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Negociação e luta de classes: matérias do tempo adiante, por João Ferreira

João Ferreira
Encontraponto – 30/12/2023

 

Podemos afirmar que o espectro da luta de classes delineia-se novamente no horizonte temporal dos países do centro do capitalismo? A análise dos desdobramentos futuros da greve contra as 3 Grandes da indústria automobilística nos EUA[1], apresentada por Labor Notes, levanta esta perspectiva:

Todos os novos contratos propostos expirarão em 30 de abril de 2028. Com quatro anos e meio, eles são mais longos do que os acordos de quatro anos típicos dos contratos recentes das Três Grandes.
Fain disse que o UAW[2] quer dar tempo para que outros sindicatos alinhem os vencimentos de seus contratos com o UAW e entrem em greve juntos em 1º de maio de 2028 – Dia Internacional dos Trabalhadores. “Se quisermos realmente enfrentar a classe bilionária e reconstruir a economia para que ela comece a trabalhar em benefício de muitos e não de poucos”, disse Fain, “então é importante que não apenas façamos greve, mas que ataquemos juntos.” leia mais

Novo Germinal: O sionismo é um sistema. Entrevista com Bernardo Kocher

Nesta segunda-feira, 18 de dezembro, às 19h, no programa Segunda Opinião, o professor de História Contemporânea da Universidade Federal Fluminense Bernardo Kocher apresenta o seu texto “O Sionismo é um sistema – Introdução a uma análise estruturante da invasão da Faixa de Gaza a partir de outubro de 2023”

Para assistir o programa, clique no link e acione a notificação do vídeo:

Para ler o texto no Portal do Centro de Estudos Victor Meyer, clique no link: http://centrovictormeyer.org.br/o-sionismo-e-um-sistema-introducao-a-uma-analise-estruturante-da-invasao-da-faixa-de-gaza-a-partir-de-outubro-de-2023/

A lenda do outubro alemão de 1923

Arbeiterstimme ”, nº 221, 2023

 

100 anos de 1923

A memória de 1923 é também uma ocasião para a mídia nacional. Foram publicadas pelo menos dez novas monografias que tratam deste ano econômica e politicamente agitado. Muitas vezes ele é visto como um ano chave para a história alemã do século XX.

Para o mainstream burguês, o foco da análise está frequentemente na hiperinflação, que atingiu o seu pico naquele ano, e na sua superação. Mas também o golpe de Hitler e aspectos culturais são discutidos detalhadamente em algumas publicações. leia mais

Gaza, ano zero: as raízes do Holocausto palestino [parte 1]

Bernardo Kocher
Prof.  História Contemporânea
Universidade Federal Fluminense
Rio de Janeiro, novembro 2023.

Foto: Dois meninos foram retirados dos escombros depois que aviões de guerra israelenses atacaram a Praça Yarmouk, na Rua Jalaa, Cidade de Gaza, em 25 de outubro de 2023. Eles gritaram: ‘Obrigado, defesa civil. Nós te amamos.’ [Abdelhakim Abu Riash/Al Jazeera]

 

O sionismo é um sistema. Introdução à uma análise estruturante da invasão da Faixa de Gaza a partir de outubro de 2023

Durante a guerra de independência da Argélia, iniciada em 1954, com a dominação colonial francesa em colapso, surgiu na metrópole a percepção de que o problema da rebelião (que levaria a colônia do norte da África à independência em 1962) se devia aos maus colonos enviados pela França.  Como ali a presença de moradores colonizadores era a maior do mundo ásio-africano (1 milhão de europeus em meio à 9 milhões de habitantes locais) esta desproporção  parecia conter algum sentido.  Para contestá-la Jean-Paul Sartre[1], vibrante militante anticolonial, revisou este preceito em texto lapidar sobre o assunto, demonstrando que a rebelião dos colonizados não era contra uma má gestão por parte do colonizador.  Pelo contrário, a colonização foi definida como um sistema, e era justamente este que passava por uma crise terminal devido à nova correlação de forças do pós-guerra, demarcada pela Guerra Fria e, no plano interno europeu, pela construção do Estado de Bem Estar.  Assim, para o filósofo francês, era incompatível a existência da democracia e dos direitos sociais nas metrópoles com a prática de métodos fascistas nas colônias.  Sem sombra de dúvidas foi a declaração de guerra pela Frente Nacional de Libertação argelina que levou o sistema colonial à contradição máxima, corroendo os alicerces da dominação colonial. leia mais