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A isto chegamos! Sobre a manifestação em Lisboa: um fato, duas interpretações

Apresentação

“A onda diretista varre a Europa, mas encontra resistências. Tal como aconteceu no sábado, 11 de janeiro de 2025, em Lisboa, na manifestação de massa contra a repressão policial aos imigrantes. Os dois textos publicados a seguir, de Raquel Varela e de António Barata, são testemunhos e tomadas de posição de uma intelectual e de uma organização de esquerda; referem-se ao mesmo fato porém interpretado com ênfase distinta quanto à participação dos manifestantes e das palavras de ordem assumidas pela maioria.” CVM

 

A manifestação em Lisboa

Raquel VarelaFacebook


A manifestação de ontem merece alguns comentários. Não sou boa de cálculo de gente por metro quadrado mas era bastante compacta e demorei 3 horas a descer da Alameda ao Martim Moniz . Creio que posso afirmar que a maioria era gente mais jovem. Talvez 25 mil pessoas.
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O Imperialismo como Cooperação Antagônica

Promise Li
Spectre Journal – 15 de outubro de 2024

Promise Li é socialista de Hong Kong e agora mora em Los Angeles. Ele é membro do Tempest Collective and Solidarity e tem atuado no trabalho sindical de base no ensino superior, na solidariedade internacional e em campanhas anti-guerra, e na organização de inquilinos de Chinatown.
Tradução: S. Warth

 

Nos meses anteriores à turbulenta visita do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, à Pequim no ano passado, os CEOs da JP. Morgan, Starbucks, Apple, General Motors e Tesla tiveram reuniões amáveis com o ex-ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang. Reafirmando o que Xi Jinping e outros ministros chineses declararam anualmente, Qin garantiu a Elon Musk que a China “permanece comprometida em promover uma melhor orientação para o mercado, ambiente de negócios baseado na lei e internacionalizado.”[1] leia mais

Gaza, ano zero: as raízes do Holocausto palestino [parte 16]

Bernardo Kocher
Opera Mundi – 22 de novembro de 2024

 

No ocaso da administração democrata, Israel está se sentindo livre para explorar a inação de Joe Biden e seus enviados ao Oriente Médio

 

As eleições norte-americanas ocorridas recentemente demonstraram cabalmente a cacofonia com que o Partido Democrata governou nos últimos quatro anos, exceto em relação à política genocida praticada contra os povos palestino e libanês. Neste aspecto, só poderemos encontrar no próximo mandato exercido pelo presidente eleito Donald Trump algumas poucas diferenças com o governo que se encerra em janeiro do próximo ano. E tais diferenças serão mais de forma do que de conteúdo embora possam, no entanto, aprofundar (não atenuar) as consequências do que está ocorrendo há quatorze meses no Oriente Médio. leia mais

Desvendando o papel das instituições burguesas – a inflação, as taxas de juros e a classe operária. Notas sobre a ata 265ª (18-19/09/2024) do COPOM

                        Glaudionor Barbosa
Membro do coletivo CVM

 

As ideias dominantes numa época nunca passaram das ideias da classe dominante. (MARX)

 

  1.  Introdução

A leitura de uma Ata do Copom demonstra até a náusea que os gênios da Política Monetária burguesa brasileira escrevem sempre utilizando a Ata anterior como rascunho. A de número 265, apenas, confirma o que se acaba de afirmar. Outro problema é seu hermetismo, sua mistura de abstrações ideológicas com tecnicismos imprecisos, só compreensíveis pelos iniciados. Como entidade pública, o Banco Central deveria prestar contas à população que trabalha, gera as riquezas e, ainda, paga a conta. Além de que, como é sabido, a construção do índice Selic é feita a partir da média das projeções das principais operadoras do mercado financeiro. Ou seja, o projeto e execução do sistema de proteção do galinheiro é entregue a um comitê de raposas. leia mais

Gaza, ano zero: as raízes do Holocausto palestino [parte 14]

Bernardo Kocher
Prof.  História Contemporânea
Universidade Federal Fluminense
Opera Mundi – 18 de outubro de 2024

Foto de capa: UN Photo / Loey Felipe. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante a 79a sessão da Assembleia Geral da ONU.

 

“Insegurança” apontada por Netanyahu indica que “a obra” de criar um Oriente Médio perfeito para os fins ocidentais ainda não está acabada

 

Em seu discurso na Assembleia Geral das Organizações das Nações Unidas, por ocasião da abertura da 79a. Sessão da instituição, em 27 de setembro passado, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu exibiu dois mapas de fronteiras e de alianças do Oriente Médio, dividindo-o em duas porções: um seria o da “maldição” do Oriente Médio e o outro da “benção”. Há exatamente um ano, neste púlpito e com os mesmos propósitos institucionais, o governante sionista apresentou na sua alocução dois outros mapas também em cartazes que eram improvisadamente mantidos à vista da audiência e das câmeras. Naquela ocasião, a mensagem estava focada na provocativa proposição de que seria construído um novo Oriente Médio. Em nenhuma das duas versões gráficas existiria nada semelhante a um Estado palestino, somente o sionista e os demais países vizinhos. Mais uma vez, em 2018, e desta vez no discurso de abertura da 74a. Sessão da Assembleia Geral da ONU, o primeiro-ministro reaparece com um outro mapa, agora de áreas de Teerã onde ele argumentava que eram armazenadas armas nucleares. leia mais