Intersindical começa a madrugada de 11 de julho parando a produção

Do site da INTERSINDICAL, instrumento de organização e luta da classe trabalhadora

Começamos o dia 11 de julho nos lugares “sagrados para o Capital e seu Estado”, fomos onde sempre estamos: aos locais de trabalho e PARAMOS A FONTE DE LUCRO DO PATRÃO: paramos a produção e vários serviços, colocando nossa pauta por inteira e denunciando o oportunismo e parceria com os patrões e o governo da maioria das centrais sindicais. leia mais

Boletim de Conjuntura Nacional Nº 1 – julho de 2013

O pacto de colaboração de classes em questão

 Coletivo CVM

O mês de junho foi tomado por gigantescos protestos de rua que, partindo de uma manifestação pelo “passe livre” ocorrida em São Paulo no dia 6, irradiou-se para todo o país. Tomou de surpresa governo e sistema partidário como um todo, deixando a burguesia atônita. Como diz a nota da Intersindical de 24 de junho, o pavio foi aceso e já não pode mais ser escondido.

Muitas análises foram apresentadas, escritas e publicadas, na televisão, na imprensa, nos blogs, mas praticamente não se examinou os protestos populares do ponto de vista da luta de classes e das condições materiais, na economia e na política que as condicionou. Tal é a perspectiva proposta na concepção materialista da história. Somente com uma análise baseada nesta abordagem é que podemos entender o realismo ou não de cada palavra-de-ordem e das iniciativas políticas, avaliar se contribuem para modificar a situação de conjunto da sociedade. Tentaremos desenvolver esta análise neste primeiro número do Boletim de Conjuntura, apoiando-nos também no documento de Raul Estrada. leia mais

Ciro Flamarion Santana Cardoso (1943-2013): combates pela História

Uma grande perda para a esquerda no Brasil e na América Latina e para a resistência do materialismo histórico. Na tarde deste sábado, 29 de junho, faleceu, aos 70 anos, um dos maiores historiadores brasileiros, o Prof. Dr. Ciro Flamarion Cardoso, Titular de História Antiga e Medieval do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense (UFF). Leia a homenagem da Historiadora Virgínia Fontes ao Prof. Ciro Flamarion.

prof. ciro flamarion cardoso

Ciro nasceu em Goiânia, em 1942. Graduou-se em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1965, e doutorou-se na mesma área na Université de Paris X, Nanterre, em 1971. Realizou seu Pós-Doutorado na New York University, em 1984.

Veja a homenagem ao Prof. Ciro Flamarion neste link: http://marxismo21.org/homenagem/

Além disto, ao longo de sua trajetória, acumulou prêmios, publicou/organizou mais de 40 livros, formou doutores e foi professor da UFRJ, da PUC-Rio e de instituições na França e no México. À trajetória de Ciro agrega-se o desenvolvimento de pesquisas concernentes à Metodologia de Pesquisa Científica, à ocupação joanina da Guiana Francesa, à escravidão na América e ao Egito Antigo, tema ao qual dedicava-se nos últimos anos. (fonte: Revista Tema Livre).

Nota de falecimento: companheira Teresa Urban

Comunicamos o falecimento da companheira Teresa Urban, ocorrido na última quarta-feira, 26 de junho de 2013, vítima de enfarto, no Hospital Vita. Será realizada a sua cremação no dia 27 de junho em Campina Grande do Sul. O corpo foi velado na capela do cemitério municipal São Francisco de Paula.

Transcrevemos a seguir a nota escrita pela ambientalista Letícia Camargo.

“Teresa Urban nunca deixou de lutar pelas causas ambientais, foi pioneira na cobertura jornalística sobre o tema e sempre inspirou militantes e ativistas no Paraná e no Brasil.

Mesmo quando grávida, viajou para o interior do Paraná numa tentativa corajosa de introduzir os bóias-frias na esquerda, quando caiu nas mãos da repressão, onde sofreu torturas inimagináveis, tanto físicas como psicológicas, com o filho ainda recém-nascido. Defendia que qualquer revolução tinha de ser feita com a vanguarda dos trabalhadores organizados. Militou em movimentos contra a ditadura e foi exilada. Publicou mais de 20 livros relacionados à conservação da natureza, a luta trabalhadora, a repressão da ditadura entre outros temas e seu último livro, lançado no mês passado.

Sua atuação na área ambiental deixou um legado imensurável para a sociedade paranaense e brasileira, mapeou os remanescentes da floresta de araucárias e desenvolveu diversos projetos ambientais na área de conservação da natureza com ONGs e entidades da área. Sua militância e ativismo socioambiental garantiu a não instalação de uma termoelétrica no litoral paranaense, o fechamento da Estrada do Colono no Parque Nacional do Iguaçu entre outros. Alertou a população no Paraná e Brasil quanto aos retrocessos socioambientais do atual governo e foi liderança na campanha Veta Dilma contra a Reforma do Código Florestal, mudança que questionou até seu último momento.

Seus posicionamentos eram claros quanto à importância dos serviços e leis ambientais, defendia que a responsabilidade socioambiental deveria ser vista como um compromisso entre gerações e mais que isso, como um pacto civilizatório.

Costumava questionar “a natureza nos protege, mas quem protege a natureza?” e assim viveu para protegê-la. Teresa deixa milhares de órfãos da militância ambiental e hoje, assim como eu, as florestas choram.

Grande guerreira, mãe, mulher de luta, seus ensinamentos estão e estarão presentes sempre nos gritos de revolução e em cada jovem que hoje se levanta por um país melhor. A impressão é de que minha mestra inspiradora precisava ver a juventude na rua ocupando a política nacional para saber que agora sim poderia ir embora. Sua luta continua conosco e em cada manifestação pela liberdade, pelas florestas e pela vida Teresa Urban estará presente.

Eterna admiradora,

Letícia Camargo.”

 

As jornadas de junho

por Raul Estrada

Texto seguido de debate entre leitores do Portal CVM (ao final).

O país foi surpreendido no mês de junho por gigantescas manifestações de massa em quase todas capitais da federação. Originadas da convocação do Movimento Passe Livre para barrar os aumentos das passagens do transporte urbano, em uma semana tomou conta das ruas e provocou sentimentos difusos de mobilização.

Inicialmente discutiu-se à exaustão sobre a origem pequeno burguesa dos representantes do MPL e muito pouco sobre a justeza das reivindicações. O transporte urbano no Brasil é um dos piores serviços oferecidos à população e aos trabalhadores em particular, que perdem muitas horas de seu tempo de descanso e lazer em deslocamentos de ida e vinda ao trabalho. Aliás, é bom ressaltar, trata-se de um serviço privado, monopolizado por empresas que controlam parte do poder nos municípios, aliadas com vereadores e parte dos executivos municipais de todas as colorações. São, em sua imensa maioria, compostas por verdadeiras máfias que precisam ser afastadas do transporte coletivo, que precisa ser estatizado urgentemente, para servir melhor a população. leia mais