Fatos & Crítica nº 3: Balbúrdia entre os representantes da classe dominante enquanto se mantém o jogo de soma nula
Nos quatro meses decorridos desde a última edição de Fatos & Crítica nº 2 pode-se dizer que a crise se mantém nos mesmos limites que deram origem ao título Jogo de soma nula. Apesar de ter conseguido aprovar parte do ajuste fiscal imposto pelos interesses do capital financeiro, no qual se unificam os interesses das demais frações do grande capital, do industrial ao agrário, o governo Dilma continuou a enfrentar a ameaça de impeachment e a recusa do Congresso a implementar outras medidas do ajuste, a exemplo do aumento dos impostos.
Uma aliança entre o PMDB e PSDB, interessados em desgastar e inviabilizar politicamente Dilma e o PT no rumo à sucessão de 2018, reuniu Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados e Aécio Neves, candidato derrotado na eleição passada e atual líder das pesquisas sobre intenções de voto se a eleição acontecesse no momento atual. Na primeira semana de julho, considerando a probabilidade do Tribunal de Contas da União rejeitar as contas do governo Dilma, articularam-se para o impeachment. Entretanto, pairava sobre a cabeça de Eduardo Cunha (e também de Renan Calheiros, presidente do Senado), a ameaça da cassação de mandato em decorrência de denúncias oriundas da Operação Lava-Jato. leia mais