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PEC 241: tudo para a classe dominante e nada para a classe trabalhadora !

Entrevista com o economista Nildo Ouriques, presidente do Instituto de Estudos Latino-Americanos da UFSC, segundo o qual, “não há crise fiscal, é uma guerra de classes”.

As opiniões aqui não refletem necessariamente as opiniões do CVM, mas representam uma contribuição para o debate pois se coloca numa perspectiva de classe.


O dedo do imperialismo norte americano nas imagens dramáticas da cidade de Homs, Síria

 

As dramáticas imagens de Homs no vídeo abaixo dão uma ideia da violência do confronto entre as tropas governistas de Assad e o Exército Livre da Síria, baseado em Homs. O ELS, oriundo da deserção de oficiais de Assad, conseguiu apoio da liderança sunita nas cidades em que eram maioria por se recusar a reprimir as manifestações contrárias ao governo.

Desde 2011 o ELS passou a ser a principal força auxiliar do imperialismo na Síria, ao receber treinamento, armas e apoio logístico dos EUA. Mas nada disso acompanha filmes como este divulgados amplamente em escala planetária pelo Youtube. A única “explicação” para tal destruição é sua consequência: a fuga em massa da população civil. O vídeo é apresentado com a questão: saiba do que a população síria está a fugir.

 

 

Numa época em que aparentemente as imagens “falam por si mesmas” faz-se necessário o exercício da chamada teoria crítica, ou seja, do marxismo, em analisar as relações de força em disputa pelo poder na Síria e na escala regional do Oriente Médio.

Berlim, Varsóvia, Beirute, ficaram em escombros parecidos. É fundamental que fique visível o jogo de interesses imperialistas como leitmotiv do conflito na Síria e todas as suas consequências.

A dimensão da tragédia humana provocada merecia (um dia no futuro) ser discutida e julgada na perspectiva proletária num tribunal internacional permanente. Julgar a história parece muito pouco quando os agentes do Capital passam impunes pelos crimes de guerra. Lamentavelmente seria o tardio e mínimo acerto de contas com os autores e as engrenagens dessa barbárie. (CVM)

Para entender a (ilegítima) Dívida Pública da Grécia

Enfim, ontem na Grécia uma ampla maioria da população votou pelo NÃO ao pagamento da dívida pública. Mas de onde veio essa dívida? Como ela se formou ? Que benefícios os empréstimos do FMI trouxeram à população ? As respostas à essas perguntas foram dadas por Maria Lúcia Fattorelli, auditora brasileira convidada pelo Syriza para fazer parte do Comitê pela Auditoria da Dívida Grega, juntamente com outros 30 especialistas internacionais. Maria Lúcia Fattorelli disseca os contratos firmados pelos governos anteriores com a troika - Comissão Européia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional - e revela uma falcatrua internacional escancarada. A dívida é criada a partir de empréstimos que beneficiam agentes financeiros privados, eleva-se artificialmente por mecanismos de securitização e se transforma em dívida pública, a ser paga com a privatização de setores produtivos. Já vimos esse filme.
A dívida atinge frontalmente a classe trabalhadora pois o Capital e seu Estado faz o seu pagamento através do aumento do grau de exploração da classe trabalhadora de forma direta (diminuição de salários) e indireta (redução de proteção social e serviços públicos).
A contraposição à esta audaciosa investida da burguesia financeira internacional e local deve se dar no campo político, econômico e ideológico. O caminho passa pela luta da classe trabalhadora por uma sociedade socialista, que promova a estatização do sistema financeiro, eliminando o parasitismo financeiro e a exploração capitalista.

 

 

Apresentamos a seguir a entrevista de Maria Lúcia Fattorelli publicada em Carta Capital, e ao final dois vídeos, um contendo sua entrevista recente para a TV Brasil e outro em  que ela apresenta o seu trabalho (em inglês, legendado) ao parlamento grego, revelando os mecanismos operacionais das fraudes financeiras (é isso mesmo, fraudes financeiras) com mais detalhes e de forma muito didática.  – CVM

 

“A dívida pública é um mega esquema de corrupção institucionalizado”
– Entrevista de Maria Lúcia Fattorelli para Carta Capital.

Para ex-auditora da Receita, convidada pelo Syriza para analisar a dívida grega, sistema atual provoca desvio de recursos públicos para o mercado financeiro.

Dois meses antes de o governo Dilma Rousseff anunciar oficialmente o corte de 70 bilhões de reais do Orçamento por conta do ajuste fiscal, uma brasileira foi convidada pelo Syriza, partido grego de esquerda que venceu as últimas eleições,para compor o Comitê pela Auditoria da Dívida Grega com outros 30 especialistas internacionais. A brasileira em questão é Maria Lucia Fattorelli, auditora aposentada da Receita Federal e fundadora do movimento “Auditoria Cidadã da Dívida” no Brasil. Mas o que o ajuste tem a ver com a recuperação da economia na Grécia? Tudo, diz Fattorelli. “A dívida pública é a espinha dorsal”.

Enquanto o Brasil caminha em direção à austeridade, a estudiosa participa da comissão que vai investigar os acordos, esquemas e fraudes na dívida pública que levaram a Grécia, segundo o Syriza, à crise econômica e social. “Existe um ‘sistema da dívida’. É a utilização desse instrumento [dívida pública] como veículo para desviar recursos públicos em direção ao sistema financeiro”, complementa Fattorelli. leia mais