50 anos da Organização Revolucionária Marxista Política Operária
O Projeto 50 anos da Organização Revolucionária Marxista Política Operária pretende aglutinar militantes e estudiosos das lutas sociais no país, ex-militantes e simpatizantes da Polop, no sentido de contribuir para a recuperação dos acervos de documentos elaborados, disponibilizá-los em arquivos de acesso público e em forma de livros. A importância desse trabalho fica ressaltada quando se identifica vários pesquisadores que, sem ter tido relação com a prática da Polop, dedicam- se hoje à elaboração de teses de mestrado sobre o papel da organização nas lutas sociais do país.
Atividades já desenvolvidas:
- Identificação e listagem de arquivos de documentos da Organização até então em mãos de particulares;
- Digitalização dos principais documentos;
- Organização e publicação do livro “Polop: uma trajetória de luta pela organização independente da classe operária no Brasil”, uma coletânea de textos da prática da Organização, alem de textos que se inserem no caminho do balanço da sua experiência;
- Assinatura de convênio com o Labelu, da UEFES (Feira de Santana) para guarda e preservação dos arquivos localizados na Bahia;
- Assinatura de convênio com o projeto Memórias Reveladas, do Arquivo Nacional, para centralizar o controle e disponibilização pública dos arquivos locados nas instituições de ensino e pesquisa.
- Organização de ato de comemoração dos 50 anos da fundação da Polop e o lançamento de livro com coletânea de textos provenientes do acervo.
- O Fundo Política Operária, ou Fundo POLOP, é um fundo do Arquivo Nacional, que reúne itens relacionados à Organização Revolucionária Marxista Política Operária (POLOP). Está sob a guarda do Arquivo Nacional desde 2010, recebido por doação do Centro de Estudos Victor Meyer.[1] O fundo reúne principalmente documentos de antigos militantes da organização, datando de 1960 a 2009.[2]Há documentos relacionados à POLOP sob a guarda de outras entidades: o Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, o Arquivo Edgard Leuenroth, o Centro de Documentação e Memória (UNESP), o Arquivo de Memória Operária do Rio de Janeiro, o Laboratório de História e Memória da Esquerda e das Lutas Sociais (UEFS) e o Núcleo de Documentação sobre Movimentos Sociais (UFPE).[1]
O fundo do Arquivo Nacional foi considerado um dos elementos para que o órgão federal se constitua em um “centro de referência das lutas políticas no Brasil (1964-1985).
Atividades planejadas:
- Dar continuidade às atividades de recuperação do acervo, através dos convênios assinados e outros que venha a ser firmados.
Construção do arquivo da Polop no Projeto Memórias Reveladas do Arquivo Nacional:
- DITADURA, ARQUIVO E MEMÓRIA: NOTAS PARA UM ESTUDO SOBRE O
CASO ORGANIZAÇÃO POLÍTICA OPERÁRIA (POLOP)
Dissertação de Mestrado autoria de Aline Camargo Torres
“A dissertação discute o processo de construção social dos arquivos e sua vinculação com a produção e difusão de narrativas memoriais, partindo da análise de um caso específico – a construção da memória da Política Operária (Polop) e a produção de um arquivo histórico da organização por parte de seus antigos militantes. Busca-se evidenciar como esse arquivo é produzido material e discursivamente pelo grupo, assim como pelas instituições custodiadoras, pelos profissionais de arquivo e pelas políticas públicas voltadas ao setor, que também exercem influência sobre a configuração adquirida por essas fontes históricas. Tomado, assim, menos como fonte e mais como objeto da investigação, o arquivo é compreendido como parte de um contexto de revisão memorial e historiográfica do período do regime militar (1964-1985), no qual adquire importância renovada. Deslocando-se o foco do conteúdo informacional dos arquivo sem direção ao papel que desempenham enquanto matéria para a construção de novas narrativas históricas, busca-se problematizar a construção dessas fontes e entender como elas adquirem legitimidade como chaves de interpretação do passado.”
Leia o texto na íntegra aqui:
Ditadura, Arquivo e Memória: Notas para um estudo sobre o caso da organização política operária (POLOP)