Os indicadores disponíveis demonstram que a economia brasileira continua cambaleante, mesmo com alguns resultados recentes levemente positivos. O componente mais importante de uma economia capitalista, sustentada pela exploração da mais-valia, é a acumulação de capital, que pode ser revelada pelo nível de investimento.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em agosto de 2023, o investimento em máquinas e equipamentos, medido pela produção nacional não-exportada, ou seja, com destino ao mercado interno, mais as importações, apresentou um recuo de 2,4% em relação ao mês anterior. Tal recuo é composto por um crescimento de 1,4% na produção nacional e por uma queda de 6,3% nas importações. Nos doze meses terminados em agosto, o IPEA indica que houve uma redução de 5,0% no investimento em máquinas e equipamentos e de 0,4% na formação bruta de capital fixo (categoria que inclui também a construção civil e outros ativos fixos). E, sem investimentos, não haverá crescimento mais à frente.
Cabe, entretanto, observar que, segundo os Indicadores Econômicos da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), a utilização da capacidade instalada na indústria de transformação vem decrescendo regularmente desde janeiro de 2022, chegando a 78,1% em setembro de 2023. A existência de capacidade ociosa na indústria, ou seja, de capacidade instalada não utilizada, representa um desestímulo ao investimento em máquinas e equipamentos, mas permite algum crescimento no setor industrial no curto prazo.
Vamos então ao desempenho geral da economia. No primeiro semestre de 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) teve crescimento de 3,7% em relação ao mesmo período de 2022, com a seguinte distribuição setorial: Agropecuária (17,9%), Indústria (1,7%) e Serviços (2,6%). Mesmo considerando que parte do Produto de Serviços, como transportes, logística etc., serve ao setor industrial e que o agronegócio é formado por segmentos industriais em um nível de integração horizontal e vertical muito forte, não se pode deixar de notar, mais uma vez, o baixo desempenho das indústrias. leia mais