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República Bolivariana da Venezuela: subdesenvolvimento e petróleo

Glaudionor Barbosa

 

É o petróleo, estúpido (Parodiando James Carville)

Porque o que os imperialistas não podem nos perdoar é que estamos aqui, o que os imperialistas não podem nos perdoar é a dignidade, a integridade, a coragem, a firmeza ideológica, o espírito de sacrifício e o espírito revolucionário do povo cubano.

É isso que eles não podem nos perdoar, que estejamos bem debaixo de seus narizes e que fizemos uma Revolução Socialista bem debaixo do nariz dos Estados Unidos!

E que defendamos esta Revolução socialista com essas espingardas! E que defendamos essa Revolução socialista com a coragem com que ontem os nossos artilheiros antiaéreos crivaram de balas os aviões atacantes!

Camaradas operários e camponeses, esta é a Revolução socialista e democrática dos humildes, com os humildes e para os humildes. E por esta Revolução dos humildes, pelos humildes e pelos humildes, estamos dispostos a dar a vida. (CASTRO, 1961)

 

 

1. Introdução

Este texto pretende discutir a atual situação da Venezuela do ponto de vista de uma economia política de nossa classe. É evidente que o maior inimigo da classe trabalhadora é a ignorância. Não é sem razão que deixar nossa classe na escuridão é o “feijão-com-arroz” da ideologia dos patrões. Conhecer as dificuldades e superações do povo venezuelano é uma obrigação de todo trabalhador consciente.

As duas chaves para compreensão da situação do país vizinho são o subdesenvolvimento econômico e social e a abundância de petróleo de máxima qualidade no território daquela Nação. leia mais

Gaza, ano zero: as raízes do Holocausto palestino [parte 11]

Bernardo Kocher
Prof.  História Contemporânea
Universidade Federal Fluminense
Publicado no Opera Mundi em 01º de setembro de 2024.

O Estado sionista realiza funções como um Estado subimperialista, sendo regiamente recompensado (econômica e politicamente) pelos seus mentores

 

Conforme viemos afirmando em artigos anteriores, a invasão de Rafah, localizada na parte norte da Faixa de Gaza, a última porção do enclave a ser ocupada – e que consolidou a ocupação física pelos sionistas do território como um todo –, promoveu uma demarcação crucial na política social genocida aplicada contra os palestinos há dez meses. Como o predomínio militar sobre o território por parte dos sionistas se consumou, poder-se-ia esperar o fim da violência. Numa situação normal, ou seja, sem a incidência de uma política social genocida, a vitória do invasor sionista poderia ter sido ali anunciada. leia mais

Bélgica: a esquerda pode ser bem-sucedida. O exemplo do partido do trabalho belga (PTB/PvdA)

Arbeiterstimme nº 220 / 2023
tradução de Fernando Tavira

“Certamente, apenas o entusiasmo pode realizar grandes obras; é necessário convicção e confiança; clareza sobre o caminho e o objetivo.” (Karl Liebknecht) “Tudo isso falta no partido DIE LINKE.”

Michael Brie: O que fazer em tempos de guerra

 

Sobre a situação e as perspectivas da esquerda na Europa, Heinz Bierbaum, que foi presidente da Esquerda Europeia até dezembro de 2022, escreveu um artigo na revista Sozialismus e chegou, entre outras coisas, à seguinte conclusão: “No geral, os partidos de esquerda na Europa são relativamente fracos e geralmente não ultrapassam 10% nas eleições.” Exceções são o Syriza na Grécia, o AKEL em Chipre, com resultados acima de 20%. O Podemos na Espanha e o France Insoumise tiveram inicialmente maiores sucessos eleitorais, mas perderam popularidade entre os eleitores. “A única exceção é o Partido do Trabalho da Bélgica (PTB)”, diz Bierbaum, “que parece estar no caminho para sair do gueto dos 10%. Passou por uma transformação notável de uma organização maoísta para um partido do trabalho enraizado na classe trabalhadora e tornou-se o representante político dos socialmente desfavorecidos.” Quem acompanhou as publicações e debates da esquerda alemã nos últimos anos pode se surpreender com a avaliação de Heinz Bierbaum. Pois o partido belga quase não teve papel relevante. Um editor do Junge Welt comentou, a pedido do autor deste artigo, que o partido “não estava no radar”. leia mais

Gaza, ano zero: as raízes do Holocausto palestino [parte 10]

Bernardo Kocher
Prof.  História Contemporânea
Universidade Federal Fluminense
Opera Mundi  – 14 de agosto de 2024.

 

Em meio a um conjunto de impactos que envolvem o seu governo e sua pessoa, Netanyahu está nadando de braçada na aplicação precisa do ideário sionista

 

Nos últimos trinta dias variados foram os eventos que cercaram a política social genocida praticada contra o povo palestino. Como afirmamos nos dois artigos anteriores, a chegada das tropas sionistas a Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, não definiu, como poder-se-ia pensar, o fim do processo iniciado em outubro de 2023. De uma forma geral, a ocupação de todo o enclave deveria significar o controle da situação. Aqui temos dois pontos chaves a serem considerados: a) a eliminação física da resistência armada do islã político não foi alcançada pela incursão militar; e, b) a indisposição clara do governo sionista em participar de qualquer tipo de acordo para a libertação dos seus nacionais. Dadas estas duas situações, consideramos que tais fatos demarcaram não o fim do confronto, mas um momento propício de uma longa trajetória que vem sendo trilhada pelo sionismo no Oriente Médio: a construção do Grande Israel. leia mais

A Venezuela depois das eleições

Claudio Katz
Professor de economia na Universidad Buenos Aires.
Autor de
Neoliberalismo, neodesenvolvimentismo, socialismo (Expressão Popular).
Tradução: Fernando Lima das Neves.
A terra é redonda 


Com ou sem atas, os Estados Unidos querem o petróleo da Venezuela

 

1.

Já se passaram duas semanas e continua a discussão sobre as atas, que é um tema muito polêmico e até agora não há dados sólidos para avaliar o que aconteceu. O Conselho Nacional Eleitoral mantém o anúncio da vitória de Nicolás Maduro, mas sem informações detalhadas por províncias, mesas ou distritos. O órgão tem 30 dias para divulgar esses relatórios, mas a demora gera muitas dúvidas, que não são resolvidas com a apresentação das atas por cada partido ao Poder Judiciário.

A principal explicação oficial para o impasse atual é a sabotagem sofrida pelo sistema eleitoral. Um ataque cibernético com invasão generalizada, que saturou as redes por meio de tráfego espúrio, ou seja, utilizando uma nova modalidade de conspiração digital. leia mais