações e possibilidades precisam ser compreendidas e assimiladas sob a perspectiva da independência política da classe operária. leia mais

A luta dos operários metalúrgicos de Cádis mostra o caminho para combater a sobre-exploração capitalista

Cem Flores 14.01.2022

 

Para as classes trabalhadoras de todo o mundo, o ano que passou foi marcado pela continuidade da pandemia e pela piora nas condições de vida causadas por mais uma crise econômica, estourada em 2020. Frente ao novo aumento da exploração, do desemprego, da carestia e da miséria, são inúmeras as formas e exemplos de resistência das massas exploradas para sobreviverem a esse duro período.  Nos bairros de periferia, nas ruas, nos locais de trabalho, as lutas têm acontecido, mesmo sob baixo nível de organização e ausência quase completa de posições revolucionárias. Essas lutas, que se voltam objetivamente contra nossos inimigos de classe, aqueles que nadam em dinheiro à custa de nosso suor e sangue, nos indicam o caminho correto a seguir. Será na resistência concreta que melhoraremos nossas vidas e daremos passos na construção de nossa força independente, de classe, em direção a uma nova sociedade sem exploradores.

Nesse período, importantes lutas operárias se destacaram. Em meados de 2021, as operárias têxteis de Lesoto, sul da África, protagonizaram uma combativa luta contra a exploração de empresas multinacionais, inclusive do imperialismo chinês, e a repressão policial e militar. Em outubro, houve uma greve nacional metalúrgica na África do Sul. Com protestos massivos em várias cidades, a greve durou três semanas e arrancou um reajuste salarial maior para a categoria. No mesmo mês, nos EUA, milhares de operários/as da fabricante de máquinas John Deere também entraram em greve. A paralisação, que durou trinta dias e marcou o fim de três décadas sem greves na categoria, soma-se a um ascenso de greves e descontentamento dos trabalhadores/as nos EUA. leia mais