Arquivo da categoria: América Latina

República Bolivariana da Venezuela: subdesenvolvimento e petróleo

Glaudionor Barbosa

 

É o petróleo, estúpido (Parodiando James Carville)

Porque o que os imperialistas não podem nos perdoar é que estamos aqui, o que os imperialistas não podem nos perdoar é a dignidade, a integridade, a coragem, a firmeza ideológica, o espírito de sacrifício e o espírito revolucionário do povo cubano.

É isso que eles não podem nos perdoar, que estejamos bem debaixo de seus narizes e que fizemos uma Revolução Socialista bem debaixo do nariz dos Estados Unidos!

E que defendamos esta Revolução socialista com essas espingardas! E que defendamos essa Revolução socialista com a coragem com que ontem os nossos artilheiros antiaéreos crivaram de balas os aviões atacantes!

Camaradas operários e camponeses, esta é a Revolução socialista e democrática dos humildes, com os humildes e para os humildes. E por esta Revolução dos humildes, pelos humildes e pelos humildes, estamos dispostos a dar a vida. (CASTRO, 1961)

 

 

1. Introdução

Este texto pretende discutir a atual situação da Venezuela do ponto de vista de uma economia política de nossa classe. É evidente que o maior inimigo da classe trabalhadora é a ignorância. Não é sem razão que deixar nossa classe na escuridão é o “feijão-com-arroz” da ideologia dos patrões. Conhecer as dificuldades e superações do povo venezuelano é uma obrigação de todo trabalhador consciente.

As duas chaves para compreensão da situação do país vizinho são o subdesenvolvimento econômico e social e a abundância de petróleo de máxima qualidade no território daquela Nação. leia mais

A Venezuela depois das eleições

Claudio Katz
Professor de economia na Universidad Buenos Aires.
Autor de
Neoliberalismo, neodesenvolvimentismo, socialismo (Expressão Popular).
Tradução: Fernando Lima das Neves.
A terra é redonda 


Com ou sem atas, os Estados Unidos querem o petróleo da Venezuela

 

1.

Já se passaram duas semanas e continua a discussão sobre as atas, que é um tema muito polêmico e até agora não há dados sólidos para avaliar o que aconteceu. O Conselho Nacional Eleitoral mantém o anúncio da vitória de Nicolás Maduro, mas sem informações detalhadas por províncias, mesas ou distritos. O órgão tem 30 dias para divulgar esses relatórios, mas a demora gera muitas dúvidas, que não são resolvidas com a apresentação das atas por cada partido ao Poder Judiciário.

A principal explicação oficial para o impasse atual é a sabotagem sofrida pelo sistema eleitoral. Um ataque cibernético com invasão generalizada, que saturou as redes por meio de tráfego espúrio, ou seja, utilizando uma nova modalidade de conspiração digital. leia mais

O caminho da América Latina

Elaine Tavares 18.11.2021 – Correio da Cidadania

Foto: Difusión/Retirada do La Republica (Peru)

 


Nu
estra América está, como sempre, em ebulição, buscando encontrar um caminho para o bem-viver. Mas, não é fácil. E o principal obsculo é, sem lugar a dúvidas, a incapacidade dos governos ditos progressistas de fazer as mudanças necesrias, esperadas pelos trabalhadores. É um eterno retorno.

Vêm as eleições, as promessas, e quando chega a vitória, tudo se esboroa no andar da carruagem. No geral a culpa sempre recai na crise econômica ou na ação desintegradora dos Estados Unidos. De fato, esses são elementos importantes, mas não são os decisivos para que as mudanças não ocorram. O que realmente falta é coragem para fazer os câmbios estruturais e romper com o modo de produção capitalista. A esquerda liberal quando no poder segue defendendo a propriedade privada e acreditando que é possível dar uma cara humana ao capitalismo. leia mais

Na Bolívia foi golpe patrocinado pela burguesia, golpe para tentar frear as lutas e as conquistas dos trabalhadores

Intersindical, instrumento de luta e organização da classe trabalhadora

Na manhã de domingo, dia 10 de novembro, o presidente da Bolívia Evo Morales anuncia que convocará novas eleições, depois da Organização dos Estados Americanos (OEA) fazer coro com a oposição capitaneada pela burguesia boliviana e apoiada pelos EUA, afirmando haver vários indícios de fraude no processo eleitoral de outubro.

Na tarde do mesmo domingo, Evo Morales é forçado pelas Forças Armadas a renunciar do cargo de presidente, antes disso a violência comandada pela burguesia se espalhava pelo país. leia mais

Bolívia. “O elemento central da derrubada de Evo Morales não é a direita, mas o levante popular”.

Entrevista com Fábio Luís Barbosa dos Santos

A derrubada de Evo Morales pegou o continente de surpresa e os dias que se seguiram são de forte conflitividade social na Bolívia. Enquanto a direita reacionária e racista tenta se afirmar no poder, as complexidades étnico-sociais do país andino voltam à superfície, o que indica um vazio de legitimidade política. Enquanto os dois lados gritam golpe, é necessário compreender as repercussões para um povo acostumado aos levantes de massa. É sobre todo este contexto que o Correio da Cidadania entrevistou Fabio Luis Barbosa dos Santos, autor do livro Uma história da onda progressista sul-americana (1998-2016).

A entrevista é de Gabriel Brito, publicada por Correio da Cidadania, 14-11-2019.

“Em primeiro lugar, é necessário esclarecer que não se trata de uma disputa da esquerda contra a direita. Há muitos anos, a base popular do governo Morales está cindida. O ponto de inflexão foi a repressão à marcha contra a construção da rodovia atravessando o parque nacional e reserva indígena Tipnis(Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Secure), em 2011. Naquele momento, diversas organizações deixaram a base do governo”. leia mais