A pergunta para a elite brasileira: para onde o Brasil deve caminhar?
Por Juarez Teixeira
O Painel da Globonews de hoje, 18 de agosto, foi dedicado, como apresentou William Waack, jornalista e diretor deste programa da TV Globo, a discutir “a natureza da crise política brasileira e a convulsão social que vivemos desde junho”. Ele debateu com os convidados Roberto Da Matta, antropólogo da UFRJ e articulista do jornal O Globo, Bolivar Lamounier, cientista político da Augurium Consultoria e Fernando Schüler, diretor geral do IBMEC-RJ e curador do Projeto Fronteiras do Pensamento.
Debate não é propriamente o que houve, mas uma forma organizada previamente para que convidados desenvolvessem suas posições a partir da proposta do Painel “A era de hesitação: a crise de autoridade e de diálogo no país”. O caráter prévio dos acertos – algo comum na grande mídia – transparecia na frase, repetida, de Waack: “Não sei se eu faço a leitura correta, se seu estiver cometendo uma injustiça você me corrija imediatamente […] de antecipar o que você ia dizer, o que é um erro grave que todo jornalista comete, acabei de cometê-lo…”
A falta de consenso na sociedade, a insatisfação social, crise de autoridade e de convicção estar deu o tom dos pronunciamentos, tendo sido lembrado que nas manifestações no Maracanã, por ocasião da Copa das Confederações, houve quem fosse contra usar dinheiro público na reforma do estádio e quem fosse contra a privatização do mesmo. A questão central, para os debatedores foi sintetizada Schüler, retomando a formulada por Mário Covas em 1989: o Brasil quer ser um país capitalista no sentido liberal e moderno ou não?
Um conjunto de lugares comuns, no qual não faltaram alusões a Hitler, sobre o risco do mal estar social quando uma manifestação “pequena” como a de reivindicar o fim do aumento de 0,20 na passagem de ônibus foi comparada ao comício inicial de Adolf Hitler (Roberto da Matta) e como a insatisfação social alegada por Lamounier poderia conduzir a sociedade a uma situação como a pensada por Hobbes, sugerindo a possibilidade de uma guerra civil (a divisão da sociedade conduz a luta de todos contra todos).
A pergunta, no final das contas é, de acordo com Scüler, para a elite brasileira, isto é para a burguesia, diante do fato de que nenhum dos dois blocos partidários, no governo (PT-PMDB) e na oposição (PSDB-DEM), para ser capaz de dar conta da crise apontada: para onde o Brasil deve caminhar?
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