Boletim de Conjuntura Nacional

Fatos & Crítica 40: O ato golpista de 8 de janeiro e as condições de luta dos trabalhadores

Coletivo do CVM

 

Em 8 de janeiro de 2023, um domingo, o Brasil assistiu, pela grande mídia burguesa e pelas redes sociais, à invasão de Brasília, capital federal, por uma multidão de bolsonaristas vindos de ônibus de diversos estados a qual se juntou um punhado de outros acampados diante do Quartel General do Comando Militar do Planalto (11ª Região Militar). Estimada em 4.000 manifestantes bolsonaristas, a multidão, uma verdadeira turba, sob a complacência das forças de segurança pública, principalmente do Exército, ocupou a Praça dos Três Poderes, e, durante quase duas horas, destruiu os edifícios e bens do patrimônio público da Presidência da República, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.  Foi um ato golpista de ampla repercussão, consequências e implicações.[1]

Duas semanas após a tentativa de golpe contra o governo Lula já é possível reconstituir o desenvolvimento que, depois da festiva posse presidencial, levou aos fatos de 8 de janeiro. Ao nos determos nesta análise pretendemos examinar as raízes e tendências do golpismo, inclusive das ações em resposta dadas pelo governo Lula, de modo a entender todo o processo como parte das condições de luta dos trabalhadores. leia mais

Fatos & Crítica 39 : A vitória eleitoral de Lula e a ameaça bolsonarista

Coletivo do CVM

 

Após a vitória de Lula no segundo turno das eleições, caminhoneiros bloquearam rodovias em vários pontos do país – em movimento orquestrado por determinação de donos de grandes frotas e pela vontade própria de motoristas autônomos – e aguardaram as ordens de Bolsonaro, como já haviam feito no dia 7 de setembro de 2021.

Como há um ano, quando teve que baixar o tom e se desculpar pelas agressões verbais a um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o pronunciamento do líder decepcionou suas bases: Bolsonaro veio a público dois dias depois da derrota e, em rápido discurso, agradeceu a votação que recebeu e disse que as manifestações eram resultado do “sentimento de injustiça”. Porém, condenou o “cerceamento do direito de ir e vir” (ou seja, os bloqueios das estradas) e reafirmou o seu compromisso com a Constituição. leia mais

Fatos & Crítica 38: A crise social, as manobras de Bolsonaro e as propostas da oposição

Coletivo do CVM

 

A crise social continua revelando suas terríveis consequências. Estima-se que 33 milhões de pessoas estejam passando fome no país, número que vem se acelerando nos últimos meses em função do aumento extraordinário do custo dos alimentos.

A pequena diminuição do desemprego no trimestre até maio – para 9,8% – não foi capaz de atenuar esse quadro geral de miséria, tendo em vista que o número de trabalhadores informais continua alto e o rendimento médio de R$ 2.613,00 revela uma perda de poder aquisitivo da ordem de 7,2% em relação ao mesmo período do ano passado. leia mais

Fatos & Crítica 37: Inflação, eleições e ameaça de golpe: a conjuntura política se agrava e as lutas dos trabalhadores apontam o caminho

Coletivo do CVM

 

Foto: Greve dos metalúrgicos da CSN – maio 2022

A maior taxa de inflação anual dos últimos 27 anos ocorreu no último mês de abril: atingiu nada menos que 12,3%!

E o trabalhador, como sempre, é a sua maior vítima: a corrosão do poder de compra do salário diminui imediatamente a quantidade (e a qualidade) dos alimentos e outros bens de consumo, necessários à sua sobrevivência e à de sua família. Se as campanhas e lutas salariais não forem suficientes para recompor o seu poder de compra, a consequência inevitável é uma só: o aumento da exploração do trabalhador. leia mais

Fatos & Crítica 36: Guerra da Ucrânia: “Os custos serão pagos pelos trabalhadores”

 

Este conflito, que tem uma gênese que vai muito além da conveniente interpretação de nossa mídia nacional e de nossos políticos, como toda guerra na história, terá sérias consequências para todos nós. Os custos serão pagos pelos trabalhadores. Na Ucrânia e na Rússia, é claro, mas também nos países europeus, através do aumento do custo de bens energéticos, como gás e petróleo e gastos militares.
[Unione Sindacale di Base – https://www.usb.it/leggi-notizia/ em 08/04/2022]

 

Assim se expressou um sindicato italiano a respeito da Guerra na Ucrânia. E eles não ficaram apenas nas palavras. Os trabalhadores sindicalizados do aeroporto civil de Pisa impediram o embarque de armas para a Ucrânia, que estavam disfarçadas de “ajuda humanitária”. Fizeram isso não apenas pelo fato de estar sendo utilizada uma instalação civil para fins militares, mas em apoio à paz e contra a OTAN. “Nós não concordamos em enviar armas… porque arriscamos uma terceira guerra mundial”, declararam. leia mais