Boletim de Conjuntura Internacional

Breve informe sobre a eleição na Alemanha

Lothar Wentzel

 

Provavelmente há também na imprensa brasileira relatos dos resultados eleitorais na Alemanha. Gostaria de dar a vocês uma avaliação resumida. Três fatos são marcantes: o maior partido do governo, o CDU/CSU, perdeu mais de 8,5 pontos percentuais e o menor, o SPD, 5,2 pontos percentuais; os populistas de direita ganharam 7,9 pontos percentuais e chegaram a 12,6% dos votos; um partido liberal de direita foi eleito para o parlamento com 10,7%.

A Alemanha vai bem economicamente, o desemprego diminui, ficando algo acima de 5%. O balanço do governo não é mau, à primeira vista. E, apesar disso, ocorreu esse resultado. leia mais

Síria: Fissão Tóxica

Pepe Escobar
Portal Vermelho
Oriente médio, 7 de abril 17

Foto: Hospital sírio atingido por ataque com gás sarin em abril de 2017

“Esses atos odiosos do regime Assad não podem ser tolerados.” Assim falou o presidente dos EUA. Tradução instantânea: Donald Trump – e/ou toda a sopa de letras das agências de inteligência dos EUA, sem qualquer investigação detalhada –, estão convencidos de que o Ministério de Defesa da Rússia está simplesmente mentindo.

leia mais

Portugal 1974: Liquidação das conquistas democráticas

Ernesto Martins (Érico Sachs)

 

Como complemento a leitura do texto A “Doutrina Soares” de Raquel Varela, o CVM publica esta análise de Ernesto Martins (Érico Sachs), originalmente escrita para a Revista Marxismo Militante Nº 2 exterior em fevereiro de 1976.  (CVM)

  *   *   *

O Segundo Pacto, concluído entre militares e representantes dos partidos políticos, deverá marcar a volta de Portugal a um regime democrático-parlamentar burguês. Embora os militares resguardassem o direito de intervenção política nos próximos quatro anos, o princípio da divisão dos poderes e o acesso dos políticos ao governo foram garantidos pelo Pacto. leia mais

A «Doutrina Soares»

Raquel Varela
12 de janeiro de 2017

 

Mário Soares morreu com honras, merecidas, de funeral de Estado. Era o seu Estado, o seu regime democrático-representativo. De que ele foi não o pai – isso seria uma oligarquia –, mas um dos dirigentes fundamentais. A sua importância como dirigente político foi marcada não pelo que fez como resistente antifascista, preso 12 vezes, ou pela liberalização das leis laborais dos anos 80 ou pela resistência à troika neoliberal pós 2008. Nenhum destes acontecimentos exigia homens excepcionais, recordo.

Onde ele foi extraordinário, o que o levou ao pódio da história mundial, foi em 1974-75. Não por acaso no dia da sua morte – de uma vida de 92 anos – as duas grandes polêmicas que envolveram a sua figura e dominaram as redes sociais foram «Soares, o culpado da contra-revolução», «Soares, o culpado da descolonização». Penso que em relação às duas afirmações há muito de memória e pouco de história. leia mais

Boletim de Conjuntura Internacional Nº 1: Crise mundial e movimentos geopolíticos atuais

Coletivo CVM

 

O espectro de uma nova crise internacional, a primeira após 2008, começou novamente a assustar o mundo. O decréscimo do crescimento chinês e as fortes desvalorizações de suas bolsas abalaram o mercado de capitais nas últimas semanas em todas as principais praças do planeta. A esse cenário, se agregam também as previsões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre tendências de declínio, tanto da economia chinesa, quanto também da economia americana, apesar de esta última ter crescido 3,7% (em base anual) no segundo trimestre. Ou seja, os dois principais motores da economia mundial dão indícios de fadiga.

Ainda que a Europa e o Japão apresentem atualmente sinais de recuperação econômica, depois de um longo período de recessão e estagnação, o peso das economias americana e chinesa no mundo é suficiente para que os seus problemas venham a se refletir em todos os demais países, desenvolvidos ou não. leia mais