Bolívia. “O elemento central da derrubada de Evo Morales não é a direita, mas o levante popular”.

Entrevista com Fábio Luís Barbosa dos Santos

A derrubada de Evo Morales pegou o continente de surpresa e os dias que se seguiram são de forte conflitividade social na Bolívia. Enquanto a direita reacionária e racista tenta se afirmar no poder, as complexidades étnico-sociais do país andino voltam à superfície, o que indica um vazio de legitimidade política. Enquanto os dois lados gritam golpe, é necessário compreender as repercussões para um povo acostumado aos levantes de massa. É sobre todo este contexto que o Correio da Cidadania entrevistou Fabio Luis Barbosa dos Santos, autor do livro Uma história da onda progressista sul-americana (1998-2016).

A entrevista é de Gabriel Brito, publicada por Correio da Cidadania, 14-11-2019.

“Em primeiro lugar, é necessário esclarecer que não se trata de uma disputa da esquerda contra a direita. Há muitos anos, a base popular do governo Morales está cindida. O ponto de inflexão foi a repressão à marcha contra a construção da rodovia atravessando o parque nacional e reserva indígena Tipnis(Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Secure), em 2011. Naquele momento, diversas organizações deixaram a base do governo”. leia mais

Bolívia: um levante popular aproveitado pela ultradireita

Raúl Zibechi
Passa Palavra

O levante do povo boliviano e de suas organizações foi o que, em última instância, provocou a queda do governo. Os principais movimentos exigiram a renúncia antes que as forças armadas e a polícia o fizessem.

O levante do povo boliviano e de suas organizações foi o que, em última instância, provocou a queda do governo. Os principais movimentos exigiram a renúncia antes que as forças armadas e a polícia o fizessem. A OEA sustentou o governo até o final. A conjuntura crítica pela qual passa a Bolívia não começou com a fraude eleitoral, mas com o ataque sistemático do governo de Evo Morales e Álvaro García Linera aos movimentos populares que os levaram ao Palácio Quemado, ao ponto que, quando precisaram que eles os defendessem, estavam desativados e desmoralizados. leia mais

O plano “mais brasil” de Bolsonaro significa: mais lucro para os patrões, mais miséria para os trabalhadores

Intersindical, instrumento de luta e organização da classe trabalhadora

As PEC’s apresentadas pelo governo Bolsonaro, através de seu ministro da economia Paulo Guedes, o fiel escudeiro dos banqueiros, quer impor ao Brasil as mesmas políticas impostas pela ditadura de Pinochet no Chile, que provocou mais miséria e privatização de serviços essenciais à população trabalhadora, como Saúde, Educação, Previdência.

O pacote batizado pelo governo de Plano “Mais Brasil”, na realidade tem por objetivo desviar recursos da saúde e da educação, congelar os reajustes do salário mínimo, liberar geral as privatizações, diminuir os salários e a jornada de trabalho dos servidores que atendem diretamente a população trabalhadora. leia mais

Notícias do Chile

Ota C. Rojas
Jornalistas Livres

A luta de classes continua a ser o motor da história

Como muitos já estão acompanhando, há uma verdadeira rebelião popular em curso no Chile. O país que era o exemplo sul-americano de estabilidade e modernidade explodiu.

Quero contar um pouco de como estão as coisas por aqui desde o início da rebelião. Na semana passada o governo anunciou um aumento da passagem dos ônibus e metrôs de Santiago. O aumento anunciado foi de 30 pesos, mais ou menos 4 centavos de dólar. Um valor irrisório, se não fosse só a ponta do iceberg. No entanto, o buraco é mais embaixo, como dizemos no Brasil. leia mais

Bolsonaro quer atacar os sindicatos de luta para avançar contra os direitos dos trabalhadores: esse é o objetivo de sua reforma sindical

Intersindical, instrumento de luta e organização da classe trabalhadora

Para defender a livre organização dos trabalhadores e de seus direitos é preciso lutar

No mês de agosto o governo Bolsonaro formou um grupo reunindo juízes trabalhistas e membros do governo para propor mais alterações na legislação trabalhista e na estrutura sindical; seu objetivo com isso é avançar ainda mais contra direitos e atacar os Sindicatos que lutam em defesa da classe trabalhadora.

Não se trata de uma reforma para colocar fim a estrutura sindical criada no governo Getúlio Vargas que teve como objetivo controlar os sindicatos para submetê-los aos interesses patronais, a proposta tem por objetivo piorar as jornadas de trabalho, exterminar direitos e arrochar ainda mais os salários e junto a isso atacar, os Sindicatos que lutam na defesa dos trabalhadores. leia mais