Isso é o capitalismo: demissões, eliminação de direitos, morte
Intersindical, instrumento de luta e organização da classe trabalhadora
No dia 07 de maio, representantes das indústrias se reuniram com o governo da morte de Bolsonaro e foram até o STF exigir o fim do isolamento. Querem ampliar o genocídio contra a classe trabalhadora
Na manhã de 07 de maio, representantes das indústrias, como siderurgia, montadoras de veículos, construção civil, vestuários, farmacêuticas, se reuniram com Bolsonaro e foram até o Supremo Tribunal Federal (STF) falar com Dias Toffoli; o que querem? O fim do devido isolamento social, o que significa aumentar o genocídio contra a classe trabalhadora.
No mesmo dia em que a burguesia usa seu capacho que ainda está sentado na cadeira de presidente para forçar o fim do devido isolamento social, mais de 600 pessoas morreram, o número de mortes já chega a quase 10 mil e são aproximadamente 150 mil contaminados. Esses são os dados divulgados pelo Ministério da Saúde, ou seja, o número é muito maior, pois o que impera é a subnotificação.
Para o Capital, a vida dos trabalhadores só vale para produzir seus lucros e parte dela deve ser eliminada para a manutenção de seus interesses: as falas dos empresários e do genocida Bolsonaro escancaram o que é o sistema capitalista, ele se mantém através da exploração e da morte dos trabalhadores.
O Capital tenta transformar coisas em vida e vidas humanas em coisas que devem ser descartadas: os empresários que, juntos com Bolsonaro foram até o STF, falaram que “seus CNPJs correm o risco de morrer”, que: “suas indústrias estão na UTI”. A alienação provocada por uma sociedade capitalista faz com que esses parasitas coloquem seus negócios, seus lucros acima da vida de milhões de trabalhadores, para o Capital o que vale é sugar ao máximo no processo de exploração a vida da classe trabalhadora, a única mercadoria viva, mercadoria essa que, quanto mais trabalha, mais lucro gera aos patrões. Para o Capital, a vida dos trabalhadores são coisas a serem eliminadas em nome da sobrevivência de seus putrefatos negócios.
O devido isolamento social, única arma para conter a disseminação do contágio pelo coronavírus está longe de ser o necessário no Brasil: as indústrias continuam funcionando, muitas delas não estão entre as atividades essenciais. Os empresários se utilizaram das Medidas Provisórias do governo Bolsonaro para retirar direitos, diminuir salários, demitir e manter os trabalhadores confinados dentro das fábricas. As MPs do governo Bolsonaro só serviram para garantir aos patrões condições para recuperarem, manterem e ampliar seus lucros, tanto é assim que não só ontem, mas em diversos outros momentos, já defenderam que tais medidas provisórias devem se tornar permanentes.
Os trabalhadores que seguem confinados dentro das fábricas estão sendo vítimas do surto provocado pelo novo coronavírus: nas indústrias relacionadas entre as atividades essências, como no setor de alimentação, o interesse do empresariado é garantir seu lucro e não garantir a devida proteção à saúde e à vida dos trabalhadores, exemplo disso são os frigoríficos principalmente no Rio Grande do Sul onde já há um surto de contaminação. A mesma JBS que no Brasil já provocou a contaminação de centenas, é responsável pelas mortes e pelo aumento da contaminação também em seus frigoríficos nos EUA. Além dos frigoríficos, em outras indústrias crescem os casos de contaminação.
O vírus que atinge a todos, mata os trabalhadores: enquanto a burguesia representada por aqueles que foram à Brasília pedir o fim do isolamento seguem com seus doentes protegidos em jatinhos particulares em direção a hospitais privados, os trabalhadores morrem sem o devido atendimento porque faltam equipamentos, leitos e profissionais, tudo por causa dos cortes drásticos no serviço público feito pelos sucessivos governos.
Trabalhadores na saúde, nos Correios, nas fábricas, nos bancos, empregados, desempregados, aposentados, parte de nossa classe está sendo assassinada pela ação daqueles que querem transformar negócios em vida, por esse governo genocida que quer fazer no Brasil o mesmo que governos de outros países fizeram no inicio da pandemia, o que provocou milhares de mortes.
Na reunião com o Judiciário, o presidente do STF, o mesmo que se somou ao governo Bolsonaro nas Medidas Provisórias que atacam os direitos e os Sindicatos dos Trabalhadores, o mesmo que disse que o golpe militar foi um “movimento”, novamente é subserviente ao dizer que o governo tem conduzido bem as ações de combate à pandemia e que é preciso buscar um caminho para retomada já: “que as pessoas querem sair”.
Quem quer o fim do isolamento são aqueles que ficarão protegidos em suas casas, enquanto os trabalhadores são obrigados a se aglomerarem nas fábricas, bancos, comércios. Para Bolsonaro, essencial são todas as atividades que produzem lucro para os patrões, e também é essencial para esse governo que as trabalhadoras domésticas se aglomeram nos trens e ônibus e voltem a trabalhar em meio à pandemia nas casas dessa burguesia nojenta que se mantém à custa do trabalho e da vida de milhões de trabalhadores.
Para defender a vida de nossa classe é preciso enfrentar o Capital, seu governo genocida e seus algozes na superestrutura do Estado. O caminho para isso é fortalecer a luta em cada local de trabalho exigindo a devido isolamento e para os milhões que estão na informalidade o devido acesso com segurança ao auxilio emergencial.
O Capital, para se preservar, quer queimar mais vidas, contra isso é preciso acender o pavio da indignação para que se alastre em luta contra esse sistema de morte.