No aniversário de 35 anos da greve de 1980, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC comemora com o patrão.
A memória do movimento operário não será apagada com eventos como esse promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que demonstram abertamente a capitulação de lideranças sindicais cutistas para os braços do Capital e seu Estado. A greve dos metalúrgicos do ABC em 1980 foi de grande importante para a classe operária. Com duração de 41 dias e participação de cerca de 330 mil metalúrgicos, foi o momento em que o movimento sindical levou mais longe o enfrentamento com a estrutura sindical. O fundo de greve criado como uma associação civil em 1979, teve um papel fundamental na greve de 1980 e significou um questionamento prático à estrutura sindical atrelada, tendo os dirigentes a consciência de que tinham de manter o fundo de greve fora dessa estrutura dada a possibilidade de intervenção no sindicato.
Para comemorar, ou melhor, para manchar esta luta histórica, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC promove o Simpósio “Ação Coletiva, Democracia, Trabalho e Transformação Social” nos dias 28 e 29 de abril para discutir entre outras coisas, as relações entre capital e trabalho com o presidente da ANFAVEA, Luiz Moan. Entende-se porque a luta por sindicatos livres e independentes da burocracia do Estado foi abandonada pela corrente sindical cutista. - Coletivo CVM
Simpósio sobre negociação coletiva marca 35 anos da greve de 1980
O Sindicato e a Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU) realizam o Simpósio “Ação Coletiva, Democracia, Trabalho e Transformação Social” nos dias 28 e 29 de abril.
O evento marca o aniversário de 35 anos da greve de 1980, quando 140 mil metalúrgicos paralisaram suas atividades por 41 dias, durante a campanha salarial, em plena ditadura militar.
“Vai ser um dia emblemático para entender a importância e o marco da transformação que foi a greve de 80 no mundo do trabalho”, explicou o presidente do Sindicato, Rafael Marques (foto).
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará da mesa de abertura no dia 28, às 18h30. “O Lula vai recordar essa greve que foi política, não só de conquistas econômicas, na época da ditadura militar. Foi a greve do amadurecimento da consciência política, de luta e do espírito da classe trabalhadora”, afirmou Rafael.
O Simpósio vai analisar a história do movimento sindical brasileiro e as ferramentas de participação coletiva na defesa e na consolidação do estado democrático de direito.
“É um momento importante e um marco de aproximação do movimento sindical e do Judiciário brasileiro”, disse Rafael.
As mesas redondas abordarão temas como o papel das instituições do mundo do trabalho na negociação coletiva, os avanços obtidos pela negociação coletiva no Brasil, e os desafios para o exercício da função negocial dos sindicatos.
O evento reunirá membros do Ministério Público do Trabalho, Tribunal Superior do Trabalho, Poder Judiciário, integrantes de entidades sindicais e de associações de classe, especialistas e representantes de órgãos governamentais e da sociedade.
Programação do Simpósio – “A atualidade das negociações coletivas à luz das grandes greves do ABC: os desafios existentes na função negocial no Brasil do século XXI
1o. Dia – 28/04
Abertura – Noite (18h30-20h10)
– Luis Antonio Camargo de Melo (Procurador-Geral do Trabalho)
– Eugenio José Guilherme de Aragão (Subprocurador-Geral da República)
– Silvia Regina Pondé Galvão Devonald (Presidente do TRT-2)
– Lorival Ferreira dos Santos (Presidente do TRT-15)
– Vagner Freitas (Presidente da CUT)
– Rafael Marques (Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC)
– Luiz Marinho (Prefeito de São Bernardo do Campo)
– Lais Abramo
– Juvandia Moreira (Presidenta do Sindicato dos Bancários)
– Representante da OIT
– Representante do Ministério do Trabalho e Emprego
– Representante do CESIT
Mesa da noite: “35 anos das grandes greves do ABC: a importância de compreender o passado das negociações coletivas” (20h-21h30)
– Lula (Foi Presidente da República e do SMABC)
– Mediador: Renan Kalil (MPT)
2o. Dia – 29/04
9 horas
1 a. Mesa da manhã: “O papel das instituições do mundo do trabalho na negociação coletiva”
– Francisco Gérson Marques de Lima (Coordenador da CONALIS do MPT)
– Ivani Contini Bramante (Desembargadora do TRT de São Paulo)
– Manuel Messias de Melo (Secretário de Relações do Trabalho do MTE)
– Mediador: Erlan Peixoto (MPT)
10h40-10h50: Coffee Break
2 a. Mesa da manhã : “Os avanços obtidos pela negociação coletiva no Brasil: os patamares das relações de trabalho a partir da função negocial”
– Ricardo Antunes (Professor no CESIT)
– Juvandia Moreira Leite (Presidenta do Sindicato dos Bancários)
– José Lopez Feijóo (Assessor Especial da Secretaria Geral da Presidência)
– Mediadora: Renata Coelho (MPT)
Almoço
14 horas
1 a. Mesa da tarde: “Perspectivas para a negociação coletiva no Brasil: o futuro das tratativas entre o capital e o trabalho”
– José Francisco Siqueira Neto (Advogado e Diretor da Faculdade Mackenzie)
– Sérgio Nobre (Secretário Geral da CUT)
– Luiz Moan (Presidente da ANFAVEA)
– Laís Abramo
– Mediador: Raimundo Simão de Melo (Advogado)
15h40-15h50: Coffee Break
16 horas
2a. Mesa da tarde: “Os desafios para o exercício da função negocial dos sindicatos”
– Juruna (Secretário Geral da Força Sindical)
– Clemente Ganz Lucio (Diretor Técnico do DIEESE)
– Ricardo José Macedo de Britto Pereira (Procurador do Trabalho)
– Mediadora: Andrea da Rocha Carvalho Gondim (MPT)
Encerramento
– Luis Antonio Camargo de Melo (Procurador Chefe do MPT)
– Rafael Marques (Presidente do SMABC)