Novo Germinal: Genocídio palestino, resistência histórica e luta pela sobrevivência. Entrevista com Angélica Reis e André Frej

Nesta segunda-feira, 13/11, às 19h, no programa Segunda Opinião, André Frej e Angélica Reis, da Aliança Palestina/Recife abordam o atual Genocídio do povo palestino, promovido pelo Estado de Israel com apoio dos EUA e da Europa, sob a falsa e esfarrapada desculpa do “direito de defesa”.

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Fatos & Crítica n° 43: Movimento dos trabalhadores: luz no fim do túnel?

 

 

Os indicadores disponíveis demonstram que a economia brasileira continua cambaleante, mesmo com alguns resultados recentes levemente positivos. O componente mais importante de uma economia capitalista, sustentada pela exploração da mais-valia, é a acumulação de capital, que pode ser revelada pelo nível de investimento.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em agosto de 2023, o investimento em máquinas e equipamentos, medido pela produção nacional não-exportada, ou seja, com destino ao mercado interno, mais as importações, apresentou um recuo de 2,4% em relação ao mês anterior. Tal recuo é composto por um crescimento de 1,4% na produção nacional e por uma queda de 6,3% nas importações. Nos doze meses terminados em agosto, o IPEA indica que houve uma redução de 5,0% no investimento em máquinas e equipamentos e de 0,4% na formação bruta de capital fixo (categoria que inclui também a construção civil e outros ativos fixos). E, sem investimentos, não haverá crescimento mais à frente.

Cabe, entretanto, observar que, segundo os Indicadores Econômicos da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), a utilização da capacidade instalada na indústria de transformação vem decrescendo regularmente desde janeiro de 2022, chegando a 78,1% em setembro de 2023. A existência de capacidade ociosa na indústria, ou seja, de capacidade instalada não utilizada, representa um desestímulo ao investimento em máquinas e equipamentos, mas permite algum crescimento no setor industrial no curto prazo.

Vamos então ao desempenho geral da economia. No primeiro semestre de 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) teve crescimento de 3,7% em relação ao mesmo período de 2022, com a seguinte distribuição setorial: Agropecuária (17,9%), Indústria (1,7%) e Serviços (2,6%). Mesmo considerando que parte do Produto de Serviços, como transportes, logística etc., serve ao setor industrial e que o agronegócio é formado por segmentos industriais em um nível de integração horizontal e vertical muito forte, não se pode deixar de notar, mais uma vez, o baixo desempenho das indústrias. leia mais

Novo Germinal: Acerca da organização dos trabalhadores, o que temos e o que precisamos. Entrevista com Acrísio Mota

Nesta segunda-feira, 04 de novembro, no programa Segunda Opinião, vamos receber o educador popular Acrísio Mota (NEP 13 de Maio) para debater a organização da classe trabalhadora que temos e a que precisamos ter.

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O texto de referência para este debate está publicado no link: https://criticadaeconomia.com/2017/12/correspondencia-internacional-acerca-da-organizacao-dos-trabalhadores/

DOSSIÊ – A greve nas 3 montadoras e a atuação da UAW

Apresentação

 

Em “Somos parte da revolução mundial”, trecho de Caminho e caráter da revolução brasileira (pg 9.), documento escrito no exílio em 1970, Erico Sachs levantou a possibilidade de que um novo ciclo da revolução mundial viesse a ocorrer nos países industrializados do Ocidente, destacando a Europa Ocidental. Cogitou que o ponto mais baixo da curva parecia superado, com a emergência de crises cujos primeiros sintomas eram a queda de produção e o desemprego seguintes à crise do dólar e do ouro nos EUA e a radicalização do proletariado europeu. Essas previsões não se confirmaram. A luta dos operários para garantir institucionalmente as conquistas parciais – e não um processo revolucionário – foram revertidas depois que a crise econômica aberta com a recessão mundial de 1974 foi superada mediante a chamada “reestruturação produtiva” do capitalismo, permitindo elevar a taxa de exploração da força de trabalho e deprimir os salários reais a partir da década de 1980, até nossos dias.

Os trabalhadores pareciam estar completamente submetidos ao capital, integrados no capitalismo, exprimindo assim o retorno à escravidão assalariada denunciada por Marx na sua época. Contudo, a contradição entre capital e trabalho continuou a se desenvolver nas últimas décadas. Bastou a volta da inflação para o ressurgimento de greves no centro do capitalismo, inicialmente na Europa. A queda do salário real no período apontado constitui um dos motivos da greve que, a partir de 15 de setembro de 2023 tomou conta da indústria automobilística nos EUA, ainda em curso, afetando principalmente as três maiores empresas (GM, Ford, Stellantis). Superar a divisão de dois níveis, entre trabalhadores empregados permanentes e temporários constitui uma razão adicional da mobilização, sobretudo com a expansão dos contratos temporários entre os trabalhadores nas fábricas de veículos elétricos. A sindicalização traduziu o esforço organizativo aí surgido.

A greve tem um sentido internacional pela dimensão contratual que envolve toda a rede de empresas de cada grupo automotivo[1] e por apontar uma direção à luta sindical para o conjunto dos trabalhadores do setor industrial no mundo, inclusive no Brasil, como aliás sugere a participação de delegação da UAW no 14º. Concut.

O que nos importa, desde numa perspectiva revolucionária, é responder às questões aí surgidas. Alguns articulistas de esquerda levantaram a hipótese de que disposição de luta manifestada na paralisação permite falar em militância com sentido de classe. Porém temos de nos perguntar se esse fenômeno está de fato acontecendo. Por outro lado, a combatividade da massa operária nas fábricas nessa direção se encontra bloqueada pela liderança reformista do sindicato?

O presente dossiê traz algumas contribuições[2] para responder a tais questões, com a seleção de artigos e do discurso do dirigente da UAW, para, no final iniciar uma reflexão sobre o que se passa no movimento sindical dos EUA.

Além dessa apresentação, o sumário e a avaliação da atuação da UAW estão publicados a seguir e a versão integral em PDF, com todos os textos podem ser acessados  aqui.

João Ferreira – 23/10/2023

Notas

[1] Enquanto a General Motors e a Ford são empresas americanas que se expandiram mundialmente, a Stellantis é o conglomerado que resultou, em 2021, da fusão da Fiat-Chrysler com o Grupo PSA (Peugeot Société Anonyme), expressando o movimento do grande capital europeu na direção dos EUA. A Stellantis é composta por 14 empresas.

[2] Os textos foram copiados e traduzidos de Jacobin, Labor Notes, WWS e Viento Sur, com sites disponíveis na internet.

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