Gaza, ano zero: as raízes do Holocausto palestino [parte 13]

Bernardo Kocher
Opera Mundi – 27 de setembro de 2024

 

O Líbano é visto pelo Estado sionista como um novo ambiente para instauração da política social genocida que ele já aplica contra a população palestina na Faixa de Gaza

 

Em 17 e 18 de setembro de 2024 a política social genocida praticada pelo Estado sionista contra o povo palestino na Faixa de Gaza há 11 meses foi ampliada. Uma sequência de brutais explosões de pagers (no dia 17) e de aparelhos de comunicação walkie-talkies (no dia 18) em várias regiões do Líbano onde há predominância de população vinculada ao islã político inauguraram uma nova forma de prática genocida. Não há cem por cento de certeza de que as explosões atingiram (ao menos em sua maioria) os militantes armados pelo islã político. Estes equipamentos são largamente utilizados pela população civil em geral, entre eles profissionais da área de saúde. O Estado sionista (possivelmente) se superou, colocando em mãos de todo o tipo de cidadão uma espécie de mina pessoal seletiva com detonação programada. leia mais

Gaza, ano zero: as raízes do Holocausto palestino [parte 12]

Bernardo Kocher
Opera Mundi – 12 de setembro de 2024

 


A política genocida de Israel contra o povo palestino não se encerrará. Continuará ao longo dos anos por meio de um modelo já em operação na Cisjordânia.

 

Uma situação grave inundou o noticiário do Estado sionista nesta semana que passou: a descoberta dos corpos de seis cativos em túneis na Faixa de Gaza. Esta situação foi causada pelo desastre que se tornou a operação de resgate destes, depois de duas incursões bem sucedidas, em 8 de junho e em 21 de agosto. O impacto de tal fracasso conseguiu até mesmo tirar do noticiário a expectativa da retaliação do Irã e do Hezbollah pelas mortes de Ismail Haniyeh e Fuad Shukr. A primeira operação foi realizada em meio à intensa mortandade de civis, o que produziu cerca de duzentos e setenta mortos palestinos; a segunda não teve vítimas, já que o cativo estava sozinho em um recinto no interior da rede de túneis. leia mais

Na continuidade do marxismo revolucionário: O teórico comunista e internacionalista August Thalheimer morreu há 75 anos

Hubert Zaremba, Göttingen
Arbeiterpolitik – 28. Maio de 2024
Tradução: SAP

 

Apresentação

O presente artigo de Hubert Zaremba sobre August Thalheimer (18/03/1884 – 19/09/1948) reverencia o teórico e militante revolucionário alemão que nasceu em Affaltrach (atual Obersulm), no Reino de Württemberg, sendo proveniente de uma família judaica cujos membros atuavam no movimento socialista.

Dentre as inúmeras contribuições para a compreensão da luta de classes registradas pelo autor, – tal como a análise do caráter de classe do estado com base no 18 do Brumário de Marx – ficou faltando justamente a análise de Thalheimer sobre a configuração do imperialismo que emergia após a Segunda Grande Guerra. A contradição maior deixava de ser entre as principais potências imperialistas, cujo antagonismo (concorrência econômica e militar) cedia lugar para a cooperação, frente a ampliação do bloco socialista e a ameaça de nova onda revolucionária. Esta discussão está em Linhas e conceitos básicos da política internacional após a II Guerra Mundial, (clique e leia no Portal do CVM) documento escrito em 1946, e que define os conceitos de “cooperação antagônica” no contexto já mencionado.) leia mais

República Bolivariana da Venezuela: subdesenvolvimento e petróleo

Glaudionor Barbosa

 

É o petróleo, estúpido (Parodiando James Carville)

Porque o que os imperialistas não podem nos perdoar é que estamos aqui, o que os imperialistas não podem nos perdoar é a dignidade, a integridade, a coragem, a firmeza ideológica, o espírito de sacrifício e o espírito revolucionário do povo cubano.

É isso que eles não podem nos perdoar, que estejamos bem debaixo de seus narizes e que fizemos uma Revolução Socialista bem debaixo do nariz dos Estados Unidos!

E que defendamos esta Revolução socialista com essas espingardas! E que defendamos essa Revolução socialista com a coragem com que ontem os nossos artilheiros antiaéreos crivaram de balas os aviões atacantes!

Camaradas operários e camponeses, esta é a Revolução socialista e democrática dos humildes, com os humildes e para os humildes. E por esta Revolução dos humildes, pelos humildes e pelos humildes, estamos dispostos a dar a vida. (CASTRO, 1961)

 

 

1. Introdução

Este texto pretende discutir a atual situação da Venezuela do ponto de vista de uma economia política de nossa classe. É evidente que o maior inimigo da classe trabalhadora é a ignorância. Não é sem razão que deixar nossa classe na escuridão é o “feijão-com-arroz” da ideologia dos patrões. Conhecer as dificuldades e superações do povo venezuelano é uma obrigação de todo trabalhador consciente.

As duas chaves para compreensão da situação do país vizinho são o subdesenvolvimento econômico e social e a abundância de petróleo de máxima qualidade no território daquela Nação. leia mais

Gaza, ano zero: as raízes do Holocausto palestino [parte 11]

Bernardo Kocher
Prof.  História Contemporânea
Universidade Federal Fluminense
Publicado no Opera Mundi em 01º de setembro de 2024.

O Estado sionista realiza funções como um Estado subimperialista, sendo regiamente recompensado (econômica e politicamente) pelos seus mentores

 

Conforme viemos afirmando em artigos anteriores, a invasão de Rafah, localizada na parte norte da Faixa de Gaza, a última porção do enclave a ser ocupada – e que consolidou a ocupação física pelos sionistas do território como um todo –, promoveu uma demarcação crucial na política social genocida aplicada contra os palestinos há dez meses. Como o predomínio militar sobre o território por parte dos sionistas se consumou, poder-se-ia esperar o fim da violência. Numa situação normal, ou seja, sem a incidência de uma política social genocida, a vitória do invasor sionista poderia ter sido ali anunciada. leia mais