Arquivo da categoria: Movimento Sindical

Dossiê: A greve nas 3 montadoras e a atuação da UAW

João Ferreira

 

Apresentação

Em “Somos parte da revolução mundial”, trecho de Caminho e caráter da revolução brasileira (pg 9.), documento escrito no exílio em 1970, Erico Sachs levantou a possibilidade de que um novo ciclo da revolução mundial viesse a ocorrer nos países industrializados do Ocidente, destacando a Europa Ocidental. Cogitou que o ponto mais baixo da curva parecia superado, com a emergência de crises cujos primeiros sintomas eram a queda de produção e o desemprego seguintes à crise do dólar e do ouro nos EUA e a radicalização do proletariado europeu. Essas previsões não se confirmaram. A luta dos operários para garantir institucionalmente as conquistas parciais – e não um processo revolucionário – foram revertidas depois que a crise econômica aberta com a recessão mundial de 1974 foi superada mediante a chamada “reestruturação produtiva” do capitalismo, permitindo elevar a taxa de exploração da força de trabalho e deprimir os salários reais a partir da década de 1980, até nossos dias. leia mais

Carta aberta aos companheiros da Intersindical – instrumento de luta e organização da classe trabalhadora

Coletivo do CVM


Companheir@s, esta carta aberta propõe-se a iniciar uma avaliação crítica da trajetória recente do movimento sindical sob a liderança da Intersindical,
considerando o resultado do processo eleitoral para a nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, concluído em 16 de julho. Escrevemos para tod@s os que se pautam pela independência política da classe operária, na expectativa de compartilhar um aprendizado em torno desse processo. Para estimular o debate, apresentamos algumas questões e esboçamos algumas tentativas de respostas.

Assim, qual foi o resultado da eleição? Num total de 6.976 votos depositados em urnas nas grandes fábricas (Bosch, Mercedes, Valeo, Samsung, Hitachi, Toyota, SEW, Dell, Eaton, Vilares, Honda, Belgo) e nas sedes do sindicato (Campinas, Indaiatuba, Hortolandia, Americana e Sumaré), o resultado apurado foi 4.607 votos ou 56,39% a favor da chapa 2 contra 3.422 votos ou 41,88%, para a chapa 1. A chapa 2 apresentou-se como Frente Popular Socialista, uma coligação sindical aliada à CUT, CTB, UGT e Conlutas. leia mais

Revogação da reforma trabalhista? O caminho da luta de classes

Encontraponto – 05/05/2023

 

O dia Primeiro de Maio tem sido comemorado anualmente pelos trabalhadores do mundo inteiro desde 1890 – por iniciativa da Internacional Socialista – como um dia internacional de luta por suas reivindicações enquanto classe. Assim tem sido igualmente no Brasil – porém esse sentido tem dependido do grau de consciência e organização alcançado ao longo do tempo.

Neste ano de 2023, em São Paulo (capital), dirigentes das centrais sindicais dividiram o palanque com Lula e seus ministros no ato oficioso do 1º de Maio por “Emprego, Direitos, Renda e Democracia”. Sérgio Nobre, presidente da CUT, afirmou ao presidente da República que o movimento sindical realizará campanha permanente contra os juros altos, porque o Banco central está “sabotando o crescimento do país com a taxa de juros de 13,75%”. Palavras que Lula não poderia dizer com essas letras para não desagradar o capital financeiro, mas por ele endossadas na defesa de um “conserto” do Brasil, com a vinda de investimentos estrangeiros para obras de infraestrutura capazes de gerar empregos. leia mais

Um novo capítulo impressionante se inicia para os trabalhadores do Armazém da Amazon

Alex N. Press
Redatora da equipe da Jacobin. Seus textos são publicados no Washington Post, Vox, The Nation, n + 1, entre outros lugares.
Tradução: Cauê Seignemartin Ameni

Foto acima: Christian Smalls, à esquerda, fundador da Amazon Labor Union (ALU) e o organizador Jason Anthony falam durante uma entrevista coletiva do lado de fora dos escritórios do National Labor Relations Board no Brooklyn na sexta-feira, 1º de abril de 2022. (Jeenah Moon / Bloomberg via Getty Images)

A vitória dos trabalhadores da Amazon representa uma verdadeira história de David contra Golias: um sindicato independente acaba de nocautear uma das empresas mais poderosas do mundo.

Uma virada sem paralelo na história pós-Reagan do movimento trabalhista acaba de acontecer: os trabalhadores dos armazéns da Amazon nos Estados Unidos conquistaram o reconhecimento de um sindicato pela primeira vez. A votação supervisionada do National Labor Relations Board (NLRB) no JFK8, um centro de atendimento em Staten Island, foi de 2.654 a favor da Amazon Labor Union (ALU) e 2.131 contra, em uma instalação com 8.325 eleitores. As sessenta e sete cédulas impugnadas e onze nulas não foram determinantes, dada a margem de vitória do sindicato. leia mais