Gaza, ano zero: as raízes do Holocausto palestino [parte 14]
Bernardo Kocher
Prof. História Contemporânea
Universidade Federal Fluminense
Opera Mundi – 28 de outubro de 2024
Foto de capa: UN Photo / Loey Felipe. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante a 79a sessão da Assembleia Geral da ONU.
“Insegurança” apontada por Netanyahu indica que “a obra” de criar um Oriente Médio perfeito para os fins ocidentais ainda não está acabada
Em seu discurso na Assembleia Geral das Organizações das Nações Unidas, por ocasião da abertura da 79a. Sessão da instituição, em 27 de setembro passado, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu exibiu dois mapas de fronteiras e de alianças do Oriente Médio, dividindo-o em duas porções: um seria o da “maldição” do Oriente Médio e o outro da “benção”. Há exatamente um ano, neste púlpito e com os mesmos propósitos institucionais, o governante sionista apresentou na sua alocução dois outros mapas também em cartazes que eram improvisadamente mantidos à vista da audiência e das câmeras. Naquela ocasião, a mensagem estava focada na provocativa proposição de que seria construído um novo Oriente Médio. Em nenhuma das duas versões gráficas existiria nada semelhante a um Estado palestino, somente o sionista e os demais países vizinhos. Mais uma vez, em 2018, e desta vez no discurso de abertura da 74a. Sessão da Assembleia Geral da ONU, o primeiro-ministro reaparece com um outro mapa, agora de áreas de Teerã onde ele argumentava que eram armazenadas armas nucleares. leia mais