Arquivo da categoria: Artigos

Gaza, ano zero: as raízes do Holocausto palestino [parte 8]

Bernardo Kocher
Prof.  História Contemporânea
Universidade Federal Fluminense
Publicado no Opera Mundi em 2 de julho de 2024.

Netanyahu representa a corrente que defende uma dimensão muito clara de que o que de fato interessa, não é o Estado sionista atual, mas o “Grande Israel”

– Isto é mera destruição, não um Nakba.
  Ryad al-Sheik Ali (cidadão palestino desalojado)

– O Nakba de 2023-2024 foi planejado contra o povo palestino há muitos anos. No entanto, a oportunidade surgiu agora, intencionalmente ou não, para um Nakba ainda maior do que em 1948. E sua extensão terá repercussões por um prazo ainda maior.
  Atef Shakfa (psicólogo palestino)

Tendo decorrido mais de um mês desde o início da invasão de Rafah e quase nove meses desde o início do massacre do povo palestino na Faixa de Gaza, podemos agora, com maior clareza, esmiuçar o sentido e consequências da política social genocida sionista. leia mais

Eleições na UE: antessala da última oportunidade para a unidade?

Michael Roberts – 9 de Junho de 2024
Tradução revisada por Sebastian Gimenez

A Europa está em ebulição. O recente avanço dos partidos de extrema direita nas eleições do parlamento europeu, o alinhamento canino a liderança dos Estados Unidos e aos ditames expansionistas da OTAN são manifestações mais visíveis da crise capitalista mundial que se arrasta a longo tempo. Neste artigo, Michael Roberts traz à luz as bases econômicas dessa crise, terreno esse em que se movimenta a luta de classes e que pode contribuir para a compreensão dos acontecimentos mais recentes na Europa. (CVM)

 

As eleições para a Assembleia Europeia ou Parlamento da União Europeia (UE) terminam hoje.  Os cidadãos de 27 estados membros da UE votam em 720 membros da Assembleia.  As atuais sondagens de opinião sugerem que os dois principais grupos de membros ‘centristas’ (a Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas de centro-esquerda e o Partido Popular Europeu de centro-direita) perderão mais terreno para aqueles à esquerda ou à direita do centro; mas particularmente os chamados partidos da ‘direita dura’ na UE.

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Consertar o clima – simplesmente não é lucrativo

Michael Roberts – 23.06.24

 

Em 2023, foi a primeira vez na história registrada que a temperatura da superfície global do planeta ultrapassou 2,0°C acima da linha de base do IPCC de 1850-1900.  Além disso, mais de 90% dos oceanos do mundo sofreram ondas de calor, as geleiras perderam o maior número de gelo já registrado e a extensão do gelo marinho da Antártida caiu para muito além dos níveis mais baixos já medidos. leia mais

Gaza, ano zero: as raízes do Holocausto palestino [parte 7]

Bernardo Kocher
Prof.  História Contemporânea
Universidade Federal Fluminense
Publicado no Opera Mundi em 13 de junho de 2024.

 

A incorporação da dimensão imperialista da dominação da Palestina é o ponto que falta às manifestações populares contra a política social genocida de Israel

 

Iniciamos esta coluna analisando material e simbolicamente um fato que em todas as suas dimensões representa integralmente tanto a tragédia da política social genocida que se abateu sobre o povo palestino quanto a resiliência dos justos que eles demonstram. Referimo-nos aqui à libertação, em 8 de junho de 2024, de quatro detidos desde 7 de outubro de 2023 que se encontravam no campo de refugiados de Nuseirat, no centro do enclave. Após bem-sucedida operação de inteligência e ação militar devastadora sobre a população civil local, computando cerca de 270 mortos e 698 feridos (o maior número de mortes em 24h desde o início da invasão), a destruição perpetrada pelo sionismo parecia ter finalmente encontrado um ponto de apoio inequívoco para legitimar a sua continuidade. leia mais

A escravidão assalariada tem que acabar

João Ferreira
Encontraponto

 

Ainda que a muitos a expressão “escravidão assalariada” possa soar estranha – afinal o trabalhador que aluga sua força de trabalho em troca de um salário é um trabalhador livre e não um escravo – o texto a seguir a utiliza nos termos em que a apresentou Karl Marx em duas obras: Trabalho Assalariado e Capital (1849) e Salário, Preço e Lucro (1865).

Ao assumir a máxima e desenvolvê-la conforme apresentada por Marx, temos consciência de estarmos vivendo o (no) tempo presente e do risco de supor uma continuidade histórica, de torná-la “contemporânea” – tão a gosto de muitos marxistas acadêmicos. Por isso mesmo, precisamos nos perguntar se é possível acabar com a escravidão assalariada e quais são, na atualidade, as indicações dessa possibilidade.
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