Arquivo da categoria: Palestina

Gaza, ano zero: as raízes do Holocausto palestino [parte 8]

Bernardo Kocher
Prof.  História Contemporânea
Universidade Federal Fluminense
Publicado no Opera Mundi em 2 de julho de 2024.

Netanyahu representa a corrente que defende uma dimensão muito clara de que o que de fato interessa, não é o Estado sionista atual, mas o “Grande Israel”

– Isto é mera destruição, não um Nakba.
  Ryad al-Sheik Ali (cidadão palestino desalojado)

– O Nakba de 2023-2024 foi planejado contra o povo palestino há muitos anos. No entanto, a oportunidade surgiu agora, intencionalmente ou não, para um Nakba ainda maior do que em 1948. E sua extensão terá repercussões por um prazo ainda maior.
  Atef Shakfa (psicólogo palestino)

Tendo decorrido mais de um mês desde o início da invasão de Rafah e quase nove meses desde o início do massacre do povo palestino na Faixa de Gaza, podemos agora, com maior clareza, esmiuçar o sentido e consequências da política social genocida sionista. leia mais

Gaza, ano zero: as raízes do Holocausto palestino [parte 7]

Bernardo Kocher
Prof.  História Contemporânea
Universidade Federal Fluminense
Publicado no Opera Mundi em 13 de junho de 2024.

 

A incorporação da dimensão imperialista da dominação da Palestina é o ponto que falta às manifestações populares contra a política social genocida de Israel

 

Iniciamos esta coluna analisando material e simbolicamente um fato que em todas as suas dimensões representa integralmente tanto a tragédia da política social genocida que se abateu sobre o povo palestino quanto a resiliência dos justos que eles demonstram. Referimo-nos aqui à libertação, em 8 de junho de 2024, de quatro detidos desde 7 de outubro de 2023 que se encontravam no campo de refugiados de Nuseirat, no centro do enclave. Após bem-sucedida operação de inteligência e ação militar devastadora sobre a população civil local, computando cerca de 270 mortos e 698 feridos (o maior número de mortes em 24h desde o início da invasão), a destruição perpetrada pelo sionismo parecia ter finalmente encontrado um ponto de apoio inequívoco para legitimar a sua continuidade. leia mais

Gaza, ano zero: as raízes do Holocausto palestino [parte 6]

Bernardo Kocher
Prof.  História Contemporânea
Universidade Federal Fluminense
Publicado no Opera Mundi em 23 de maio de 2024.

 

 

A invasão de Rafah indica um ponto crucial sobre a relação de Israel com os países vizinhos; alguns deles já estão em prontidão para uma futura crise política

 

Nos últimos quinze dias a situação na Faixa de Gaza continuou a se deteriorar, expondo a cada momento os efeitos cumulativos da destruição de vidas e da infraestrutura sobre a sobrevivência do povo palestino, afetado pela política social genocida praticada pelo Estado sionista. A aplicação em Rafah da mesma conduta contra a população civil indefesa do norte do enclave indica que a crise aberta com os episódios de 7 de outubro está alcançando um novo “ponto de não retorno”. Ou seja, em meio a uma crise que aos olhos de muitos é estratosférica, o governo sionista indica que está disposto iniciar outra(s), buscando agora objetivos estratégicos mais amplos. Como veremos abaixo, uma fase significativa do que chamamos de “sionismo interno” está por se encerrar, e outra, do “sionismo externo”, poderá ser iniciada logo em seguida. leia mais

Gaza, ano zero: as raízes do Holocausto palestino [parte 5]

Bernardo Kocher
Prof.  História Contemporânea
Universidade Federal Fluminense
Publicado no Opera Mundi em 10 de maio de 2024.

É possível que os atos estudantis estejam adiando (ou impedindo) o ataque mais mortal de todos os até agora praticados contra o povo palestino, em Rafah

 

 

Neste início de maio de 2024, é imprescindível considerar que um fator indiretamente vinculado à política genocida aplicada pelo Estado sionista na Faixa de Gaza está se tornando relevante na opinião pública mundial: as manifestações dos estudantes universitários norte-americanos e, a partir deste “ponto zero”, o espraiamento dos protestos para vários centros acadêmicos da Europa, Ásia, Oceania e América Latina. É relevante e também alvissareiro que finalmente um verdadeiro movimento com base social de massas tenha ao menos potencialmente atingido a autoestima e, eventualmente, os interesses dos apoiadores da política social genocida em curso. Isto ocorre para além da imersão destes discentes na cultura humanística na qual eles foram formados, de respeito aos direitos humanos. Após meses de massivas manifestações de rua que se replicaram em várias cidades daqueles continentes, um verdadeiro ponto nevrálgico da questão foi finalmente criado com a inserção estudantil no processo de denúncia do que está ocorrendo. As passeatas e comícios desde o início da “guerra” não haviam logrado sensibilizar as forças políticas da sociedade civil do sistema imperial para o cometimento de seus crimes. leia mais