Operários petroquímicos desafiam a justiça
Do Jornal NE10, com informações de Felipe Lima/JC
Mesmo com a ilegalidade da paralisação, os trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) e da Petroquímica Suape (PQS) decidiram, em assembleia realizada no início da manhã desta quarta-feira (14), manter a greve por tempo indeterminado. Os operários estão de braços cruzados desde o dia 31 de outubro, cerca de dois meses depois de realizarem outro movimento que durou cerca de 20 dias.
A reunião desta quarta-feira aconteceu após um tumulto com a Polícia Militar, ocorrido por volta das 7:15h. Um grupo de trabalhadores tentou entrar no canteiro para convocar outros operários a participar da assembleia, mas foi recebido por policiais com balas de borracha e bombas de efeito moral, iniciando a confusão. Acalmados os ânimos, voltaram à frente da refinaria, que fica no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, e votaram pela manutenção do movimento.
Os trabalhadores reivindicam o cumprimento de um dos pontos acertados no acordo coletivo da categoria, firmado em agosto, que previa equiparação salarial entre os operários de mesma função em empresas diferentes. O levantamento técnico apontou discrepâncias de até 47% em algumas funções.
O ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto foi convocado para as negociações, nessa segunda-feira (12). Apesar de tentar mostrar os prejuízos econômicos da greve para os dois empreendimentos, que são os maiores em curso no Complexo de Suape, não teve êxito. Dois dos símbolos do recente desenvolvimento de Pernambuco continuaram parados.