Arquivo da categoria: marxismo

Lançamento do livro “Anti-Dimitrov: 1935-1985, meio século de derrotas da revolução”, por Francisco Martins Rodrigues

Dia 22/06/2019, sábado, às 16 h.

Local: Taperá Taperá – Av. São Luís, 187 – 2º andar, loja 29 – República, São Paulo, SP.

Debate com Fauze Chelala (Cem Flores), Jones Manuel (UJC) e Gabrielle Nascimento (Coletivo Negro Minervino de Oliveira).

A classe operária e o surgimento do Marxismo

Göran Therborn

*Publicado em New Left Review, n. 79, Londres, maio-junho 1973. Tradução: Mariana A. C. Cunha

A teoria do materialismo histórico permite situar o Marxismo − tanto quanto a economia de mercado e a sociologia normativa − em relação ao desenvolvimento capitalista e à revolução burguesa. O materialismo histórico surgiu na segunda metade da década de 1840, no coração do capitalismo industrial. Seus locais de nascimento foram os principais centros econômicos de Bruxelas, Londres e Manchester, e Paris – o centro do turbilhão das revoluções burguesas de 1789 e 1830. É verdade, claro, que Marx e Engels eram alemães e a determinação alemã do Marxismo não pode ser ignorada. Porém, somente fora da Alemanha, a nova teoria pôde surgir. Todas as obras formativas do materialismo histórico foram escritas fora da Alemanha, com a exceção do estudo de Engels, A situação da classe trabalhadora na Inglaterra, produto de uma estadia de vinte e um meses em Manchester. Depois de A Sagrada Família, primeiro resultado da colaboração entre Marx e Engels, escrito em Paris, mas publicado em Frankfurt em 1845, foi somente em 1859, com o lançamento de Uma contribuição para a crítica da economia política, que uma obra crucial sobre o materialismo histórico veio a ser publicada na Alemanha. A ideologia alemã não encontrou editora. Marx escreveu A miséria da filosofia em francês e publicou-o em Paris e em Bruxelas; Princípios do comunismo de Engels não foi enviado para publicação; o Manifesto comunista apareceu em Londres e O dezoito brumário de Louis Bonaparte foi escrito para uma publicação germano-americana em Nova York. leia mais

Anotações de Lenin sobre a correspondência entre Marx e Engels (1844-1883) e a questão do partido como vanguarda da classe operária

A Correspondência entre Marx e Engels que o (a) leitor(a) poderá ler, imprimir ou salvar como arquivo é uma co-edição da Pueblos Unidos (Montevidéu) e da Grijalbo (Barcelona) de 1976, esgotada. Trata-se de uma publicação, em língua espanhola, da edição russa do Instituto de Marxismo-Leninismo adjunto ao extinto Partido Comunista da União Soviética (PCUS).  A edição compõe-se da parte selecionada por Lenin de mais de 1.500 cartas publicadas em quatro volumes na Alemanha, em 1913.

Lenin estudou a Correspondência naquele ano, com a intenção de transformar suas anotações e trechos extraídos em um artigo, o que não aconteceu. Vale apontar o critério adotado por ele na seleção das cartas estudadas. Como observado no Prefácio do Instituto, a seleção adotada teve como referência a elaboração e desenvolvimento da estratégia e da tática revolucionária do então partido social-democrata russo. Esta é, a nosso ver, a única forma de estudar a obra de Marx e Engels, inclusive nos esboços que se encontram nas cartas trocadas em torno de temas de interesse comum. Para estudar é preciso ficar longe tanto do academicismo em que mergulhou “marxismo ocidental”, como o chamou Perry Anderson, ou, no extremo oposto, do dogmatismo, inclusive de esquerda, que, em nome da defesa dos princípios do marxismo, transformou a teoria em fraseologia.Para auxiliar o entendimento das condições históricas a que reportam as cartas de Marx e Engels, e, assim , contribuir para reduzir os riscos desses desvios, recomendamos a leitura do livro “Marx-Engels e a história do movimento operário”, de David Riazanov, resultado de nove conferências feitas a operários em Moscou, em 1923, traduzidas para a língua portuguesa no Brasil pela Editora Global, em 1984. Por se tratar de uma obra esgotada (que ainda pode ser obtida na Estante Virtual), uma alternativa para o estudo sugerido encontra-se nos capítulos do livro “A história do movimento trabalhista europeu”, de Wolfgang Abenroth, divulgados no portal do Centro de Estudos Victor Meyer [link]. leia mais

I Internacional deixa mensagem para crises no Brasil e Europa

Entrevista de Marcello Musto concedida a Cíntia Alves e Patricia Faermann.
Imagens e edição por Pedro Garbellini.
Luiz Nassif Online

Jornal GGN – Centenas de anos se passaram desde que pipocaram as primeiras teorias sobre o futuro do capitalismo. O sistema atravessou séculos, entrou na era da globalização e arrumou seu próprio meio de sobrevivência, mas não sem despertar inúmeras contradições e tensões entre agentes sociais.

A crise internacional de 2008 e seus desdobramentos – mais visíveis nas principais economias do mundo – colocou em pauta a necessidade de repensar a forma como os trabalhadores se organizam por demandas nesse sistema, a exemplo do que a classe operária fez nos idos de 1860, com ajuda de pensadores como Karl Marx, um dos grandes responsáveis pela formação da primeira Associação Internacional de Trabalhadores. leia mais

Estratégia ou tática, reforma ou revolução: A questão das eleições do ponto de vista dos primeiros Congressos da Internacional Comunista (1919-1922)

CVM

 

No momento em que as esquerdas brasileiras também se voltam para pensar, debater e participar do processo eleitoral que acontecerá em outubro de 2014 é de grande importância refletir e discutir as teses e declarações dos primeiros congressos da Internacional Comunista. É importante ter em mente que os congressos, realizados entre 1919 e 1922, assumiram posições sobre a tática eleitoral numa época revolucionária.

A Internacional Comunista foi a iniciativa dos partidos revolucionários da classe operária tomada em Moscou, no período de 2 a 6 de março de 1919,  com o objetivo de romper com a política de colaboração de classes e de traição aberta, durante a I Guerra Mundial (1914-1918), adotada pela social-democracia, à frente da qual se encontrava a maior organização política de massas do mundo, o partido social-democrata alemão, sob a liderança de Karl Kautsky, August Bebel e outros. Para diferenciar-se dos social-patriotas, organizados na II Internacional, autodenominarem-se III Internacional e abandonaram a social-democracia como denominação ideológica, substituindo-a pela de comunismo. leia mais