Live de lançamento do livro ‘O Labirinto, Encontros clandestinos entre a Vida e a Morte’, de Victor A. Meyer
Fatos & Crítica 28: Brasil: o percurso de um Titanic sanitário
Coletivo do CVM
Ou como chegamos a este morticínio.
Prelúdios de uma longa noite de terror
O primeiro caso da Covid-19 foi confirmado no dia 26 de fevereiro de 2020. Um homem de 61 anos, morador de São Paulo, contraiu o coronavírus numa viagem à Itália entre os dias 9 e 21 de fevereiro. Passado um ano de seu início, a pandemia do coronavírus no Brasil alcançou hoje, 11/03/2021, a marca simbólica e estarrecedora de mais de 270 mil mortos, o equivalente a 3,4 Maracanãs lotados.
Que o coronavírus foi o agente etiológico dessa doença que causou o alto número de óbitos ocorridos até agora, disso não há a menor dúvida. Mas para chegar a essa dimensão monstruosa de mortes, o vírus contou com a enorme colaboração dos comandantes desse verdadeiro “Titanic sanitário” em que vivemos: o país é um navio afundando por negligência de seu comando político e econômico, e tal como o histórico Titanic, escapar vivo do naufrágio é um privilégio da primeira classe. Chegamos até este ponto porque existem responsáveis por essas mortes desenfreadas. Não é obra apenas de um governo tresloucado, habitado por um presidente desequilibrado, seu rebotalho de políticos e de militares dissimulados em administradores. Este governo, antes de tudo, é a expressão dos interesses de uma classe, a burguesia que lhe dá sustentação. Sua espinha dorsal está no consensual programa econômico colocado em prática para aumentar o grau de exploração da classe trabalhadora, aniquilar seus direitos e reduzir investimentos sociais, tornando ainda pior as condições sanitárias precárias em que vive o proletariado brasileiro. leia mais
Fatos & Crítica 27: Bolsonaro muda de tática?
Coletivo do CVM
Bolsonaro foi eleito em 2018 com 55% dos votos válidos, após vencer no segundo turno o seu oponente do PT. Sua vitória foi turbinada pela exploração ao máximo pela grande mídia e redes sociais dos escândalos de corrupção das administrações petistas, complementada por ações decisivas do Judiciário como a Operação Lava-jato e dos militares do Alto Comando do Exército para pavimentar o caminho do capitão rumo ao Palácio do Planalto.
A necessidade imperiosa da burguesia de implantar uma saída para a crise econômica à custa do aumento da exploração dos trabalhadores foi o combustível que alimentou o antipetismo, mas a grande burguesia tinha outros nomes de confiança para assumir o poder, como Henrique Meirelles e Geraldo Alckmin. Tendo-lhes faltado substância eleitoral, por se tratar de políticos tradicionais, a classe dominante como um todo não teve a menor dificuldade de apostar todas as suas fichas, no segundo turno das eleições, no candidato da extrema-direita. leia mais