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Violência no campo: número de conflitos registrados pela CPT em 2020 é o maior dos últimos 35 anos

Instituto Humanitas Unisinos
Foto
: Povo Munduruku. Na última semana, uma liderança Munduruku teve sua casa incendiada no Pará.

A reportagem é de Jorge Eduardo Dantas, publicado por Greenpeace Brasil, 31-05-2021.
Foram registradas 2.054 ocorrências em 2020, um aumento de 8% em relação a 2019. Esse é o maior número de ocorrências de conflitos no campo já registrado pela organização desde 1985. Foram 914.144 pessoas envolvidas em conflitos ano passado, um aumento de 2% em relação ao ano anterior.

 

Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou hoje (31) os números do relatório Violência no Campo 2020, um levantamento com os registros de todas as ocorrências de conflitos registrados durante o ano passado nas zonas rurais do Brasil. Os números são assustadores: de acordo com a CPT, os episódios de violência nunca foram tão altos e os números são os maiores dos últimos 35 anos. leia mais

Tão longe, tão perto: 150 anos da Comuna de Paris

Jan Cenek
Passapalavra 

 

A radicalidade da Comuna de Paris contrasta com os limites do tempo presente. Atualmente, a emancipação do trabalho, parece, ao mesmo tempo, mais possível e mais difícil.

A Comuna de Paris completou 150 anos em 18 março. Foi uma experiência fundamental para o proletariado, influenciou lutas posteriores como, por exemplo, a Revolução Russa. Apesar de ter durado apenas 72 dias, colocou, pela primeira vez, a possibilidade concreta de emancipação do trabalho. A radicalidade da Comuna de Paris contrasta com os limites do tempo presente. Atualmente, a emancipação do trabalho, parece, ao mesmo tempo, mais possível e mais difícil. Daí o título, “tão longe, tão perto”.

A Comuna de Paris se comunicava por meio de cartazes, experiência retomada, posteriormente, no maio de 1968 francês. Alguns cartazes e decretos da época podem ser consultados aqui. Dando continuidade à discussão iniciada na coluna anterior, comento algumas comunicações da Comuna de Paris, todas reais, com exceção da última, que não ocorreu. É uma tentativa de pensar o processo revolucionário a partir dos documentos produzidos no calor dos acontecimentos. leia mais

As duras condições de vida e de trabalho das classes trabalhadoras no Brasil atual. Resistir é preciso!

Cem Flores – 14/05/2021
Foto em destaque acima: Fila de mulheres e crianças à espera da distribuição de marmitas em Paraisópolis (SP). A fome voltou com força na casa dos/as trabalhadores/as nesta crise do capital.

 

A situação da classe operária e das massas trabalhadoras no Brasil se agravou profundamente com as sucessivas crises econômicas dos últimos anos. Principalmente desde 2015, o mercado de trabalho brasileiro passa por uma profunda deterioração. E os patrões, para recuperar seus lucros e retomar a acumulação de seus capitais, aproveitam essa realidade para intensificar sua ofensiva de classe, com mais exploração e violência. A imensa reforma trabalhista de 2017 é um dos vários exemplos dessa ofensiva, que tem atravessado governos da “esquerda” à extrema-direita. leia mais

De movimento a movimento: aliança campo e cidade por soberania alimentar nos territórios

CEAS, Centro de Estudos e Ação Social

 

Articulação e solidariedade entre comunidades rurais e urbanas são alternativas para fortalecimento territorial e defesa da vida

No dia 30 de abril, última sexta-feira, foi realizada mais uma importante ação de solidariedade entre movimentos do campo e da cidade com o objetivo de promover a segurança alimentar e a defesa dos territórios. Cerca de 2,4 toneladas de alimentos agroecológicos, distribuídos em 150 cestas, foram entregues a comunidades periféricas de Salvador. Os alimentos são oriundos de áreas de Reforma Agrária, organizadas pelo Movimento CETA, no sul da Bahia, e pela Pastoral Rural da Diocese de Paulo Afonso; os destinos das cestas na capital baiana, articulados através do trabalho do CEAS, foram: Alto das Pombas, com a liderança do GRUMAP (Grupo de Mulheres do Alto das Pombas), comunidades do Movimento Sem Teto da Bahia – ocupações do Centro Histórico e a Quilombo do Paraíso, no subúrbio, Artífices da Ladeira da Conceição da Praia e Vila Coração de Maria, no bairro 2 de julho. leia mais

Portugal 1974: Liquidação das conquistas democráticas

Ernesto Martins (Érico Sachs) – Fevereiro de 1976

Neste 25 de abril em Portugal, há precisamente 47 anos, irrompia a Revolução dos Cravos que derrubou a ditadura de Salazar que vigorava  desde 1933. O CVM publica a análise de Ernesto Martins (Érico Sachs) sobre este momento histórico, que foi escrita originalmente para a Revista Marxismo Militante Nº 2 exterior em fevereiro de 1976.  (CVM)

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O Segundo Pacto, concluído entre militares e representantes dos partidos políticos, deverá marcar a volta de Portugal a um regime democrático-parlamentar burguês. Embora os militares resguardassem o direito de intervenção política nos próximos quatro anos, o princípio da divisão dos poderes e o acesso dos políticos ao governo foram garantidos pelo Pacto. leia mais