Boletim de Conjuntura Internacional

Guerra, Paz e Revolução: a propósito da Ucrânia e do mundo hoje

Coletivo do CVM 

 

Nuvens carregadas de tempestade obscurecem lenta, mas progressivamente, nosso horizonte temporal. A agressividade da guerra imperialista na Ucrânia, com suas implicações econômicas e a escalada militarista generalizadas, acrescenta agora ameaças mais letais e tornam ainda mais sombrio o destino da humanidade com a perspectiva da sua mundialização. leia mais

Ataque à Ucrânia: a luta pelo ordenamento mundial

Tomasz Konicz
Original “Angriff auf die Ukraine: Kampf um die Weltordnung. Der Bruch in den deutsch-russischen Beziehungen und die Rückkehr des Krieges als Fortsetzung imperialistischer Geopolitik in Europa” publicado em “analyse & kritik. Zeitung für linke Debatte & Praxis”, 24.02.2022

 

A ruptura das relações germano-russas e o regresso da guerra como continuação da geopolítica imperialista na Europa

Choque e pavor – este é o denominador do ataque maciço da Rússia à Ucrânia, no qual dezenas de alvos foram bombardeados em muito pouco tempo, a fim de paralisar as forças armadas ucranianas e impedir uma resistência coordenada contra o avanço do exército russo no leste do país (até agora, as forças terrestres russas só estão ativas a leste do Dnieper). O ataque em grande escala a nível nacional, no qual as estruturas de comando, depósitos e força aérea da Ucrânia foram atacadas e parcialmente destruídas, assemelha-se à abordagem dos EUA na última guerra do Iraque, quando a Força Aérea dos EUA também recorreu a um ataque esmagador contra as infraestruturas militares do regime iraquiano em dificuldades. leia mais

A Conjuntura Internacional no Começo de 2022

Cem Flores – 25/02/2022
Foto: Tanques russos na cidade de Mariupol, na Ucrânia, em 24.02.2022.

Agravamento das contradições interimperialistas, guerra e aumento da exploração e da miséria das massas trabalhadoras.

 

I. Introdução

Nas duas primeiras décadas do século 21, as sucessivas crises do capital(desdobramentos da longa crise do sistema imperialista, em seu estado depressivo) marcaram a economia mundial – juntamente com um sem número de agressões militares imperialistas (Afeganistão, Iraque, Síria, Palestina, Cazaquistão e, agora, Ucrânia, entre vários outros exemplos). Este ano de 2022 não deverá ser diferente em nenhum dos dois casos. leia mais

O caminho da América Latina

Elaine Tavares 18.11.2021 – Correio da Cidadania

Foto: Difusión/Retirada do La Republica (Peru)

 


Nu
estra América está, como sempre, em ebulição, buscando encontrar um caminho para o bem-viver. Mas, não é fácil. E o principal obsculo é, sem lugar a dúvidas, a incapacidade dos governos ditos progressistas de fazer as mudanças necesrias, esperadas pelos trabalhadores. É um eterno retorno.

Vêm as eleições, as promessas, e quando chega a vitória, tudo se esboroa no andar da carruagem. No geral a culpa sempre recai na crise econômica ou na ação desintegradora dos Estados Unidos. De fato, esses são elementos importantes, mas não são os decisivos para que as mudanças não ocorram. O que realmente falta é coragem para fazer os câmbios estruturais e romper com o modo de produção capitalista. A esquerda liberal quando no poder segue defendendo a propriedade privada e acreditando que é possível dar uma cara humana ao capitalismo. leia mais

O Movimento 26 de Julho e a Revolução Cubana em perspectiva histórica

João Ferreira

Fotos: Acima à esquerda, Fidel e revolucionários que tomaram o quartel Moncada em 26 de julho de 1953 deixam a prisão. Ao lado, em 8 de janeiro de 1959, revolucionários entram em Havana. Abaixo, à esquerda, protestos nas ruas de Havana. Ao lado manifestações de apoio ao governo socialista

 

Tudo o que aconteceu em Cuba a partir de 11 de julho de 2021, situada a 145 quilômetros da costa norte-americana, parece constituir atos de um drama maior em desenvolvimento. Apesar do pequeno número de manifestantes, a frustrada tentativa de invasão do Instituto Cubano de Rádio e Televisão em Havana por um punhado de cinquenta pessoas, deu contornos mais nítidos à ameaça contrarrevolucionária. O imediato pronunciamento oficial do presidente Miguel Díaz-Canel presente em San Antonio de los Baños, na província de Artemisia, próxima à capital do país, paradoxalmente não os acusou nestes termos ou de gusanos, seu equivalente cubano; chamou-os de “revolucionários confusos e desesperados”. Devemos lembrar-nos que a linguagem sempre expressa relações de poder, forma política das relações sociais subjacentes. Para entender o drama se faz necessário, contudo, considerar a conjuntura atual do país de modo a situar os fatos numa perspectiva histórica. Aproveitando a oportunidade simbólica representada pela data de 26 de julho do ano corrente, na qual se completam sessenta e cinco anos decorridos do início da revolução cubana, façamos um exame crítico do processo revolucionário ocorrido em Cuba a partir do Movimento que a deflagrou. leia mais