Fatos & Crítica nº 2: Jogo de soma nula

 

Os últimos acontecimentos mostram um governo federal desgastado e sem capacidade de reação diante dos péssimos resultados econômicos, de uma campanha sistemática da mídia empresarial e, principalmente, das investigações da Operação Lava-Jato, que incriminam parlamentares da base aliada e do PT e se aproximam perigosamente do financiamento da campanha da própria Dilma.

Apesar de ter implantado o programa econômico do capital financeiro, deixando o câmbio flutuar, aumentando drasticamente os juros, os impostos e os preços administrados, cortando gastos sociais do seguro-desemprego e das pensões dos trabalhadores e prometendo a privatização parcial da Caixa Econômica, o governo não foi capaz de neutralizar a virulenta campanha da mídia empresarial, que alimenta as manifestações pelo impeachment lideradas pelos setores direitistas radicais da pequena-burguesia.

Para agravar o cenário, uma greve nacional dos caminhoneiros – setor historicamente disponível para apoiar golpes e aventuras direitistas na América Latina – ameaçou o abastecimento das grandes cidades e a exportação de cargas agrícolas. Neste caso, a aprovação de uma lei regendo a atividade foi suficiente para abafar o movimento, restrito agora a bolsões que continuam a exigir a diminuição dos preços do diesel, mantidos altos pelo governo para capitalizar a Petrobras. leia mais

8 de março – sem as mulheres a luta fica pela metade e sem a classe trabalhadora a luta não avança

do site da Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora

EM MOVIMENTO POR NENHUM DIREITO A MENOS E PARA AVANÇAR RUMO A NOVAS CONQUISTAS

Mais um 8 de março onde em nosso locais de trabalho, estudo e moradia lutamos lado a lado com nossa classe contra os ataques do Capital e seu Estado.

Somos metalúrgicas, sapateiras, operárias têxteis, professoras, bancárias, radialistas, servidoras públicas, trabalhadoras de diversas categorias que juntas aos nossos,de nossa classe estamos nas assembleias, greves, passeatas em luta por nenhum direito a menos e para avançar rumo a novas conquistas. leia mais

Marx contra a opressão das mulheres

Por Michael Löwy

Com efeito, Sobre o suicídio de Marx é uma das mais poderosas peças de acusação à opressão contra as mulheres já publicadas. Três dos quatro casos de suicídio mencionados nos extratos se referem a mulheres vítimas do patriarcado ou, nas palavras de Marx, da tirania familiar, uma forma de poder arbitrário que não foi derrubada pela Revolução Francesa (Somente uma das quatro histórias de suicídio selecionadas por Marx concerne a um homem – um desempregado, ex-membro da Guarda Real). Entre elas, duas são mulheres “burguesas” e a outra, de origem popular, filha de um alfaiate. Mas o destino delas fora selado mais pelo seu gênero do que por sua classe social.

No primeiro caso uma jovem é levada ao suicídio por seus pais, ilustrando a brutal autoridade do pater – e da mater – familias; Marx denuncia com veemência a covarde vingança dos indivíduos habitualmente forçados à submissão na sociedade burguesa, contra os ainda mais fracos que eles.

O segundo exemplo – o de uma jovem mulher da Martinica, trancada entre as quatro paredes da casa por seu marido ciumento, até que o desespero a leva ao suicídio – é de longe o mais importante, tanto por sua extensão como pelos ácidos comentários do jovem Marx a respeito. Aos seus olhos, o caso parece paradigmático do poder patriarcal absoluto dos homens contra suas esposas e de sua atitude de possuidores zelosos de uma propriedade privada. leia mais

Boletim de Conjuntura Nacional Nº 10: Crise de legitimidade política também será resolvida nas ruas

Coletivo CVM

CRISE DE LEGITIMIDADE POLÍTICA TAMBÉM SERÁ RESOLVIDA NAS RUAS

  1. A crise de legitimidade do governo Dilma Roussef

Os dois primeiros meses do segundo governo de Dilma Roussef que se completarão em 28 de fevereiro próximo foram marcados pela ampliação e aprofundamento da crise política que atinge as “alturas” do Estado burguês. As características da crise são: a divisão da coalizão PT-PMDB, com a decorrente perda de sustentação político parlamentar e o questionamento judicial do sistema político, incluindo a presidência da República, desencadeado pela Operação Lava-Jato da Polícia Federal contra a direção da Petrobrás.  O impeachment de Dilma tornou-se bandeira de luta da pequena-burguesia direitista que, assumida pelo PSDB, provoca a resposta do PT e, assim, recoloca a polarização nos termos de uma oposição entre esquerda e direita. Tudo indica que a crise de legitimidade também se resolverá também nas ruas.

Lembremos aqui, de modo resumido, as raízes da crise, examinadas no boletim de conjuntura anterior: o resultado da eleição presidencial de 2014 deu vitória a Dilma Roussef por pequena margem de votos; ademais, Aécio Neves venceu com grande votação no Estado de São Paulo, derrotando o PT inclusive nas regiões operárias. A campanha foi caracterizada pelo crescimento de uma “onda conservadora”, contrapartida do esgotamento da política de conciliação de classes. leia mais

A luta operária contra a exploração capitalista e o Sindicalismo de parceria com o capital e o governo

A Luta Operária Contra a Exploração Capitalista e o Sindicalismo de Parceria com o Capital e o Governo

Do Blog Cem Flores 

 

“Se em seus conflitos diários com o capital cedessem covardemente ficariam os          operários, por certo, desclassificados para empreender outros movimentos de maior envergadura.” (Marx) [1]

“Cada greve lembra aos capitalistas que os verdadeiros donos não são eles, e sim os operários, que proclamam seus direitos com força crescente. Cada greve lembra aos operários que sua situação não é desesperada e que não estão sós. Vejam que enorme influência exerce uma greve tanto sobre os grevistas como sobre os operários das fábricas vizinhas ou próximas, ou das fábricas do mesmo ramo industrial.” (Lenin) [2]

 

O fato político mais importante deste início do ano foi, sem dúvida, a greve de 11 dias consecutivos (6 a 16 de janeiro) dos operários da Volkswagen (Anchieta) de São Bernardo do Campo. A última greve realizada na Volks-Anchieta aconteceu em setembro de 2006, assim como hoje, contra a demissão, à época, de 3.600 trabalhadores.

A unanimidade das correntes políticas sindicais consideraram a greve como uma vitória. Podemos, realmente, falar em vitória da greve? O que significa, para a classe operária, a vitória em uma greve? Melhor dizendo, quais os sentidos da greve para a luta operária? Uma resposta a estas questões deve assumir, do nosso ponto de vista, a perspectiva da classe operária, situar-se da posição dos operários na conjuntura da luta de classes.

Em primeiro lugar, é importante resgatar os acontecimentos que conduziram ao desencadeamento da greve. leia mais