Contágios na Europa estão mais altos que no início da pandemia, diz OMS

Estadão de 17/09/2020

 

GENEBRA – O nível de transmissão da covid-19 na Europa está mais alto do que na primeira onda da pandemia, entre março e abril, afirmou nesta quinta-feira, 17, a Organização Mundial da Saúde (OMS), que se declarou preocupada com a redução do tempo de quarentena decidida ou planejada por alguns países, como a França.

Novos surtos da epidemia e a maior quantidade de testes, em comparação com a onda de março-abril, levaram o número diário de casos a algo entre 40 mil e 50 mil. Na primeira onda, o dia 1º de abril registrou o recorde de 43 mil contágios, de acordo com a OMS Europa.

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“Os números de setembro deveriam servir de alerta para todos nós na Europa, onde o número de casos é superior aos registrados em março e abril“, declarou em Copenhague o diretor da OMS no continente, Hans Kluge.

O novo recorde absoluto diário foi registrado em 11 de setembro, com 54 mil contágios em 24 horas.

A agência das Nações Unidas descartou a mudança do tempo de quarentena de 14 dias, recomendado para todos aqueles que já estiveram em contato com o vírus.

“Nossa recomendação de quarentena de 14 dias está baseada em nossa compreensão do período de incubação e transmissão da doença. Apenas a revisaríamos com base em nosso conhecimento científico, o que não é o caso no momento”, destacou Catherine Smallwood, diretora para situações de emergência da OMS Europa.

Na França, a duração do isolamento foi reduzida para sete dias em caso de contato com o vírus. No Reino Unido e Irlanda o prazo é de 10 dias. Outros países europeus, como Portugal e Croácia, também planejam encurtar as quarentenas.

Kluge destacou o impacto individual e social que pode ser provocado por uma redução de tempo, inclusive mínima, da quarentena. “Estimulo os países da região a seguir o procedimento científico regular com seus especialistas e a explorar opções seguras de redução do tempo de quarentena”, insistiu.

A região Europa da OMS, que reúne 53 países, incluindo a Rússia, registra quase cinco milhões de casos oficiais e mais de 227 mil mortes provocadas pela covid-19, de acordo com a instituição. / AFP

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