Fatos & Crítica 23: A Pandemia para os trabalhadores
Coletivo CVM
Desde março deste ano quando ocorreu o primeiro óbito pelo covid-19 e a pandemia começou a se disseminar pelo país, o governo Bolsonaro se negava a considerar a projeção feita pelos principais centros de pesquisa epidemiológica daqui e do exterior sobre o provável alto impacto em perdas de vidas humanas, caso medidas de mitigação não fossem adotadas para impedir a transmissão do vírus. Itália e Espanha passavam pelo auge da crise pandêmica com elevado número de óbitos, registrado nas imagens de centenas de corpos sendo levados da cidade de Bergamo para cidades vizinhas por caminhões do exército italiano [1] por falta de espaço no cemitério local.
Naquele momento o capitão prenunciava que, uma vez contaminado pelo novo vírus, sendo jovem e sem comorbidades, o vírus só poderia provocar nada mais do que uma “gripezinha”. Foi essa a lógica aplicada à maioria dos trabalhadores que mantiveram intacta sua rotina de exposição diária à aglomeração no trajeto ao trabalho em transportes lotados e mal arejados, submetidos aos riscos da contaminação nos locais de trabalho e ainda à precariedade sanitária das moradias populares, sobretudo nas favelas. Nenhuma precaução foi tomada para evitar essa forma de contaminação coletiva pelo vírus. A fórmula mágica de Bolsonaro para mitigar a doença foi a desinformação, apelando para cura milagrosa do covid-19 pela cloroquina, uma droga capaz de provocar graves efeitos colaterais como cegueira, arritmia cardíaca e morte súbita, menos curar a doença. leia mais