Arquivo da categoria: exploração capitalista

O plano “mais brasil” de Bolsonaro significa: mais lucro para os patrões, mais miséria para os trabalhadores

Do portal da Intersindical, instrumento de luta e organização da classe trabalhadora

As PEC’s apresentadas pelo governo Bolsonaro, através de seu ministro da economia Paulo Guedes, o fiel escudeiro dos banqueiros, quer impor ao Brasil as mesmas políticas impostas pela ditadura de Pinochet no Chile, que provocou mais miséria e privatização de serviços essenciais à população trabalhadora, como Saúde, Educação, Previdência.

O pacote batizado pelo governo de Plano “Mais Brasil”, na realidade tem por objetivo desviar recursos da saúde e da educação, congelar os reajustes do salário mínimo, liberar geral as privatizações, diminuir os salários e a jornada de trabalho dos servidores que atendem diretamente a população trabalhadora.

Para os patrões, lucro garantido; para os trabalhadores, mais miséria: o discurso do governo e a propaganda desesperada da grande imprensa apoiando o projeto tenta esconder que o real objetivo desse pacote perverso é acabar com o serviço público e aumentar a desigualdade social, por isso é preciso enxergar para além da propaganda hipócrita desse governo que a cada ato vomita seu ódio contra os trabalhadores:

– A PEC impõe o congelamento do reajuste dos salários mínimos, ou seja, se hoje o salário mínimo não cobre o básico para sobrevivência, só o repasse do índice do INPC vai impedir que milhões de trabalhadores, que hoje só recebem o salário mínimo, tenham condições de colocar comida em casa e pagar outras despesas básicas para sobrevivência. leia mais

Mais uma violência contra a classe trabalhadora: maioria do senado aprova a reforma da previdência que protege os patrões e ataca os direitos dos trabalhadores

Do portal da Intersindical, instrumento de luta e organização da classe trabalhadora

Em Brasília, nessa semana, o Senado Federal aprovou em primeira votação a desumana reforma da Previdência do governo Bolsonaro, que aumenta o tempo de contribuição e a idade para aposentadoria, além de diminuir os valores que serão pagos aos trabalhadores.

Além do aumento da idade, do tempo de contribuição e da diminuição dos valores das aposentadorias, a reforma ataca outros direitos da Previdência, como as pensões, as aposentadorias por invalidez e também a aposentadoria especial, pois aumenta o tempo de trabalho para os trabalhadores que são obrigados a trabalhar em situações de mais risco; ou seja, o governo e sua corja no Congresso Nacional quer obrigar os trabalhadores a trabalhar até morrer, ao mesmo tempo em que segue protegendo as empresas que não pagam o que devem à Previdência.

A proposta aprovada na Câmara dos deputados sofreu pouquíssimas alterações no Senado federal e nenhuma delas têm o objetivo de combater o calote à Previdência, de mais de R$500 bilhões, de grandes empresas do setor industrial, financeiro, do comércio e agronegócio. leia mais

Os impactos iniciais dos primeiros seis meses da reforma trabalhista

ESPECIAL CVM 1º DE MAIO !

Para a comemoração do 1º de maio de hoje, o CVM publica uma série de artigos sobre a luta da classe trabalhadora contra o Capital e seu Estado.

Publicamos aqui o artigo do blog Cem Flores intitulado “Os impactos iniciais dos primeiros seis meses da reforma trabalhista” (em realidade, uma contrarreforma), que analisa a ofensiva da classe dominante que visa “melhorar/retomar as condições para acumulação dos capitais via aumento da exploração e da dominação de classe.”

O artigo “1º de maio de 68: os trabalhadores expulsam governador e pelegos da praça” foi publicado no periódico Movimento Operário – Jornal de Luta dos trabalhadores – nº 4, em maio de 1968 pelo POC , Partido Operário Comunista (1968-1970). Registra a manifestação operária na Praça da Sé no passado recente em nosso país, numa demonstração de que os interesses dos trabalhadores não se misturam com os dos patrões. Um gesto na direção oposta da conciliação de classes que tanto as lideranças neopelegas acenam para os trabalhadores nos dias de hoje. O 1º de maio de 68 foi marcado também pela grande greve dos metalúrgicos de Minas, que naquele momento rasgou na prática a “lei trabalhista” feita para cercear a luta por aumento salarial.

O 1º de maio remete também às lutas de maio de 68 em França, frequentemente relembradas na mídia burguesa pelas imagens das marchas estudantis nas ruas de Paris enfrentando a repressão do Estado burgues. Não por acaso é omitido o fato de que este período foi marcado pela força das greves que paralisaram o país, envolvendo cerca de 4 milhões de trabalhadores franceses por mais de três semanas e 2 milhões por mais de quatro semanas. Publicamos o artigo de Peter Schwarz , “1968: A greve geral e a revolta estudantil na França“, parte 1e 2 de uma série de 4, que observa  esses acontecimentos tendo como “pano de fundo (…) a primeira crise profunda da economia capitalista desde a Segunda Guerra”.

Por fim, a Intersindical – Instrumento de luta e organização da classe trabalhadora,tem a palavra na convocação de um 1º de maio de lutas: “No Brasil vivemos num momento em que a burguesia troca o presidente da República,  coloca um ex-presidente na cadeia e libera defensores da Ditadura Militar para serem candidatos, tudo para avançar contra os direitos da classe trabalhadora. Só as eleições não bastam. É preciso lutar!

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Do blog Cem Flores

Em mais um 1º de Maio, o trabalhador tem pouco ou quase nada a comemorar – e muito ou por quase tudo a lutar. Seja pelo persistente flagelo do desemprego, que voltou a crescer em plena “recuperação”(sic) econômica, como anunciou o IBGE no dia 27/04/2018[i]– e com ele a dura realidade da miséria, que só aumenta e se consolida[ii]. Seja, para aqueles que possuem a estranha sorte de estar na máquina de moer do capital, pelas condições precárias de trabalho e o cotidiano de exploração, aguçados e ainda mais legitimados pela última reforma trabalhista.

Passados quase seis meses da entrada em vigor das brutais mudanças na CLT (Lei 13.467/17), faz-se necessário um balaço de curto prazo do seu impacto na luta da classe operária e dos demais trabalhadores contra o capital e seu Estado. leia mais

A atual reforma trabalhista e a luta de classes no Brasil – 2ª parte

Do portal Cem Flores

Para aprimorar a análise e a resistência

Com a reforma aprovada, é preciso não só analisar os impactos imediatos e futuros para a luta de classes, mas também entender as razões pelas quais a resistência a esta não logrou êxito.

Em primeiro lugar, o reformismo, que hoje branda, na maior parte como blefe, contra a reforma, pouco tempo atrás era o elemento articulador da mesma. O Programa de Proteção ao Emprego (PPE)[1] costurado pelos sindicatos cutistas e o governo petista, no mesmo período dos documentos da CNI, foi o laboratório de tal reforma, reconhecido até mesmo no corpo da nova lei – mudando para o nome de Programa de Seguro-Emprego (PSE). Se hoje clamam por resistência apenas de boca para fora (só ver as Greves Gerais esvaziadas propositalmente), é muito mais porque lhes foi tirado o governo central – que estava a fazer o mesmo, e fará caso volte. Antes de culpar a “massa alienada” que não se revolta, esses mesmos oportunistas, no governo anterior, estavam nos chãos de fábrica convencendo os operários a cederem conquistas em troca de migalhas que em pouco tempo se revelaram ilusões. Os PPE e layoffs da vida não foram garantias para os operários, que continuaram sendo demitidos e mais explorados: no limite foram garantias dos pelegos com seus verdadeiros aliados, os patrões.

Ainda, é preciso levar em consideração outro fator que explica parcialmente a aprovação “sem luta” – mesmo com uma importante Greve Geral[2] nesse período e a luta surda e cotidiana para ao menos sobreviver em um universo hostil de 14 milhões de desempregados. Além da predominância do reformismo nas entidades e organizações sindicais hoje no país, tem-se uma parcela enorme de trabalhadores que já vivem na prática uma CLT desmontada. Só ver o tamanho do setor informal (cada vez mais crescente desde a crise![3]). Seu dia-a-dia está longe de uma “proteção” laboral. E as mudanças legais vieram nada mais que referendar uma realidade há muito conhecida e combatida das mais diversas formas, invisíveis ao olhar sindical.

Mesmo assim, as pesquisas de opinião mostravam forte e geral rejeição à reforma – mas, num cenário de extrema desorganização (alimentada inclusive por aqueles que fingem organizar, como os sindicatos[4]), como poderia ocorrer uma resistência mais consequente?

A resistência derrotada também se baseou, em grande parte, através de posições e interpretações provindas da ideologia dominante, como tentamos tipificar no início do texto. Ora, o simples fato de não enxergar que a CLT já se encontrava desmontada no cotidiano de uma parcela significativa dos trabalhadores, e só sob a tramitação de um projeto de lei se levantar palavras de ordem em sua defesa, denuncia ao menos dois erros comuns nas análises feitas pela “esquerda” no tocante reforma: a própria análise é legalista, pois defende que a lei (explícita ou implicitamente) possui o poder de moldar o real, e não o movimento do capital na luta de classes contra o proletariado, tendo a primazia sobre as práticas de fato realizadas no âmbito da produção; e com isso, não se consegue enxergar o papel concreto da forma da lei, quer seja, um parâmetro (importante, mas não essencial) para a ação das frações burguesas em sua dominação – explicitando assim o caráter organizador do Estado Capitalista, ao legitimar ou reorientar práticas da classe dominante, visando uma unidade mais eficiente e coerente, garantindo melhores condições de reprodução das relações de produção dominantes. Um exemplo clássico é a institucionalização de salários mínimos e jornadas máximas de trabalho em cada país.

Brunhoff nos ajuda nesse ponto, em sua análise ainda dos anos 1980:

Durante a crise, algumas práticas patronais correntes, mas até então disseminadas, procuram ser generalizadas e legitimadas. Assim, na França, o direito de demissão foi sempre exercido, já que cerca de 90% das demissões “econômicas” solicitadas eram concedidas. Mas o patronato pede mais: deseja que o direito de demitir seja exercido sem formalidades nem controles, segundo o modelo americano. De maneira mais geral, o que se procura, desta vez segundo o modelo japonês que se imagina, é a flexibilidade do emprego e condições de trabalho segundo as necessidades da empresa. Essa flexibilidade já existe sob diferentes formas, por exemplo, o trabalho por turnos de 3 x 8 horas ou o emprego de trabalhadores temporários. Mas isso é considerado insuficiente pela organização patronal francesa, porque é necessário um novo consenso sobre as condições de emprego que seja oficialmente ratificado por regras do jogo que tenham alcance geral. (A hora do mercado, 1991).

Ou seja, há um risco eminente de se praticar o socialismo jurídico no debate e combate à reforma trabalhista. Althusser (Sobre a reprodução, Vozes, 1999, p. 86) já advertia que, para não cair nessa ideologia burguesa (a jurídica), “na teoria marxista, é fundamental a distinção entre as relações de produção e o direito”. Por isso devemos tomar as mudanças na lei como um efeito da/na luta de classes, e não uma realidade que se encerra na forma da lei, e tirar daí suas principais determinações e efeitos. Eis a tese primeira que buscamos nos firmar, como dito na abertura desta análise.

Isso quer dizer, também, que as novidades trazidas pela reforma não necessariamente serão aplicadas de modo imediato, como se alarmava antes da aprovação, nem será de modo absoluto. Há obviamente uma estratégia política de cada setor do capital para sua aplicação, por exemplo. O fato é que o leque de instrumentos para exploração está mais condizente com o real já praticado, mais legitimado e por isso mesmo mais facilmente à disposição. Mas é fato, da mesma forma, que na luta de classes há mais de uma classe em luta. E sob a lente dessa outra classe, a classe operária, é que devemos olhar e agir a/na conjuntura. leia mais