Arquivo da categoria: Eleições 2014

Boletim de Conjuntura Nacional Nº 9

Coletivo CVM 

BALANÇO POLÍTICO DAS ELEIÇÕES DE 2014 E PERSPECTIVAS PARA 2015

Computados os votos das eleições de 2014, revelaram-se as proporções do desgaste da política de conciliação de classes praticada pelos governos do PT, desde a ascensão de Lula ao poder, em 2003.

O fim do ciclo de valorização das commodities, a estagnação da economia e os primeiros sinais de desemprego contribuíram para o desgaste do governo, já visível nas manifestações de junho de 2013, porém ainda insuficiente para provocar uma derrota do PT e de seus aliados nas últimas eleições presidenciais. A vitória apertada por cerca de 3% dos votos revelou um quadro político diferente das eleições anteriores. Tais diferenças podem ser avaliadas com a ajuda dos dados a seguir: leia mais

Boletim de Conjuntura Nacional Nº 8 – novembro de 2014

Coletivo CVM

A eleição presidencial em 2014 e o “terceiro turno”

Acabada a apuração das urnas do segundo turno da eleição presidencial, em 26 de outubro, todo espetáculo que apertou os inimigos em combate e parecia prometer pólvora arrefeceu com as conclamações à paz, ao diálogo e à união nacional.  Esse foi o tom do discurso de vitória de Dilma Roussef (coligação Com a Força do Povo, liderada pelo PT), que conquistou 51,63 % dos votos, vitória reconhecida por Aécio Neves (Muda Brasil, liderada pelo PSDB), derrotado por pequena margem (48,36 %).

O processo, marcado pela disputa acirrada entre as candidaturas e uma mobilização política extremamente tensa no final do segundo turno, de fato dividiu o país. Por outro lado, o questionamento da vitória de Dilma parecia abrir o risco de um terceiro turno, trazendo de volta à cena política ecos do golpismo. Tudo deixando um rastro de descontentamento que não se fechará apenas com discursos de pacificação. O pavio da luta de classes continua aceso. leia mais

Dilma ou Aécio? Direito de resposta a uma falsa questão. Ou: organizar as lutas da classe operária e dos trabalhadores.

Coletivo Cem Flores
sexta-feira, 24 de outubro de 2014

 O “debate” eleitoral passou ao largo das verdadeiras medidas econômicas e sociais que estão em discussão e deverão ser tomadas pelo governo a partir de 2015, seja ele qual for. Na verdade, não se discute se haverá ou não um ajuste recessivo, anti-trabalhador, mas “apenas” como este “ajuste” será operacionalizado, concretizado.

As eleições de 2014 tratam de atualizar o programa de classe da burguesia, numa conjuntura internacional marcada por um largo período de crise do imperialismo, desde 2007, sem sinais de reversão, com baixo crescimento econômico (quando muito!) nos principais países imperialistas e maior concorrência na economia mundial, com queda nos preços das commodities exportadas pelo Brasil e paralisia econômica no país.

A dissimulação das medidas reais a serem adotadas é um dos pontos em comum entre as duas candidaturas no 2º turno, indicativo de seu compromisso com as classes dominantes, que a “agressividade” dos discursos das campanhas cumpre a função de ofuscar. Além disso, a convergência entre o programa dos dois candidatos pode chegar inclusive ao detalhamento das medidas de “ajuste”. leia mais

Boletim de Conjuntura Nacional Nº 7 – outubro de 2014

Voto crítico ou voto nulo?
Por uma plataforma de lutas e pela mobilização independente dos trabalhadores

 Coletivo CVM

O artigo “Onda conservadora de Guilherme Boulos (link também aqui no Portal CVM) e também as posições que os coletivos Centro de Estudos Victor Meyer e Cem Flores publicaram no blog marxismo21 suscitou uma proposta de debate. Trata-se do artigo “A necessidade de uma política: as eleições brasileiras de 2014 e os dilemas da esquerda socialista no segundo turno”, de Marcelo Badaró Mattos, publicado no Blog Capitalismo em desencanto.

Professor universitário, estudioso do movimento operário brasileiro e ativista de esquerda, Marcelo Badaró analisa o processo eleitoral que definirá, em 26 de outubro próximo, quem vai ocupar o cargo da Presidência da República. Mais importante, apresenta a proposta de um “voto crítico” no PT e, portanto, na candidatura de Dilma Roussef à reeleição, a ser sustentado por uma Frente de Esquerda. leia mais

A onda conservadora

Guilherme Boulos 
na FSP, 09/10/2014

 

 

O último domingo revelou eleitoralmente um fenômeno que já se observava ao menos desde 2013 na política brasileira: a ascensão de uma onda conservadora. Conservadora não no sentido de manter o que está aí, mas no pior viés do conservadorismo político, econômico e moral. Uma virada à direita.

Talvez, o recente período democrático brasileiro não tenha presenciado ainda um Congresso tão atrasado como o que foi agora eleito. O que já era ruim ficará ainda pior. O pântano de partidos intermediários, cujo único programa é o fisiologismo, cresceu consideravelmente. A bancada da bala e os evangélicos fundamentalistas tiveram votações expressivas em vários Estados do país.

O deputado mais votado no Rio Grande do Sul foi Luis Carlos Heinze, que recentemente defendeu a formação de milícias rurais para exterminar indígenas. No Pará, foi o delegado Eder Mauro. Em Goiás, o delegado Waldir, com um pitoresco mote de campanha que associava seu número (4500) com “45 do calibre e 00 da algema”. No Ceará foi Moroni Torgan, ex-delegado e direitista contumaz. No Rio de Janeiro, ninguém menos que Jair Bolsonaro, que há muito deveria estar preso e cassado por apologia ao crime de tortura. leia mais