Plenária Nacional da Intersindical: enraizar a organização em cada local de trabalho, revelar o que o capital e seu estado tentaram esconder com suas reformas, para avançar na luta contra o brutal ataque à classe trabalhadora

Nos reunimos em Plenária Nacional nos dias 02 e 03 de dezembro, na cidade de Itapema/SC, vindos das intensas batalhas contra o Capital e seu Estado que intensificaram seus ataques, seja com suas reformas que atingem diretamente salários, direitos e empregos, seja com as medidas de congelamento dos gastos públicos, privatizações e mais concessões ao Capital, atingindo diretamente serviços básicos como saúde, educação, saneamento.

Junto a isso, no Parlamento, os projetos de urgência do Capital foram acelerados ao ritmo de seus interesses, como foi a votação da terceirização irrestrita, ampliação dos contratos temporários e para coroar a reforma trabalhista. Nesse mesmo Congresso Nacional se ampliam os ataques aos direitos das mulheres, como o projeto que tenta proibir até a realização do aborto legal, além de outros que estimulam a homofobia e o projeto de “escola sem partido”, que tem por objetivo alienar os filhos da classe trabalhadora para o Capital.

Um momento de ataque brutal à classe trabalhadora e às suas Organizações de Luta, como os Sindicatos, pois a reforma trabalhista construída principalmente pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), além de abrir as portas para a redução do preço da força de trabalho, cria mecanismos para tentar intervir na ação sindical e conter a luta organizada pelos Sindicatos que de fato têm compromisso com os trabalhadores.
Para ajudá-los no ataque aos Sindicatos e Organizações de luta, contam com a maioria das centrais sindicais que há muito tempo já sucumbiram ao pacto social, aceitando a redução de direitos dos trabalhadores e que não se moverão a não ser pela busca de uma nova forma que as financie, principalmente agora com o fim do imposto sindical.

Mas para quem não se curvou, e junto à sua classe permanece, a hora é de seguir firme na organização do enfrentamento que virá: nos momentos de grande ataque, as possibilidades de grandes lutas também se colocam, mas elas não virão simplesmente por vontade e muito menos na formalidade de chamados e convocações completamente distante dos lugares em que os trabalhadores estão.

Para isso é preciso intensificar o trabalho de organização pela base, mostrando à classe trabalhadora o que os patrões e seu principal instrumento de coação contra os trabalhadores, o Estado, ocultaram em suas reformas e projetos. Mostrar também que não adianta apenas trocar o gerente da máquina e seus auxiliares, ou seja, o presidente da República, seus deputados e senadores, para a solução dos problemas que atingem o conjunto de nossa classe.

Durante a Plenária Nacional, além de seguir construindo a análise precisa da realidade, definimos as tarefas centrais de organização em cada ramo e região onde estamos para o próximo período, para avançar no processo de mobilização que garanta o salto de qualidade necessário para o enfrentamento contra mais essa dura investida do Capital através de suas reformas.

Firmes mantivemos e ampliamos nossas trincheiras, derrotando os pelegos que estão a serviço do Capital também nas eleições sindicais, como em Ipatinga/MG onde, mais do que derrotar a Força Sindical, derrotamos a Usiminas, que fez de tudo para tomar o Sindicato das mãos dos trabalhadores, mas não conseguiu. Mantivemos e ampliamos nossas trincheiras também junto aos trabalhadores do Estado como com os professores de Curitiba/PR, trabalhadores nos Correios de Santa Maria/RS, entre outras categorias.

Na Plenária, mais do que homenagear o centenário da Revolução Socialista na Rússia e a greve geral de 1917, fizemos desse momento um encontro com nossa história que segue sendo feita por nossa luta.

Em 1917, na Rússia, os trabalhadores tomaram as ruas, ocuparam as fábricas, derrubaram o czar exigindo pão, paz e terra; no Brasil de 1917 os trabalhadores realizaram uma grande greve geral que garantiu a redução da jornada e melhoria das condições de trabalho.

Cem anos se passaram e, seja no Brasil, como pelo mundo afora, o Capital tenta exterminar direitos para sugar ainda mais o valor produzido por nossa força de trabalho, concentrando a riqueza e espalhando o adoecimento e a miséria para o conjunto de nossa classe.

O Capital tenta potencializar seus lucros ainda mais através de sua reforma trabalhista e nossa tarefa principal é mostrar isso ao conjunto dos trabalhadores principalmente em seus locais de trabalho, mas também de estudo e moradia.

Para que a indignação se transforme em movimento, movimento que supere a fragmentação e contribua de maneira decisiva para necessária greve geral. E no movimento real da luta de classes contribuirmos para a superação dessa sociedade em outra, onde a cada qual segundo suas necessidades e de cada qual segundo suas capacidades, uma sociedade socialista.

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