Entre a fuga e o retorno: Érico Sachs no exílio na Alemanha (1970-1980)

 

APRESENTAÇÃO

Érico Sachs: Homenagem a um revolucionário (1922-1986)

Há 30 anos, no dia 9 de maio de 1986, morria no Rio de Janeiro um dos mais influentes líderes da “Política Operária” e do movimento revolucionário brasileiro: Érico Czaczkes Sachs.

Nascido em Viena em 1922, emigrou com sua mãe para a União Soviética em 1934, onde estudou na escola de língua alemã de Moscou, a Escola Karl Liebknecht, também conhecida como a “escola dos sonhos”. A instituição enquadrava-se na política soviética de promover a igualdade entre as inúmeras nacionalidades do país e era destinada, em princípio, a acolher os filhos da minoria alemã da URSS. Posteriormente, abrigou também os filhos dos comunistas de língua alemã que fugiam do fascismo. Por sua qualidade e por seu ensino de vanguarda, caracterizado por abrigar experiências pedagógicas ambiciosas para a época, como a abolição das notas, a promoção do sentimento coletivo por meio de trabalhos de grupo e a relação amigável entre alunos e professores, a escola também era muito procurada por pessoas que não tinham ascendência alemã.

De volta a Viena, após os expurgos stalinistas de 1937 e o fechamento da Escola Karl Liebknecht, Érico e sua mãe presenciaram a anexação da Áustria à Alemanha Nazista, em março de 1938. A vida naquele país se tornou impossível para eles, tanto por serem comunistas, como por sua ascendência judaica, dois motivos que, isoladamente, já seriam suficientes para merecer a perseguição dos fascistas.

Érico, então com 16 anos, conseguiu fugir para a França, disfarçado de excursionista, cruzando a pé a região de florestas entre a Alemanha e a Bélgica, contando com o apoio de contatos que possuía. Na França, conheceu o dirigente e teórico comunista alemão August Thalheimer e tornou-se o mais jovem membro da Oposição do Partido Comunista daquele país (KPD-O), cuja direção encontrava-se no exílio, após a ascensão de Hitler ao poder. Esse encontro marcou-o profundamente e foiresponsável pela formação ideológica crítica e independente, que constituiu a tônica da sua atuação política posterior.

A instabilidade da situação europeia fez com que ele e a mãe saíssem da França e viajassem para o Brasil, em maio de 1939, país onde um tio paterno já havia se estabelecido. Érico trabalhou até 1948 como gráfico, participando da organização do sindicato da categoria e, depois de aprender e dominar o português, dedicou-se ao jornalismo, em especial à cobertura da situação internacional, nos jornais “Correio da Manhã”, “Correio do Povo”, “Diário da Noite” e “Jornal do Commercio”.

O registro mais antigo da atuação política de Érico no país provém de um depoimento de Antônio Candido, no qualele relata a sua participação, já no final de 1942, no “Grupo Radical de Ação Popular” (GRAP), integrado porquatro estudantes de direito, um jornalista e o próprioÉrico, descrito por Candido como litógrafo e “marxista estrito”, que os iniciava em teóricos desconhecidos, como Thalheimer e Brandler. O grupo mantinha discussões políticas e preparava documentos de oposição ao Estado Novo.

Em 1957/58, Érico ingressou no Partido Socialista Brasileiro, segundo ele próprio porque a entidade não possuía ainda uma linha política estabelecida, permitindo-lhe uma maior liberdade nas discussões internas e nos debates teóricos, com o objetivo maior de influenciar o partido como um todo. Realizava debates semanais para os jovens do Partido, mas nas eleições presidenciais de 1960 a Ala Jovem defendeu o voto nulo, o que entrou em choque com a liderança partidária, que se comprometera com a candidatura Lott, ocasionando o alijamento dos jovens do partido e impossibilitando a continuidade do uso de suas dependências para os debates políticos.

Em fevereiro de 1961, Érico participou do Congresso de fundação da “Organização Revolucionária Marxista – Política Operária (ORM-Polop)”, cujas participantes provinham da Juventude Socialista do PSB do Rio de Janeiro, de círculos estudantis da Mocidade Trabalhista deMinas Gerais e da Liga Socialista de São Paulo, aos quais se agregaram alguns simpatizantes de Rosa Luxemburgotrotskistas e dissidentes do PCB.

A partir de 1960, foram editados os boletins políticos denominados “Política Operária”, logo transformados em jornal impresso (3 números), revista e novamente em jornal, em 1964. Como jornalista do “Correio da Manhã”, aproximou-se em 1963-64 do movimento dos sargentos e, pouco depois do golpe, em maio de 1964, foi preso por seis semanas em função dessas relações, respondendo a um inquérito policial militar.

Em setembro de 1969, voltou a ser preso, mas conseguiu fugir da prisão do DOPS do Rio de Janeiro, na madrugada de 8 para 9 de outubro do mesmo ano, utilizando uma corda que havia sido apreendida pela polícia e que estava guardada no mesmo recinto para o qual havia sido transferido para interrogatório. Segundo relatório da própria Polícia, Érico utilizou a corda para descer por um basculante, chegar ao teto da garagem do edifício e, daí, ganhar a via pública. Alguns dias depois, com o auxílio de companheiros, conseguiu se asilar na Embaixada do México e, cinco meses depois, obteve um salvo-conduto para viajar para a Cidade do México.

Érico residiu no México até outubro de 1970, tendo obtido abrigo na casa da pintora Sita Garst, filha de August Thalheimer. Foi lá que redigiu um dos seus trabalhos mais importantes: “Caminho e Caráter da Revolução Brasileira”. Do México, decidiu transferir-se para a Alemanha Ocidental por uma série de fatores: como havia trabalhado como tradutor na Embaixada desse país no Rio de Janeiro, tinha contatos que poderiam facilitar-lhe o exercício do mesmo ofício em instituições públicas alemãs; além disso, a concentração de exilados brasileiros na Europa Ocidental era maior do que no México e, por último, havia no país uma pequena organização política que se situava dentro das tradições da KPD-O, o grupo “Arbeiterpolitik” (Política Operária, em alemão), com a qual pretendia estabelecer contato.

De fato, já em abril de 1971, conseguiu emprego como jornalista na seção brasileira do serviço de radiodifusão alemã para o exterior, a “Deutsche Welle”, e em outubro de 1972 foi admitido como “Lektor” de português no Instituto de Tradução da Universidade de Heidelberg. Consta que Érico foi o primeiro e até hoje o único docente daquela prestigiosa Universidade que, por sua vida atribulada, sequer havia concluído o ensino fundamental.

Na Alemanha, Érico organizou grupos de formação política, congregando estudantes alemães, latino-americanos e de outros países, organizou um arquivo com os principais textos de autoria de Thalheimer e Brandler e influiu também no debate político brasileiro, por meio da publicação da revista “Marxismo Militante – Exterior”, que era editada pelo grupo de exilados da “Política Operária” e distribuída clandestinamente no Brasil. Seus vínculos com o país também se davam por meio de correspondência ou contatos pessoais com militantes da organização que podiam viajar legalmente para a Alemanha.

Em 1980, Érico retornou ao Brasil, após a promulgação da Lei da Anistia. Do Rio de Janeiro, concentrou suas energias na fusão dos grupos remanescentes da “Política Operária” e na atuação organizada dos seus participantes dentro do Partido dos Trabalhadores, cuja fundação saudou e não teve dúvidas em apoiar desde o início. Apesar de sua experiência política, não se interessou em ocupar cargos no Partido, mas sim em fortalecer os seus núcleos operários, como parte dos esforços para promover a independência política dos trabalhadores, sem a qual não via futuro possível.

Participou do Núcleo dos Jornalistas e da seção do Rio de Janeiro da Fundação Wilson Pinheiro. Nessa época, redigiu “Qual é a herança da Revolução Russa?”, importante texto que faz um balanço da União Soviética e do seu significado para o movimento comunista internacional.

Érico sofria de diabetes há bastante tempo e a sua saúde era frágil. Os seus últimos anos combinaram os problemas de saúde com a precariedade de suas condições de vida e a frustração de não conseguir reorganizar e dar um papel à “Política Operária” na nova situação conjuntural, caracterizada pela existência do Partido dos Trabalhadores e da CUT.

Assim, depois um curto período de internação, Érico Czaczkes Sachs veio a falecer no Rio de Janeiro, em 9 de maio de 1986, aos 64 anos de idade.

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O Centro de Estudos Victor Meyer, cujas finalidades incluem a preservação e a difusão da herança política da “Política Operária”, decidiu comemorar os 30 anos da morte de Érico Sachs com a edição de um livro denominado “ÉRICO SACHS / ERNESTO MARTINS – UM MILITANTE REVOLUCIONÁRIO ENTRE A EUROPA E O BRASIL”.

O livro é constituído de três partes: uma de responsabilidade dos companheiros do Brasil, centrada na importância de Érico e da “Política Operária” para omovimento revolucionário do país, outra, que incluidepoimentos pessoais, de autoria dos companheiros alemães que o conheceram durante o seu exílio, e uma terceira, na qual o próprio Érico expõe as suas concepções políticas, representadas por dois de seus mais importantes textos: “Caminho e Caráter da Revolução Brasileira” e “Qual é a Herança da Revolução Russa?”.

O objetivo era lançar o livro neste 9 de maio, mas, infelizmente, isso não foi possível por diversas razões, entre elas o infortúnio do súbito falecimento, no dia 30 de abril em Recife, do nosso companheiro Ivaldo Pontes, autor, organizador e um dos maiores entusiastas da publicação.

Assim, antecipando o lançamento, o CVM decidiu comemorar os 30 anos da morte de Érico Sachs com a publicação no nosso portal de um dos artigos que constituirão o livro: “Entre a fuga e o retorno: Érico Sachs no exílio na Alemanha (1970-1980)”, de autoria dos companheiros Elke Stichs e Lothar Wentzel. O lançamento da edição completa, em papel e em meio digital, ficará para os próximos meses e será dedicada à memória de Ivaldo Pontes, que tanto lutou por sua realização. ​​​​​(CVM, 09/05/2016)

 

Entre a fuga e o retorno: Érico Sachs no exílio na Alemanha (1970-1980)

Por Elke Stichs e Lothar Wentzel

 

Na noite de 8 para 9 de outubro de 1969, Érico Sachs pôde fugir da prisão no Rio de Janeiro, onde fora preso em setembro daquele ano. Para isolá-lo de outros prisioneiros, ele havia sido encarcerado em um local de interrogatório dotado de uma janela de ventilação pouco segura, que dava para o exterior do prédio. Érico conseguiu descer pela janela,utilizando uma corda, alcançar o teto de uma garagem e, daí, escapar para a rua. Em seguida, passou à condição deprocurado no Rio, com um mandato de prisão. De início, Érico ficou escondido entre amigos. Depois, sob condições aventurescas – disfarçado de mulher – ingressou na Embaixada Mexicana, onde lhe foi concedido asilo diplomático.

Evidentemente, as autoridades militares brasileiras ficaram embaraçadas com o sucesso de sua fuga e recusaram-lhe por cinco meses a autorização de viagem para o México. Durante esse tempo, ele não tinha permissão de deixar o terreno da legação diplomática. O embaixador mexicano, em contrapartida, ofereceu-lhe um lugar em sua mesa de refeições. A cozinha era excelente, o que lhe compensou um pouco o fato de encontrar-se detido.

Em fevereiro ou março de 1970, Érico obteve o salvo-conduto e voou para o México. Na capital do país, foi acolhido pela filha de August Thalheimer, a pintora Sita Garst. Thalheimer havia sido a cabeça teórica da Oposição do Partido Comunista Alemão (KPO) e morreu no exílio em Cuba, em 1948. Mas Érico não podia ficar ali por muito tempo.

Ele precisava encontrar uma forma de ganhar a vida, conservando, ao mesmo tempo, sua independência política.Não podia contar com a sua sustentação por uma organização política. Naturalmente, queria manter a ligação com o Brasil. Isso era mais fácil, naquela época, a partir da Alemanha do que de um país latino-americano. Além disso, precisava tomar cuidado com a saúde problemática. Já então, sofria de diabetes em estado progressivo. Outra questão que pode ter tido um papel importante era a expectativa de obter asilo político. Finalmente, pesou sua grande proximidade com a cultura germânica e com a rica herança do movimento operário de língua alemã.

Érico se decidiu, assim, pela República Federal da Alemanha.Antes, ele havia trabalhado como tradutor para a embaixada do país no Brasil. Por isso, tinha contatos com a Alemanha e podia esperar trabalhar como tradutor em instituições públicas. Na época, não havia muitas pessoas na Alemanha que dominassem como língua materna tanto o português brasileiro, quanto o alemão. Além disso, havia na Alemanha Ocidental uma pequena Organização que se situava dentro da tradição da KPO, o Gruppe Arbeiterpolitik (Grupo Política Operária).  leia mais

UFPE lamenta a morte do professor Ivaldo Pontes

do site da UFPE

Nota do CVM: Lamentamos a perda de nosso companheiro Ivaldo Pontes Filho, cuja trajetória como militante da Política Operária e grande colaborador do Centro de Estudos Victor Meyer, sempre guardou coerência com a perspectiva proletária da luta pelo socialismo. Nós do CVM que tivemos o privilégio de compartilhar com sua amizade e convivência, te saudamos com a palavras de ordem:

– Companheiro Ivaldo, presente! 

Cabem muito bem ao companheiro Ivaldo Pontes, essas palavras do poeta russo Tchernichevski: “não se lamente por nada que tenha feito o seu tempo, e diga: aconteça o que acontecer, no final das contas a vitória pertencerá ao nosso campo.”

 

 

 

É com profundo pesar que a Reitoria da Universidade Federal de Pernambuco informa que faleceu, na tarde de hoje (30), aos 60 anos, o professor Ivaldo Dário da Silva Pontes Filho, diretor adjunto de Prospecção da Diretoria de Inovação da UFPE. O velório ocorrerá a partir das 8h deste domingo no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, onde o corpo será cremado às 13h.

Ivaldo Pontes era professor do Departamento de Engenharia Civil. Foi assessor do Gabinete e secretário executivo da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento (Fade) no reitorado de Amaro Lins. No primeiro mandato de Anísio Brasileiro, atuou como secretário de Relações Institucionais.

“Ivaldo esteve à frente do seu tempo. Buscou colocar a UFPE em um lugar estratégico na pesquisa brasileira. Teve sempre compromisso e carinho para com a Universidade”, afirmou o reitor Anísio. “Foi um amigo presente em todas as horas”, completou.

Para o ex-reitor Amaro Lins, Ivaldo Pontes era um cidadão combatente pelas boas causas da justiça social. “A UFPE perde um dos seus melhores quadros, e nós perdemos um querido e inesquecível amigo”, pontuou.

A diretora de Inovação da Universidade, Solange Coutinho, assim definiu Ivaldo: “Amigo parceiro, competente pesquisador, de inteligência arguta e espírito ousado e sagaz. Um homem com imenso compromisso institucional e ético, dotado de intenso bom humor e espírito crítico.” O docente deixa mulher, Myrian, e um filho, André.

Ivaldo Pontes graduou-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Pernambuco em 1977, obteve o título de mestre pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro em 1981, e de doutor pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1993. Iniciou a docência na UFPE em 1978.

Sua experiência na Engenharia Civil tinha ênfase em métodos numéricos, atuando principalmente nos temas: elementos finitos, plasticidade, análise de limite, simulação numérica e acoplamento hidro-geomecânico. Desenvolvia pesquisas no Laboratório de Métodos Computacionais em Geomecânica (LMCG).

Não é dia de trabalho para o capital, é dia de luta da classe trabalhadora. Esse é o significado do 1º de Maio

Do site da Intersindical, Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora

 

Companheiros/as:

Os patrões garantem seus lucros explorando nosso trabalho. Máquinas, novas tecnologias, novas formas de produção, só aumentam a produtividade mas os únicos capazes de gerar valor, o que significa gerar lucro e riqueza não são as máquinas, mas sim os trabalhadores.

A luta contra a exploração garantiu avanço em nossos direitos e não e à toa  que no centro desse sistema, no EUA as grandes empresas e o governo tentam esconder o significado do 1º de Maio e meios de comunicação do Capital espalhados pelo mundo afora tentam transformar essa data, no dia do trabalho e não da luta dos trabalhadores.

Em 1886 na cidade de Chicago, nos EUA, os trabalhadores se colocaram em movimento  contra as  péssimas condições  de trabalho, exigindo a redução da jornada de trabalho.

O braço armado do Estado a serviço dos patrões matou dezenas de trabalhadores no início da greve e condenou à forca aqueles  que julgou  serem  os  responsáveis pelo início do movimento.

Essa luta não foi em vão e continua no mundo todo. Foi assim que garantimos os que os  patrões e seus governos querem arrancar.

E contra os ataques contra nossos direitos, nossa arma é seguirmos o que as  gerações  anteriores à nossa já fizeram: lutar para combater a exploração contra a classe que quanto mais trabalha e adoece mais gera lucro para o Capital.

Aqui no Brasil: os patrões querem mais ataques contra a classe trabalhadora e Temer do PMDB já disse que sim. Nossa resposta é ampliar a luta em cada local de trabalho, estudo e moradia em defesa dos direitos.

No dia 17 de abril de 1996, o braço armado do Estado assassinou dezenas de trabalhadores rurais sem-terra, em Eldorado do Carajás/PA, no 17 de abril de 2016, outro espaço do Estado, o parlamento atendendo a exigência do Capital, avança no processo do impeachment, para que se troque o gerente de seus interesses na máquina do Estado com o objetivo de acelerar os ataques à classe trabalhadora.

O governo do Partido que deixou de ser dos Trabalhadores, governou para os patrões e disse amém para os corruptos no Congresso: o governo do PT durante os últimos 13 anos serviu aos interesses dos patrões: empregos em que as condições de trabalho     continuaram péssimas, endividamento da classe trabalhadora, reforma da Previdência que atacou o funcionalismo  público, bolsas mínimas para quem não tem o básico para sobrevivência e bolsas fartas para o Capital industrial e financeiro.

O vice que já se coloca como presidente, Michel Temer/PMDB anunciou medidas  duras, ou seja, duras para classe trabalhadora  ao gosto do grande Capital: reforma da Previdência com o objetivo de aumentar a idade para aposentadoria, reforma   trabalhista para reduzir  salários e direitos, o que significa o rebaixamento de direitos garantidos através  de  muita  luta. Temer quer impor a vontade das principais representações patronais como a FIESP, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e junto a eles todos os outros representantes do Capital, o que, significa piorar ainda mais a situação dos trabalhadores. leia mais

Com ou sem Impeachment a luta é contra o Capital e seu Estado

Do site da Intersindical, Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora

 

 

Os patrões demitem milhares, reduzem salários e direitos por todos país. O governo Dilma do PT, por sua vez, aplica e mantém um pacote que ataca direitos dos trabalhadores.

No Congresso Nacional, a maioria do Parlamento apoia propostas que atendem aos interesses do Capital como o projeto da terceirização que se mantém apoiado pela maioria dos partidos: PSDB, PMDB, DEM entre outros. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, enlameado por corrupção tenta impor projetos que atacam as mulheres, a juventude, os indígenas e quilombolas.

Nos estados, governadores dos mais diferentes partidos também aplicam politicas de redução de direitos sociais como educação, saúde, transporte e previdência.

E para tentar conter a luta dos trabalhadores avançam em seu projeto que tenta tipificar como ato terrorista as mobilizações dos trabalhadores, tentam enquadrar nossas manifestações, greves e passeatas como crime.

Quem está na linha de frente em Brasília defendendo o impeachment são os representantes legítimos de quem nos explora:

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, é do mesmo partido do vice-presidente da República, Michel Temer. O PMDB recentemente lançou propostas que atacam a aposentadoria e propõem reformas que atingem direitos dos trabalhadores. Temer pretende alterar a legislação trabalhista para impor que o negociado prevaleça sobre o legislado, ou seja, a proposta do PMDB, defendida pelo vice-presidente da República em reunião com os empresários no dia 07 de dezembro é que acordos de redução de direitos e salários possam ser feitos com a segurança jurídica que defendem os patrões, o que significa impedir os trabalhadores de entrarem com ações judiciais exigindo o que lhes foi arrancado.

O PSDB e o DEM, representantes tradicionais das demandas da burguesia querem o impeachment a qualquer custo para novamente sentar na cadeira da presidência e aprofundar os ataques à classe trabalhadora. leia mais

Impeachment não está no centro das preocupações do Passe Livre, diz militante

do blog Brasil247

“Tendo impeachment ou não, o Estado vai bater nos movimentos sociais como sempre”, afirma a estudante de artes plásticas. O que realmente chama a atenção do MPL é o papel central que as forças policiais estão tendo no desenrolar dos fatos políticos recentes, muitos conectados com as investigações de corrupção na Petrobras.

“O que a gente vê de muito preocupante no momento é esse processo de judicialização da política, a força que a polícia vem ganhando. Essa coisa de a Polícia Federal estar aparecendo como heroica. Isso é muito preocupante para a gente, como movimento social, que vem sendo criminalizado desde sempre. É uma coisa que a gente conversa inclusive com outros movimentos sociais”

 

 

São Paulo – O Movimento Passe Livre (MPL) deu início às mobilizações que, em junho de 2013, levaram milhares de pessoas às ruas em São Paulo e a passeatas em todo o país. Defensor do transporte público gratuito, o movimento organizou protestos contra o reajuste das tarifas de ônibus, trens e metrô na capital paulista. Os reflexos daquele momento podem ser percebidos ainda hoje, diz o filósofo e professor de gestão de políticas públicas da Universidade de São Paulo (USP), Pablo Ortellado, que coordena pesquisas sobre as manifestações de rua. “A partir de 2013, com a dimensão que ganhou, a mobilização de rua se volta para o repertório político”, afirma.

Apesar das diferenças ideológicas, Ortellado vê influências do Passe Livre nas organizações que promovem atos pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O Vem Pra Rua usa como nome um dos gritos usados pelo MPL nas manifestações de 2013, enquanto o Movimento Brasil Livre (MBL) tem “uma sigla que se confunde com o MPL de propósito”, acrescenta o professor.

O Passe Livre não tem, no entanto, agido para apoiar o impeachment, nem para contestá-lo nas ruas. “O momento faz parecer que há uma briga entre a esquerda e a direita quando, na verdade, parece para a gente que já apanhou de governos tanto do PT quanto do PSDB, é uma coisa de gente igual brigando”, diz uma das integrantes do movimento, Laura Viana, a partir das discussões feitas internamente pelo MPL sobre a atual conjuntura política.

Ao se opor ao aumento do preço das passagens, o movimento tenta pressionar tanto a administração petista, o prefeito Fernando Haddad, para que administre os contratos das empresas de ônibus, quanto a tucana, do governador Geraldo Alckmin, responsável pelas companhias que fazem o transporte sobre trilhos.

“Tendo impeachment ou não, o Estado vai bater nos movimentos sociais como sempre”, afirma a estudante de artes plásticas. O que realmente chama a atenção do MPL é o papel central que as forças policiais estão tendo no desenrolar dos fatos políticos recentes, muitos conectados com as investigações de corrupção na Petrobras.
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