Arquivo da categoria: Greve

Dossiê: A greve nas 3 montadoras e a atuação da UAW

João Ferreira

 

Apresentação

Em “Somos parte da revolução mundial”, trecho de Caminho e caráter da revolução brasileira (pg 9.), documento escrito no exílio em 1970, Erico Sachs levantou a possibilidade de que um novo ciclo da revolução mundial viesse a ocorrer nos países industrializados do Ocidente, destacando a Europa Ocidental. Cogitou que o ponto mais baixo da curva parecia superado, com a emergência de crises cujos primeiros sintomas eram a queda de produção e o desemprego seguintes à crise do dólar e do ouro nos EUA e a radicalização do proletariado europeu. Essas previsões não se confirmaram. A luta dos operários para garantir institucionalmente as conquistas parciais – e não um processo revolucionário – foram revertidas depois que a crise econômica aberta com a recessão mundial de 1974 foi superada mediante a chamada “reestruturação produtiva” do capitalismo, permitindo elevar a taxa de exploração da força de trabalho e deprimir os salários reais a partir da década de 1980, até nossos dias. leia mais

Trabalhadores em greve na Europa: retomada da luta de classes (artigos da imprensa internacional)

 

 Reproduzimos a seguir alguns artigos publicados na imprensa europeia sobre as greves dos trabalhadores na França, Alemanha e Inglaterra. Com a inflação, o aumento do custo de vida e a consequente perda do poder aquisitivo dos salários, as classes trabalhadoras se mobilizam em manifestações de rua e greves gerais em protesto contra os patrões e seu governo.
Essas lutas possuem um caráter econômico, sem dúvida. Porém, rompem com o imobilismo e enfrentam a sanha capitalista de jogar a crise econômica nas costas da classe trabalhadora.
Na memória das gerações de operários há uma incontestável tradição de luta que pode vir a tona e fazer avançar a organização e a consciência de classe em oposição aos interesses da burguesia. Esse é o primeiro passo mas é um avanço fundamental para a classe  trabalhadora: divisar e enfrentar as classes exploradoras e não lhes dar sossego.   (CVM)

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Greves na Bélgica, França e Grécia: trabalhadores exigem ação

Clara Bauer-Babef Sofia Mandilara | EURACTIV.com – 10.11.2022

Foto: Desde o final do verão, houve uma série de greves protestando contra a insegurança no emprego e exigindo salários mais altos à medida que os preços continuam subindo. [EPA-EFE/YANNIS KOLESIDIS]

Paris está se preparando para uma das séries de greves multissetoriais na quinta-feira, à medida que o emergente movimento de protesto da França ganha terreno, apenas um dia depois que as greves gerais paralisaram seus vizinhos do norte, Bélgica e Grécia, em um sinal de crescente pressão sobre os trabalhadores da Europa que arcam com a crise do aumento do custo de vida no continente.

Na continuação de um movimento de protesto emergente alimentado pela inflação e pelo aumento dos custos da gasolina, o principal sindicato da França, a CGT, está convocando trabalhadores de todos os setores a aderir à greve de quinta-feira, exigindo salários mais altos e se opondo à reforma da previdência. Espera -se que as interrupções afetem mais o transporte público. leia mais

Lições da greve nos Correios para a luta dos trabalhadores e das trabalhadoras hoje no Brasil

Cem Flores
02.10.2020

 

A greve ensina os operários a compreenderem onde repousa a força dos patrões e onde a dos operários, ensina a pensarem não só em seu patrão e em seus companheiros mais próximos, mas em todos os patrões, em toda a classe capitalista e em toda a classe operária. Quando um patrão que acumulou milhões às custas do trabalho de várias gerações de operários não concede o mais modesto aumento de salário e inclusive tenta reduzi-lo ainda mais e, no caso de os operários oferecerem resistência, põe na rua milhares de famílias famintas, então os operários veem com clareza que toda a classe capitalista é inimiga de toda a classe operária e que os operários só podem confiar em si mesmos e em sua união. Acontece muitas vezes que um patrão procura enganar, a todo transe, os operários, apresentar-se diante deles como um benfeitor, encobrir a exploração de seus operários com uma dádiva insignificante qualquer, com qualquer promessa falaz. Cada greve sempre destrói de imediato este engano, mostrando aos operários que seu “benfeitor” é um lobo com pele de cordeiro. Mas a greve abre os olhos dos operários não só quanto aos capitalistas, mas também no que se refere ao governo e às leis. […] O operário começa a entender que as leis são ditadas em benefício exclusivo dos ricos, que também os funcionários defendem os interesses dos ricos.

Lenin. Sobre as Greves, 1899.

 

A greve dos Correios chega ao fim – os ataques do patrão, não

No dia 21 de setembro ocorreu o julgamento da greve dos trabalhadores e das trabalhadoras dos Correios no Tribunal Superior do Trabalho (TST). O TST não julgou a greve formalmente abusiva e decidiu por um reajuste salarial de 2,6% para a categoria, ao contrário da posição da empresa. leia mais