Boletim de Conjuntura Nacional Nº 2 – agosto de 2013

Análise do Dia Nacional de Luta: limites do sindicalismo oficial e desafios para o movimento independente das classes trabalhadoras.

Coletivo CVM

O Dia Nacional de Luta no dia 11 de julho de 2013 é a primeira mobilização nacional das classes trabalhadoras das cidades e do campo em defesa de uma plataforma de lutas unitária desde a greve geral de 1991. Lembremos: esta greve foi convocada pela Central Única dos Trabalhadores e Confederação Geral dos Trabalhadores, com adesão estimada em 20 milhões de pessoas contra o governo de Fernando Collor de Mello, pela reposição das perdas salariais, garantia de emprego, defesa dos serviços públicos, reforma agrária, fim do aumento abusivo nos preços dos aluguéis e prestações da casa própria.

Contudo, o Dia Nacional de Luta de 2013 passou a impressão de ter sido um evento convocado para “não perder o trem da história”.

De fato, somente depois de uma semana após as manifestações populares terem tomado conta das ruas das capitais e grandes cidades, ocorridas entre 6 e 20 de junho, e apenas depois do pronunciamento da presidente da República no dia 21, em cadeia nacional, a  CUT Nacional convocou, no dia 26 de junho, “mobilização em torno da Pauta da Classe Trabalhadora” no dia 11 de julho.

Sempre podemos dizer antes tarde do que nunca, afinal se tratou de uma manifestação de classe que precisa ser destacada no panorama das lutas então em curso. Entretanto, como veremos adiante, a Intersindical pôs em questão a suposta “unidade” do movimento. A própria mobilização das centrais mostrou uma frouxidão incompatível com o ato convocado, cujos resultados foram paradoxalmente mais amplos do que se poderia supor. Esse paradoxo precisa ser explicado para termos uma visão mais concreta da capacidade de luta das classes trabalhadoras sob a atual direção das centrais sindicais e dos desafios postos à mobilização independente das classes trabalhadoras.

Análise do evento

Comecemos pelos dados disponíveis por meio da internet, informadas pelas centrais sindicatos, por sindicatos de suas bases, pela imprensa burguesa e pela imprensa caracterizada como independente. Advertimos desde já se tratar de uma pesquisa limitada a algumas capitais e cidades. As informações sobre bloqueio das rodovias foram coletadas na página do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

As manifestações convocadas pelas centrais sindicais no Dia Nacional de Luta, realizado em 11 de julho de 2013, envolveram um número estimado em 100 mil manifestantes por dirigentes da CUT, mas as paralisações provocadas por esses manifestantes nas empresas, cidades, rodovias e portos passaram da casa dos milhões. Esta realidade a imprensa burguesa tenta encobrir, reduzindo a análise aqueles diretamente mobilizados, e descaracterizar, apontando para a falta de bases das centrais sindicais. Apesar dessas declarações interessadas em minimizar a força dos trabalhadores, o Dia Nacional de Luta foi uma indicação das possibilidades de uma paralisação nacional. Vejamos os dados e as informações coletadas:

QUADRO DAS MANIFESTAÇÕES NO DIA NACIONAL DE LUTAS – 11 de julho de 2013

QUADRO GREVES 1

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