Adotar uma posição de classe frente ao golpismo em curso

Frente ao golpismo em curso, adotar uma posição de classe significa muito mais do que denunciar a supressão desta ou daquela cláusula da Constituição e do direito burguês, a exemplo de acusações sem prova material, e denunciar sim a intenção política do Ministério Público depor este governo para viabilizar os interesses de classe da burguesia, tornando-o alvo exclusivo do desmonte do esquema de corrupção que sempre alimentou a democracia burguesa não apenas no Brasil mas em qualquer país do mundo. De reconhecer que a democracia burguesa é uma forma de ditadura na qual se dá aplicação do proverbial princípio da política burguesa: “aos inimigos, a lei” mesmo se a lei for burlada – como está a acontecer no Brasil neste momento – alvo de “interpretações” amparadas exclusivamente na autoridade de quem as aplica.

Por tudo o que afirmamos acima, somos contra o golpe em marcha contra o governo Dilma e a perseguição política contra Lula e o PT, sem que isso signifique defender este governo e a política da conciliação dos interesses de classes que tal liderança e partido expressam.

Importa ainda alertar os trabalhadores de que os promotores do golpe “branco” ou “legal”, tendo à frente a “mídia” burguesa, parecem estar a dirigir apelos na direção dos quartéis, pedindo sua intervenção se a crise não tiver uma solução nas altas esferas do Estado.

Apenas a mobilização independente dos trabalhadores poderá enfrentar e superar a situação de conjunto em que vivemos. Esclarecê-los dos interesses que estão em jogo na cena política nacional nos debates que precisam acontecer nas assembleias sindicais e organização nos locais de trabalho é um passo fundamental e urgente. (CVM, Fatos & Crítica n.5)

 

Faça seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *