Arquivo da categoria: Artigos

Os trabalhadores e a Constituinte

Érico Sachs

Apresentação do CVM

No plebiscito ocorrido neste domingo, 25/10/2020, a população chilena votou por ampla maioria a favor de uma nova Constituição para substituir a herdada da era do ditador Pinochet. O plebiscito foi realizado após um ano de manifestações massivas da população contra as péssimas condições de vida e trabalho.

É possível imaginar que toda essa energia por mudanças possa se transformar no fortalecimento da organização independente dos trabalhadores, e no avanço de pautas de seu interesse enquanto classe. Porém, a assembleia constituinte pode ser a forma de atrair (e trair) a classe trabalhadora para um pantanoso terreno político, muito manjado pela burguesia. Para a classe dominante é sempre preferível transferir as lutas reivindicatórias dos trabalhadores para o campo institucional, isto é, para os domínios do aparelho de Estado burguês e seus tentáculos legais e jurídicos. leia mais

Eleições municipais de 15 de Novembro: política burguesa ou organização independente dos trabalhadores como classe? Contribuição para o debate (parte II)

Coletivo do CVM
14/10/2020

 

Contribuições para o debate

No documento “Eleições municipais de 15 de novembro: política burguesa ou organização independente dos trabalhadores como classe?” manifestamos uma posição contrária a participar da eleição para o poder executivo municipal, limitando esta participação ao apoio de candidaturas para conquistar representação nas câmaras de vereadores. Deixemos de pronto o esclarecimento de não se tratar aqui de uma novidade. Esta é a posição histórica do movimento socialista internacional que, dentro da corrente revolucionária, sempre se opôs a participar do Estado burguês. Dada à falta de tradição socialista em nosso país e o desconhecimento da história deste movimento, apresentamos a seguir algumas contribuições sobre os debates ocorridos na social-democracia europeia do final do século XIX, quando o problema foi colocado pela primeira vez. leia mais

Lições da greve nos Correios para a luta dos trabalhadores e das trabalhadoras hoje no Brasil

Cem Flores
02.10.2020

 

A greve ensina os operários a compreenderem onde repousa a força dos patrões e onde a dos operários, ensina a pensarem não só em seu patrão e em seus companheiros mais próximos, mas em todos os patrões, em toda a classe capitalista e em toda a classe operária. Quando um patrão que acumulou milhões às custas do trabalho de várias gerações de operários não concede o mais modesto aumento de salário e inclusive tenta reduzi-lo ainda mais e, no caso de os operários oferecerem resistência, põe na rua milhares de famílias famintas, então os operários veem com clareza que toda a classe capitalista é inimiga de toda a classe operária e que os operários só podem confiar em si mesmos e em sua união. Acontece muitas vezes que um patrão procura enganar, a todo transe, os operários, apresentar-se diante deles como um benfeitor, encobrir a exploração de seus operários com uma dádiva insignificante qualquer, com qualquer promessa falaz. Cada greve sempre destrói de imediato este engano, mostrando aos operários que seu “benfeitor” é um lobo com pele de cordeiro. Mas a greve abre os olhos dos operários não só quanto aos capitalistas, mas também no que se refere ao governo e às leis. […] O operário começa a entender que as leis são ditadas em benefício exclusivo dos ricos, que também os funcionários defendem os interesses dos ricos.

Lenin. Sobre as Greves, 1899.

 

A greve dos Correios chega ao fim – os ataques do patrão, não

No dia 21 de setembro ocorreu o julgamento da greve dos trabalhadores e das trabalhadoras dos Correios no Tribunal Superior do Trabalho (TST). O TST não julgou a greve formalmente abusiva e decidiu por um reajuste salarial de 2,6% para a categoria, ao contrário da posição da empresa. leia mais

Greve dos Correios deixa claro: as Oposições Sindicais são atuais e necessárias

Coletivo do CVM, 24/09/2020

 

No dia 21 de setembro terminou uma das mais longas greves neste ano de 2020. O processo da luta colocou questões de interesse para o conjunto das classes trabalhadoras no Brasil. Duas avultam em importância: o sentido histórico desta luta e as exigências de organização postas para o futuro imediato.

O balanço da greve nacional da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafo (ECT) feito pela Intersindical, Instrumento de luta e Organização da Classe trabalhadora, aponta o dedo na direção certa: a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) pelo fim dos direitos garantidos pelos servidores dos Correios em mais de 30 anos de luta deixa claro que a Justiça está a serviço da exploração patronal e “se aproveita da tragédia da pandemia para exterminar empregos, salários e direitos”. leia mais

De volta a carestia

Coletivo do CVM, 12/09/2020

 

A crise econômica, agravada pela pandemia do novo coronavírus, tem gerado altos índices de desemprego e constantes investidas patronais contra os salários e as condições de vida dos trabalhadores brasileiros. Porém, como se isso não bastasse, vem ocorrendo agora um aumento significativo do preço dos alimentos mais importantes, aqueles consumidos no dia a dia pelos trabalhadores e suas famílias.

Os números divulgados pelo IBGE são alarmantes: no ano de 2020, até o mês de agosto, o arroz subiu 19,25%; o feijão preto, 28,92%; o óleo de soja, cerca de 30%; o pão e a carne, cerca de 10%. Somente no mês de agosto, o tomate subiu 12,98%, o óleo de soja, 9,48%, o leite longa vida, 4,84%, as carnes, 3,33% e as frutas, 3,37%! Basta comparar esses aumentos com a diminuição real dos salários verificados em várias campanhas salariais recentes para se avaliar o rombo que a carestia está causando no orçamento do trabalhador. leia mais