Fatos & Crítica nº 3: Balbúrdia entre os representantes da classe dominante enquanto se mantém o jogo de soma nula

 

Nos quatro meses decorridos desde a última edição de Fatos & Crítica nº 2 pode-se dizer que a crise se mantém nos mesmos limites que deram origem ao título Jogo de soma nula. Apesar de ter conseguido aprovar parte do ajuste fiscal imposto pelos interesses do capital financeiro, no qual se unificam os interesses das demais frações do grande capital, do industrial ao agrário, o governo Dilma continuou a enfrentar a ameaça de impeachment e a recusa do Congresso a implementar outras medidas do ajuste, a exemplo do aumento dos impostos.

Uma aliança entre o PMDB e PSDB, interessados em desgastar e inviabilizar politicamente Dilma e o PT no rumo à sucessão de 2018, reuniu Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados e Aécio Neves, candidato derrotado na eleição passada e atual líder das pesquisas sobre intenções de voto se a eleição acontecesse no momento atual. Na primeira semana de julho, considerando a probabilidade do Tribunal de Contas da União rejeitar as contas do governo Dilma, articularam-se para o impeachment. Entretanto, pairava sobre a cabeça de Eduardo Cunha (e também de Renan Calheiros, presidente do Senado), a ameaça da cassação de mandato em decorrência de denúncias oriundas da Operação Lava-Jato. leia mais

A proposta das centrais sindicais Força Sindical, CUT, UGT e Nova Central que agora é uma proposta também do governo Dilma só tem um objetivo: aumentar o lucro dos patrões diminuindo os salários dos trabalhadores

Do site da Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora

 

Chamado de PPE (Programa de Proteção ao Emprego) esse projeto apresentado pelas centrais protege mesmo os interesses dos empresários.

Por essa proposta que tem por objetivo atingir a todos os trabalhadores sejam metalúrgicos, comerciários, bancários enfim, quando os patrões julgarem que estão em crise, através dos dados manipulados que serão aceitos pelo governo, eles poderão deixar de pagar 30% dos salários. leia mais

Seguimos firmes na luta contra o Plano de Proteção ao Empresariado

Do site da Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora

O governo Dilma mandou no dia 06 de julho Medida Provisória para o Congresso Nacional com o objetivo de colocar na lei a redução de salários de todos os trabalhadores.

A proposta foi apresentada pelas centrais sindicais: Força Sindical, CUT e UGT, como já tínhamos denunciado no inicio desse ano e defende que os patrões paguem apenas 70% dos salários. Dos 30% que seriam retirados dos trabalhadores, o governo paga 15% através dos recursos do FAT (Fundo de Amparo do Trabalhador) e os outros 15%? Ninguém paga, o trabalhador perde, enquanto o patrão embolsa 30% do salário de cada um.

Portanto a Programa de Proteção ao “Emprego, garante que os lucros dos patrões não sejam diminuídos, mas sim os salários dos trabalhadores e também direitos como férias, 13° salário, FGTS, INSS, ou seja, essa proposta ataca o trabalhador enquanto estiver trabalhando e depois também ao se aposentar. leia mais

Para entender a (ilegítima) Dívida Pública da Grécia

Enfim, ontem na Grécia uma ampla maioria da população votou pelo NÃO ao pagamento da dívida pública. Mas de onde veio essa dívida? Como ela se formou ? Que benefícios os empréstimos do FMI trouxeram à população ? As respostas à essas perguntas foram dadas por Maria Lúcia Fattorelli, auditora brasileira convidada pelo Syriza para fazer parte do Comitê pela Auditoria da Dívida Grega, juntamente com outros 30 especialistas internacionais. Maria Lúcia Fattorelli disseca os contratos firmados pelos governos anteriores com a troika - Comissão Européia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional - e revela uma falcatrua internacional escancarada. A dívida é criada a partir de empréstimos que beneficiam agentes financeiros privados, eleva-se artificialmente por mecanismos de securitização e se transforma em dívida pública, a ser paga com a privatização de setores produtivos. Já vimos esse filme.
A dívida atinge frontalmente a classe trabalhadora pois o Capital e seu Estado faz o seu pagamento através do aumento do grau de exploração da classe trabalhadora de forma direta (diminuição de salários) e indireta (redução de proteção social e serviços públicos).
A contraposição à esta audaciosa investida da burguesia financeira internacional e local deve se dar no campo político, econômico e ideológico. O caminho passa pela luta da classe trabalhadora por uma sociedade socialista, que promova a estatização do sistema financeiro, eliminando o parasitismo financeiro e a exploração capitalista.

 

 

Apresentamos a seguir a entrevista de Maria Lúcia Fattorelli publicada em Carta Capital, e ao final dois vídeos, um contendo sua entrevista recente para a TV Brasil e outro em  que ela apresenta o seu trabalho (em inglês, legendado) ao parlamento grego, revelando os mecanismos operacionais das fraudes financeiras (é isso mesmo, fraudes financeiras) com mais detalhes e de forma muito didática.  – CVM

 

“A dívida pública é um mega esquema de corrupção institucionalizado”
– Entrevista de Maria Lúcia Fattorelli para Carta Capital.

Para ex-auditora da Receita, convidada pelo Syriza para analisar a dívida grega, sistema atual provoca desvio de recursos públicos para o mercado financeiro.

Dois meses antes de o governo Dilma Rousseff anunciar oficialmente o corte de 70 bilhões de reais do Orçamento por conta do ajuste fiscal, uma brasileira foi convidada pelo Syriza, partido grego de esquerda que venceu as últimas eleições,para compor o Comitê pela Auditoria da Dívida Grega com outros 30 especialistas internacionais. A brasileira em questão é Maria Lucia Fattorelli, auditora aposentada da Receita Federal e fundadora do movimento “Auditoria Cidadã da Dívida” no Brasil. Mas o que o ajuste tem a ver com a recuperação da economia na Grécia? Tudo, diz Fattorelli. “A dívida pública é a espinha dorsal”.

Enquanto o Brasil caminha em direção à austeridade, a estudiosa participa da comissão que vai investigar os acordos, esquemas e fraudes na dívida pública que levaram a Grécia, segundo o Syriza, à crise econômica e social. “Existe um ‘sistema da dívida’. É a utilização desse instrumento [dívida pública] como veículo para desviar recursos públicos em direção ao sistema financeiro”, complementa Fattorelli. leia mais