Gaza, ano zero: as raízes do Holocausto palestino [parte 12]

Bernardo Kocher
Opera Mundi – 12 de setembro de 2024

 


A política genocida de Israel contra o povo palestino não se encerrará. Continuará ao longo dos anos por meio de um modelo já em operação na Cisjordânia.

 

Uma situação grave inundou o noticiário do Estado sionista nesta semana que passou: a descoberta dos corpos de seis cativos em túneis na Faixa de Gaza. Esta situação foi causada pelo desastre que se tornou a operação de resgate destes, depois de duas incursões bem sucedidas, em 8 de junho e em 21 de agosto. O impacto de tal fracasso conseguiu até mesmo tirar do noticiário a expectativa da retaliação do Irã e do Hezbollah pelas mortes de Ismail Haniyeh e Fuad Shukr. A primeira operação foi realizada em meio à intensa mortandade de civis, o que produziu cerca de duzentos e setenta mortos palestinos; a segunda não teve vítimas, já que o cativo estava sozinho em um recinto no interior da rede de túneis. leia mais

Na continuidade do marxismo revolucionário: O teórico comunista e internacionalista August Thalheimer morreu há 75 anos

Hubert Zaremba, Göttingen
Arbeiterpolitik – 28. Maio de 2024
Tradução: SAP

 

Apresentação

O presente artigo de Hubert Zaremba sobre August Thalheimer (18/03/1884 – 19/09/1948) reverencia o teórico e militante revolucionário alemão que nasceu em Affaltrach (atual Obersulm), no Reino de Württemberg, sendo proveniente de uma família judaica cujos membros atuavam no movimento socialista.

Dentre as inúmeras contribuições para a compreensão da luta de classes registradas pelo autor, – tal como a análise do caráter de classe do estado com base no 18 do Brumário de Marx – ficou faltando justamente a análise de Thalheimer sobre a configuração do imperialismo que emergia após a Segunda Grande Guerra. A contradição maior deixava de ser entre as principais potências imperialistas, cujo antagonismo (concorrência econômica e militar) cedia lugar para a cooperação, frente a ampliação do bloco socialista e a ameaça de nova onda revolucionária. Esta discussão está em Linhas e conceitos básicos da política internacional após a II Guerra Mundial, (clique e leia no Portal do CVM) documento escrito em 1946, e que define os conceitos de “cooperação antagônica” no contexto já mencionado.) leia mais

República Bolivariana da Venezuela: subdesenvolvimento e petróleo

Glaudionor Barbosa

 

É o petróleo, estúpido (Parodiando James Carville)

Porque o que os imperialistas não podem nos perdoar é que estamos aqui, o que os imperialistas não podem nos perdoar é a dignidade, a integridade, a coragem, a firmeza ideológica, o espírito de sacrifício e o espírito revolucionário do povo cubano.

É isso que eles não podem nos perdoar, que estejamos bem debaixo de seus narizes e que fizemos uma Revolução Socialista bem debaixo do nariz dos Estados Unidos!

E que defendamos esta Revolução socialista com essas espingardas! E que defendamos essa Revolução socialista com a coragem com que ontem os nossos artilheiros antiaéreos crivaram de balas os aviões atacantes!

Camaradas operários e camponeses, esta é a Revolução socialista e democrática dos humildes, com os humildes e para os humildes. E por esta Revolução dos humildes, pelos humildes e pelos humildes, estamos dispostos a dar a vida. (CASTRO, 1961)

 

 

1. Introdução

Este texto pretende discutir a atual situação da Venezuela do ponto de vista de uma economia política de nossa classe. É evidente que o maior inimigo da classe trabalhadora é a ignorância. Não é sem razão que deixar nossa classe na escuridão é o “feijão-com-arroz” da ideologia dos patrões. Conhecer as dificuldades e superações do povo venezuelano é uma obrigação de todo trabalhador consciente.

As duas chaves para compreensão da situação do país vizinho são o subdesenvolvimento econômico e social e a abundância de petróleo de máxima qualidade no território daquela Nação. leia mais

Gaza, ano zero: as raízes do Holocausto palestino [parte 11]

Bernardo Kocher
Prof.  História Contemporânea
Universidade Federal Fluminense
Publicado no Opera Mundi em 01º de setembro de 2024.

O Estado sionista realiza funções como um Estado subimperialista, sendo regiamente recompensado (econômica e politicamente) pelos seus mentores

 

Conforme viemos afirmando em artigos anteriores, a invasão de Rafah, localizada na parte norte da Faixa de Gaza, a última porção do enclave a ser ocupada – e que consolidou a ocupação física pelos sionistas do território como um todo –, promoveu uma demarcação crucial na política social genocida aplicada contra os palestinos há dez meses. Como o predomínio militar sobre o território por parte dos sionistas se consumou, poder-se-ia esperar o fim da violência. Numa situação normal, ou seja, sem a incidência de uma política social genocida, a vitória do invasor sionista poderia ter sido ali anunciada. leia mais

Bélgica: a esquerda pode ser bem-sucedida. O exemplo do partido do trabalho belga (PTB/PvdA)

Arbeiterstimme nº 220 / 2023
tradução de Fernando Tavira

“Certamente, apenas o entusiasmo pode realizar grandes obras; é necessário convicção e confiança; clareza sobre o caminho e o objetivo.” (Karl Liebknecht) “Tudo isso falta no partido DIE LINKE.”

Michael Brie: O que fazer em tempos de guerra

 

Sobre a situação e as perspectivas da esquerda na Europa, Heinz Bierbaum, que foi presidente da Esquerda Europeia até dezembro de 2022, escreveu um artigo na revista Sozialismus e chegou, entre outras coisas, à seguinte conclusão: “No geral, os partidos de esquerda na Europa são relativamente fracos e geralmente não ultrapassam 10% nas eleições.” Exceções são o Syriza na Grécia, o AKEL em Chipre, com resultados acima de 20%. O Podemos na Espanha e o France Insoumise tiveram inicialmente maiores sucessos eleitorais, mas perderam popularidade entre os eleitores. “A única exceção é o Partido do Trabalho da Bélgica (PTB)”, diz Bierbaum, “que parece estar no caminho para sair do gueto dos 10%. Passou por uma transformação notável de uma organização maoísta para um partido do trabalho enraizado na classe trabalhadora e tornou-se o representante político dos socialmente desfavorecidos.” Quem acompanhou as publicações e debates da esquerda alemã nos últimos anos pode se surpreender com a avaliação de Heinz Bierbaum. Pois o partido belga quase não teve papel relevante. Um editor do Junge Welt comentou, a pedido do autor deste artigo, que o partido “não estava no radar”. leia mais